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sábado, 20 de abril de 2013

Amar o homossexual e abominar a homossexualidade: sobre o amor pela metade


Por Luciano Freitas Filho



“O que é próprio das sociedades modernas não é o terem condenado o sexo a permanecer na obscuridade, mas sim o terem-se devotado a falar dele sempre, valorizando-o como o segredo.” Michel Foucault


As discussões e polêmicas atuais em torno das questões LGBT nos leva a refletir sobre vários apontamentos feitos por quem apóia ou por quem condena a Diversidade Sexual. Dentre essas questões, elencamos o discurso de alguns religiosos evangélicos ao afirmar o amor pelo homossexual, mas a condenação à prática da homossexualidade, sugerindo, inclusive, a “cura”.

Quando leio ou escuto esse discurso, vem em mente refletir acerca da coerência no que se prega. Respeitar e ter “bem-querer” por um homossexual e não tolerar sua homossexualidade é contraditório e, sobretudo, um discurso desprovido de sentido. Imaginemos, por exemplo, amar o negro e condenar sua negritude, amar o sujeito oriental e ter antipatia por seus “olhinhos puxados”.

A contradição em foco se dá quando vemos ou percebemos o corpo do LGBT desarticulado de sua alma, vemos naquele desejo e/ou afeto algo desprovido de significado, enxergamos uma mecânica sexual meramente instintiva. O homossexual e sua homossexualidade se completam e coabitam em um corpo e espírito que não é desprovido de desejo, de eroticidade e, sobretudo, de afetividade. Não há sentido amar homossexuais e condenar sua homossexualidade, não existe amor pela metade.

A nossa homossexualidade não é tudo o que somos na condição de pessoa humana, ela não configura o que somos na integralidade enquanto sujeitos do/no mundo. Entretanto, ela é parte constitutiva do que somos na condição de pessoas em relação com o mundo e com as pessoas que nele (co)existem.

Desatrelar o homossexual de sua Orientação afetivo-sexual é o mesmo que afirmar um sujeito assexuado, uma “entidade desencarnada”. A homossexualidade é constitutiva do homossexual na condição de humano, de indivíduo demasiadamente humano. É na linguagem e pela linguagem do meu corpo, que me constituo como sujeito na íntegra. Enquanto homossexuais, somos constitutivos da nossa relação com o mundo e do mundo conosco. É dialético, dialógico e, essencialmente, digno.

Pensemos, pois, sujeito na condição de objeto. Ao despir o homossexual de sua homossexualidade, coisificamos o sujeito, e isso por si só é de uma violência e mesquinhez ímpar, de longe é significado de amor para com meu próximo. É sem dúvida, mesmo que sem intencionalidade, um ato de homofobia, uma violação carnal do corpo, e essa homofobia, coadunando com Borrilo (2001), constitui-se como uma ameaça aos valores democráticos de compreensão e de respeito ao outro.

Não há cura para o que não precisa ser curado. Na verdade, o que precisa de cura e o que vem destruindo e abalando as relações da família não são os LGBT, mas sim as contradições e a persistência do capitalismo como discurso e prática em poder. O Desenvolvimento econômico das cidades reclama a solidez e seu firmamento, a “melhoria do bem estar das pessoas”, entretanto, sem humanização ela empurra para a fluidez, para o estado líquido, as relações familiares e as relações humanas como um todo.

Quando afirmamos amar o homossexual e condenar sua homossexualidade nos travestindo com/de boa-fé, estamos na verdade agindo de má-fé.


Sobre o autor


Luciano Freitas Filho é Secretário Nacional LGBT do PSB.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Opinião sobre Silas Malafaia no “De Frente com Gabi”


Por Rômulo Neiva


Achei por bem escrever sobre o assunto colocando meu ponto de vista, visto que todos nós gozamos das nossas faculdades mentais e temos o mínimo de instrução para, nos despindo de qualquer preconceito, poder examinar ambos os lados e tirarmos nossas próprias conclusões. Não com soberba, ódio e muito menos pregando a intolerância, mas com a plena certeza de que Deus nos deu um cérebro e inteligência o suficiente para usarmos, principalmente em casos como este, onde alguém se levanta para pregar a intolerância e o ódio, ao invés do evangelho de salvação e do amor de Cristo.

Vamos lá...

