Nota de Espiritualidade
Inclusiva – Este texto foi postado pelo amigo Walter Silva no
Facebook nesta tarde e imediatamente percebemos a importância de
repostá-lo aqui, dados os ótimos argumentos e informações úteis
para confrontar o descalabro do tão noticiado livro do Reverendo
Louis Sheldon (EUA), traduzido e publicado pelo Pastor Silas Malafaia
como forma de tocar o horror homofóbico, aumentando a violência
contra a comunidade LGBT e instabilizando a paz corrente em nosso
país entre setores laicos, de defesa dos Direitos Humanos, movimento
LGBT e religiosos em geral.
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Em resposta às
acusações de ativistas gays junto ao Ministério Público Federal
por conduta discriminatória e incitação à violência o pastor
Silas Malafaia da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, da Penha, no
Rio de Janeiro, lançou o livro “A estratégia: o plano dos
homossexuais para transformar a sociedade’’.
O lançamento do livro,
naturalmente, é uma cortina de fumaça e também vai de encontro às
ambições de Malafaia na construção de uma ditadura de crentes e
derrocada do secularismo. Com efeito, enquanto o pastor se ocupa de
atacar o movimento gay e processar os ativistas LGBT,
inexplicavelmente faz silêncio a respeito da bizarra associação
das Assembleias de Deus com a seita do Reverendo Moon, envolvido nos
escândalos mais burlescos, tais como prisão por sonegação fiscal
e o aliciamento de menores.
O livro “A
estratégia’’ foi escrito pelo reverendo Louis Sheldon, conhecido
nos EUA como “Lou Sheldon’’, fundador da Traditional Values
Coalition, uma organização categorizada pela Southern
Poverty Law Center (entidade de defesa dos direitos civis) como
grupo de ódio.
A Traditional values
Coalition é um grupo pequeno, mas influente entre os conservadores,
basicamente formada pelo Reverendo Lou Sheldon e sua filha, Andrea
Sheldon Lafferty, tão maluca quanto o pai; certa ocasião ela
afirmou ter enfrentado uma bruxa que jogou feitiços sobre o Senado.
Sheldon foi bastante
longe no seu extremismo anti-gay, o suficiente até mesmo para o
comentarista conservador Tucker Carlson que o entrevistava ficar
chocado com o seu nível de ignorância. Carlson mencionou que
Sheldon havia dito que o maior problema que os bairros negros
enfrentam atualmente é a homossexualidade.
"A homossexualidade é
o maior problema nos bairros de periferia e cidades do interior?
Maior que o desemprego? Maior que a violência? Maior que a pobreza?
O que o reverendo Lou tinha dito era bizarro e assustador também",
reagiu Carlson posteriormente.
Ele também disse que
Sheldon era um “esquisitão’’ e “charlatão’’, por pregar
que os gays são imorais enquanto embolsava dinheiro corrupto de
Abramoff. A fundação de Sheldon foi acusada de receber propina de
um cliente do Lobista de cassinos Jack Abramoff como parte de um
dinheiro empregado para derrubar uma lei que criminalizava a
jogatina. Segundo o Washington Post, Abramoff chamava Sheldon de
“Louie sortudo’’.
A Traditional Values
Coalition há muito proclamava sua hostilidade contra o jogo, e
envolveu-se também em uma cruzada contra ele. Então, enquanto
Sheldon admoestava os americanos declarando que a agenda homossexual
estava a destruir a fibra moral da América, ele secretamente tomava
o partido dos interesses que publicamente rejeitava.
Essa hipocrisia
descarada escandalizou a direita conservadora dos EUA, mas não
parece deter os paladinos da moral e dos bons costumes em terras
brasileiras, que continuam a apoiar-se em mentiras e apostando na
difamação para negar os direitos civis de pessoas LGBT.
A imprensa gospel
recebeu o lançamento do livro “A estratégia’’ com bastante
animação, e geralmente em dando um tom de revelação
“bombástica’’; e a imprensa gay? Marcelo Cia, do site
MixBrasil, disse estar “louco’’ para ler o livro. Revelou que a
sinopse era bastante sedutora, talvez gracejando. Afirmou que estava
bastante ansioso para saber a respeito da estratégia que o autor do
livro descobriu. Sobre a estratégia dos gays para dominar o mundo é
mesmo aceitável que ele não saiba nada, posto que não há
estratégia nenhuma.
A respeito da
estratégia dos grupos de ódio para impor uma ditadura religiosa e
deter o avanço dos direitos civis das minorias, porém, é
lamentável e uma desgraça que os ativistas LGBT não consigam ser
capazes de escrever uma única linha decente.
Sobre o autor
Walter silva é
ativista LGBT (assim o reconhecemos, dada a qualidade do material
acima) e mora em mora em Belém (Paraíba).