Durante muitos anos me
preocupei com os julgamentos e críticas dos outros. Tentando ser
aceito, condicionava minhas emoções ou simplesmente as reprimia.
Fazia o que os outros queriam e, apesar do meu esforço em ser bem
educado, alguém sempre se mostrava insatisfeito... Percebi o quanto
era inútil estar desconectado de mim mesmo.
Desse momento em
diante, atrevo-me a ser como sou. Busco o amor, o humor, a coerência
e a liberdade das minhas emoções.
Fui percebendo que o
que eu mais reprimia era na verdade o bem mais valioso para minha
vida: o AMOR. Tornei-me convicto da minha busca em ser apenas humano:
o tocar, o comunicar, o afetar e o expressar apenas a minha natureza
singular. Um ser apaixonado pela vida!
Liberto dessa prisão,
deixei de questionar se minhas ações incomodavam aqueles que
conviviam com o medo de ser, sentir, viver e amar. Percebi o quanto é
comum encontrarmos indivíduos que privilegiam certas emoções e
proíbem outras construindo, quer queiram, quer não, normas de
comportamento que limitam a criatividade e a espontaneidade das
emoções.
Por causa dessas ditas
normas de comportamento, nós mascaramos nossas opiniões e sufocamos
nossas preferências e aversões.
Não precisamos correr
para algum lugar, apenas dar um primeiro passo para que esse caminho
afetivo e espontâneo se construa diante de nós.
É possível nos
tornarmos água fluindo, terra firme e fértil, fogo vívido e ar
manifesto em emoções e pensamentos. É possível transformar a si
mesmo ou o outro num simples gesto. Dessa forma, tento descobrir um
modo saudável de existir e afetar o mundo humanamente.
Para que haja uma
mudança é preciso descobrir um modo saudável de afetar a nós
mesmos, ao outro e ao ambiente.
Quando observo a forma
como as pessoas se relacionam com as outras, com as coisas, com a
natureza, percebo que faltam gentileza, sensibilidade e compreensão
das diferenças.
Se começamos a buscar
isso em nós mesmos – sensibilizando o corpo e exercitando a
espontaneidade na comunicação – vamos sentir que vivenciar
emoções e expressá-las, espontânea e positivamente, nos faz
humanos, mais conscientes, mais sensíveis e disponíveis. Para nós
mesmos, para todos e tudo que nos cerca.
Parece que esta é a
tão almejada qualidade de vida, ampliar a percepção e estar
disponível. Assim é que se criam vínculos saudáveis tanto nas
relações interpessoais quanto com o ambiente que nos cerca.
Um ser inteiro que sabe
viver profundamente o aqui agora, de uma forma simples, afetiva e
saudável.
Sobre o autor
Ari Teperman, nascido
em 1962, em São Paulo, é Analista de Sistemas Junior e Analista de
Comunicação Social Sênior. Sua origem é de uma família
tradicional judaica. Ari estudou no I. L. Peretz e durante dez anos
seguiu a linha ortodoxa. Em 1999 fundou o Grupo de Judeus Gays,
Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transgêneros e Simpatizantes
Brasileiros para debater temas como direitos humanos, cidadania,
união civil, judaísmo, sionismo e homossexualidade x religião.
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