Eis o vídeo:



O vídeo por si só já mostra muita coisa, basta observar a expressão de ódio e intolerância quando o Sr. Silas Malafaia entra no assunto da homossexualidade, mas ainda assim gera perguntas e dúvidas de pessoas simples que querem viver uma vida de acordo com a vontade de Deus e estão cansadas de gente julgando e apontando o dedo devido à sua orientação sexual (orientação, não escolha como diz Silas, porque é irracional acreditar que uma pessoa escolha viver debaixo de preconceito e intolerância da sociedade e fanáticos religiosos).

Em primeiro lugar é necessário entender que a Bíblia começou a ser escrita há milênios e foi concluída ainda no primeiro século da Era Cristã. Não foi escrita em Português, foi escrita em hebraico com alguns trechos em aramaico (Antigo Testamento) e grego (Novo Testamento). O grego usado era o grego popular (grego coiné) e não o grego clássico, ou seja, possui trechos de difícil interpretação devido ao desuso de muitas palavras. A partir daí surgiram as traduções em diversas línguas, incluindo o nosso Português.

Em segundo lugar, vale também lembrar que o Sr. Silas Malafaia é envolvido com política e, segundo a Revista Forbes, o terceiro pastor mais rico do Brasil. Segundo a Forbes, a fortuna é avaliada em R$ 300.000.000,00 e segundo o próprio Silas, que disse ser inverídica essa informação, a sua fortuna seria de R$ 4.000.000,00. Independente de fortuna e envolvimento com a política, o que mais chama a atenção é sua veemência em acusar e condenar os homossexuais.

A pior mentira que existe é aquela que está embutida em uma verdade. Sim, muita coisa que ele diz é verdade e não queremos julgar a sua sinceridade em querer servir a Deus. O que estamos buscando aqui é, através da própria Bíblia, enxergar o quanto ele está sendo desonesto em interpretar determinados versículos a bel prazer e simplesmente ignorando outros tantos que sabemos que nenhuma igreja cristã hoje em dia segue.

Diz o Sr. Silas que ninguém nasce gay e que homossexualidade é um comportamento aprendido ou imposto. Diz também que 45% dos homossexuais foram abusados quando crianças e que os outros 54% escolheram ser. Diz também que não existe ordem cromossômica ou genética gay e somente ordem cromossômica de macho e fêmea.

Ora, quem é homossexual sabe muito bem que isso não é opção e muito menos uma escolha, visto que é difícil acreditar que alguém escolha sofrer agressões, preconceito e intolerância. Sabemos também através de nós mesmos e de amigos, quantas vezes passamos por situações ou uma fase da vida em que tentamos seguir por outro caminho, tentamos um relacionamento heterossexual e o quanto isso nos custou, justamente por ser perda de tempo.

Sabemos também que esses dados que ele passou são furados, porque milhares de crianças são abusadas diariamente e nem por isso se tornam homossexuais, muito pelo contrário, deram a volta por cima e seguem a sexualidade que sempre tiveram.

E, quanto à ordem cromossômica e gene, ninguém precisa avisá-lo que um homem não deixa de ser homem só porque é homossexual e nem uma mulher deixa de ser mulher porque é lésbica, apenas sente atração por pessoas do mesmo sexo, algo involuntário, não uma escolha, e a ciência até agora não tem nenhuma prova concreta sobre o assunto, nem dizendo que se nasce gay e nem dizendo o contrário.

Em vários momentos ele equipara homossexuais a bandidos e assassinos. É clara a desonestidade dele em relação a isso. A tentativa dele é levar a opinião pública em seu favor, pois Jesus mesmo disse que todo mandamento se resume em dois: Amar ao próximo como a si mesmo e amar a Deus sobre todas as coisas. Tudo se resume nisso. Um homossexual não está prejudicando ninguém por amar uma pessoa do mesmo sexo, mas sabemos muito bem que pedofilia, adultério, assassinato, etc., prejudica uma outra pessoa, e isso sim está fora dos propósitos de Deus.

O Sr. Silas Malafaia também disse que, na visão dele, é muito clara a condenação da Bíblia em relação à homossexualidade e que a Bíblia é para quem quiser crer e, que quem não quiser crer tem todo o direito.

Fica aqui uma pergunta então: se não somos obrigados a crer na bíblia, por que querem impor isso à sociedade impedindo que homossexuais tenham direito ao casamento e proteção?

Outra pergunta: que textos bíblicos são esses que ele tanto fala?

Já sabemos que não podemos interpretar a bíblia sem levar em consideração a língua em que foi escrita, época, autor, cultura da sociedade da época e pra quem aquele texto foi escrito.

Em Levítico, no Antigo Testamento, lemos: “Não te deitarás com homem como se fosse mulher, é abominação”, mas também diz no mesmo livro que é “abominação” comer animais do mar ou do rio sem barbatanas ou escamas. Por que a Igreja condena a homossexualidade mas não a ingestão de mariscos?

No Antigo Testamento também diz para apedrejar até a morte as crianças malcriadas, diz para a mulher no período de menstruação ficar separada do marido, diz para não comer carne de porco, etc... Porque eles usam um texto e simplesmente ignoram e não praticam outros?

Naquela época, quando a Bíblia diz para um homem não se deitar com outro como se fosse mulher, é bem claro que quando uma mulher estava em seu período de menstruação, alguns homens heterossexuais buscavam saciar seu prazer com outros homens que eram homossexuais, não porque eles também eram homossexuais, mas porque queriam se deitar com eles como se eles fossem mulheres para satisfazerem seus desejos. A condenação não está na homossexualidade e sim na promiscuidade e praticar algo que não era de sua natureza.

Quanto a Sodoma e Gomorra, não foram destruídas por causa da homossexualidade como costumam pregar. A Bíblia diz que o povo daquelas cidades abusava dos viajantes, independente de serem homens ou mulheres, simplesmente por prazer também. Não há condenação da homossexualidade e sim da inospitalidade (a hospitalidade era algo muito sagrado para os judeus) e por causa da promiscuidade.

Bom, vimos aqui que usam muito textos do Antigo Testamento para acusar os homossexuais, mas simplesmente ignoram outros textos que eles mesmos acreditam não valer para os nossos dias.

Vamos então ao Novo Testamento.

Trecho do livro de Romanos na versão da Bíblia Almeida Corrigida e Revisada, onde é usada uma linguagem culta e que causa más interpretações (usada pelos evangélicos):

“Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; Estando cheios de toda a iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.” Romanos 1:18-32 (Versão Almeida Corrigida e Revisada)

Agora vamos ver o mesmo trecho do livro de Romanos, só que na versão da Bíblia A Mensagem, onde é usada uma linguagem contemporânea e mais usual para os nossos dias. Diz as mesmas coisas, mas com outras palavras (também usada pelos evangélicos):

“Mas o furor divino é despertado pela falta de confiança do ser humano em Deus, pelos erros repetidos, pela mentiras acumuladas e pela manipulação da verdade. Mas a verdade essencial sobre Deus é muito clara. Abram os olhos e poderão vê-la! Se analisarem com cuidado o que Deus criou, serão capazes de ver o que os olhos deles não enxergam: o poder eterno, por exemplo, e o mistério do ser divino. Portanto, ninguém tem desculpa. Vejam o que aconteceu: a humanidade conhecia Deus perfeitamente, mas deixou de tratá-lo como Deus, recusando-se a adorá-lo, e foi reduzida a um tão terrível estado de insensatez e confusão que a vida humana perdeu o sentido. Eles fingem saber tudo, mas são ignorantes sobre a vida. Trocaram a glória de Deus, que sustenta o mundo, por imagens baratas vendidas na feira. Então Deus se pronunciou: “Se é isso que vocês querem, é o que terão”. Não demorou muito para que fossem viver num chiqueiro, enlameados, sujos por dentro e por fora. Tudo porque trocaram o Deus verdadeiro por um deus falso e passaram a adorar o deus que fizeram no lugar do Deus que os fez - o Deus a quem bendizemos e que nos abençoa. Loucura total! Então aconteceu o pior. Como se recusaram conhecer Deus, logo perderam a noção do que significa ser humano: mulheres não sabiam mais ser mulheres, homens não sabiam mais ser homens. Sexualmente confusos, abusaram um do outro e se degradaram, mulheres com mulheres, homens com homens - pura libertinagem, pois de modo algum isso pode ser amor. Mas eles pagaram caro por isso, e como pagaram: são vazios de Deus e do amor divino, perversos infelizes e sem amor humano. Uma vez que eles não se importaram em reconhecer Deus, Deus desistiu deles e os deixou por conta própria. A vida deles agora é uma confusão só, um mal que desce ladeira abaixo. Eles tomam à força o que é alheio, são ambiciosos e caluniadores. Cheios de inveja, violência, brigas e trapaças, fizeram da vida um inferno. Olhem para eles: são maliciosos, venenosos, críticos ferozes de Deus, brigões, arrogantes, gente vazia e insuportável! Mestres em criar meios de destruir vidas e revoltados contra os pais. Não passam de seres tolos, asquerosos, cruéis e intransigentes. Até parece que eles não sabem o que fazem, mas têm plena consciência de que estão cuspindo no rosto de Deus - e não se importam! Pior ainda, premiam quem faz as piores coisas com eficiência.” Romanos 1:18-32 (Versão A Mensagem)

Ambas as traduções acima são aceitas e usadas pelos evangélicos, mas há uma nítida clareza no segundo texto (versão A Mensagem), onde a tradução e linguagem é muito mais fiel ao original e mostra a verdadeira condenação do texto.

A condenação está na prática da idolatria, trocar a adoração a Deus pela adoração de criaturas. Qualquer pessoa que concluiu o primeiro grau sabe que naquela época, no império romano, as pessoas adoravam vários deuses e praticavam cultos que envolviam a prostituição. Eram pessoas heterossexuais que iam contra a natureza e praticavam a homossexualidade por adoração a outros deuses, essa prática é conhecida como prostituição ritualística e era comum e considerada normal naquela época. Não existe nenhuma condenação aos homossexuais e sim condenação à idolatria e à prática do sexo descontrolado, sem envolvimento de amor, a troca da natureza sexual por outra que não lhe condiz. Está muito claro isso, tanto é que logo em seguida há uma descrição de como são essas pessoas, e isso vale tanto para heterossexuais quanto para homossexuais.

Por isso não devemos interpretar a Bíblia ao pé da letra. Temos que levar em consideração época, língua, cultura e para quem foi escrita (Neste caso em particular, obviamente a carta foi escrita aos romanos).

Outro texto usado no Novo Testamento é o seguinte:

Trecho do livro de I Coríntios na versão da Bíblia Almeida Corrigida e Revisada, onde é usada uma linguagem culta e que causa más interpretações (usada pelos evangélicos):

“Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.” 1Coríntios 6:9-10 (Versão Almeida Corrigida e Revisada)

Agora vamos ver o mesmo trecho do livro de I Coríntios só que na versão da Bíblia A Mensagem, onde é usada uma linguagem contemporânea e mais usual para os nossos dias. Diz as mesmas coisas, mas com outras palavras (também usada pelos evangélicos):

“Não percebem que esse não é o caminho de se viver? Os injustos, que não se preocupam com Deus, não farão parte de seu Reino. Quem usa e abusa das pessoas, do sexo, da terra e de tudo que nela existe não se qualifica como cidadão do Reino de Deus. Estou falando de libertinagem heterossexual, devassidão homossexual, idolatria, ganância e vícios destruidores.” 1Coríntios 6:9-10 (Versão A Mensagem)

Novamente a segunda tradução deixa muito mais claro o que se refere o texto. Não há condenação aos homossexuais e sim à promiscuidade e devassidão heterossexual e homossexual.

As palavras no original são "Malakoi" e "Arsenokoitai", ficando assim: “Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem “malakoi”, nem “arsenokoitai”, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.”

Porém, como disse anteriormente, são palavras no grego coiné, grego popular, onde muitas palavras perderam seu sentido com o passar do tempo, significando respectivamente: mole ou “pele macia” e homem-cama.

Difícil entender né? Por isso usamos o contexto para usarmos uma palavra mais adequada em nossa língua. Mole ou “pele macia” naquela época eram homens covardes que agiam como mulheres para fugirem das responsabilidades, e não efeminados como alguns preferiram traduzir, e Homem-cama é relacionado a homens que se prostituíam e eram promíscuos, nada intimamente relacionado com a homossexualidade. Enfim, está relacionado com pessoas covardes e promíscuas (prostituição, pedofilia, pederastas, etc).

Muitos teólogos e igrejas hoje em dia reconhecem essa má interpretação dos textos originais e estão usando versões contemporâneas da Bíblia, justamente para não caírem nesse erro grotesco de condenarem os homossexuais onde a Bíblia não condena. Resultado disso tudo é a aceitação de homossexuais por partes da Igreja Anglicana, Luterana, Presbiteriana, Igrejas Inclusivas, entre outras...

Vimos acima que os evangélicos fanáticos usam versos do Novo Testamento para condenar os homossexuais, mas novamente vem aquela pergunta: por que eles usam uns versos para condenar os homossexuais e esquecem de outros versos com mandamentos claros referentes à igreja e que nenhuma delas praticam hoje em dia?

Exemplo:

“Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina”. I Cor. 14:34.

“Que a mulher aprenda em silêncio, com total submissão. A mulher não poderá ensinar nem dominar o homem.” I Timóteo 2:11-12

Ora, sabemos muito bem que existem pastoras em quase todas as igrejas, e nas igrejas que não tem pastoras tem diaconisas e líderes mulhres que pregam e ensinam.

“Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.” Mateus 19:21

Opaaaaa, como assim? Tenho R$ 4.000.000,00 em dinheiro e bens, venderei tudo e darei aos pobres??? Ahhh não, melhor pular esse trecho da Bíblia. (Imagino que o Sr. Silas ao ler este trecho deve pensar assim).

Óbvio que determinados conceitos no Novo Testamento não servem para nossos dias. Devemos levar em consideração que as coisas mudam e que permanece apenas o respeito a Deus e ao próximo que devemos ter. Tudo na Bíblia é inspirador e digno de total confiança, o que não se pode é confundir algo que foi escrito para determinada época e cultura e querer viver isso hoje.

Enfim, seria necessário várias páginas para abordar o assunto mais a fundo, mas acredito que as coisas ditas acima são o suficiente para abrir nossas mentes e entendermos mais honestamente o assunto. Existe muito material disponível na internet e que são muito mais esclarecedores.

Espero com isso ter ajudado algumas pessoas e incentivado outras a pesquisarem melhor sobre o assunto e não somente ouvir de um pastor qualquer absurdo grotesco e sair por aí divulgando preconceito e intolerância sem ao menos pesquisar. Existem, sim, muitas pessoas inteligentes pregando o contrário, mas o fato é que a inteligência pode ser usada para o bem e para o mal, cabe a nós escolher um dos caminhos.

Não há erro nenhum em ser homossexual e ser cristão. O erro e ignorância está na cabeça de quem quer acobertar os próprios pecados acusando os outros. Não revide esses tipos de ofensas, a melhor resposta é ignorar e demonstrar amor.

"Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor." Romanos 13:9-10


Sobre o autor


Rômulo Neiva tem 30 anos e nasceu em Santo André – SP. Aos 17 anos converteu-se à Igreja Batista, a qual ainda frequenta, mas sem envolvimento em liderança. Cursou Teologia por 4 anos na Faculdade Teológica Batista e hoje defende e crê na Teologia Inclusiva. Se considera apenas um cristão que ama Teologia, mas que dispensa o título de teólogo.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A visão da Homossexualidade na Fé Bahá'í


Por Paulo Stekel


Sempre tive alguma simpatia pela Fé Bahá'í. Mas, depois de alguma pesquisa, seguiu-se a decepção. Como ela mesma se define em seu website oficial em Português (http://www.bahai.org.br):

“É uma religião mundial, independente, com suas próprias leis e escrituras sagradas, surgida na antiga Pérsia, atual Irã em 1844. A Fé Bahá’í foi fundada por Bahá’u’lláh, título de Mirzá Husayn Ali (1817-1892) e não possui dogmas, rituais, clero ou sacerdócio.

A Comunidade Bahá’í, com aproximadamente 7 milhões de adeptos, é a segunda religião mais difundida no mundo, superada apenas pelo Cristianismo, conforme afirma a Enciclopédia Britânica. Os bahá’ís residem em 178 países do mundo, em praticamente todos os territórios e ilhas do globo.

A Comunidade Bahá’í está estabelecida no Brasil desde fevereiro de 1921, com a vinda da Sra. Leonora Holsapple Armstrong.

Mas, o que ensina a Fé Bahá'í? O mesmo website esclarece:

A Unidade da Humanidade: "... hoje todos os horizontes do mundo estão iluminados com a luz da unidade... fomos criados para levar avante uma civilização em constante evolução..."

A livre e independente busca da verdade: "A luz é boa, não importa em que lâmpada brilhe... uma flor é bela, não importa em que jardim floresça..."

A eliminação de todas as formas de preconceitos e discriminação: "...somos as folhas e os ramos de uma mesma árvore... as gotas de um único mar..."

A igualdade de direitos e oportunidades para o homem e a mulher: "A humanidade assemelha-se a um pássaro, uma asa é o homem e a outra, a mulher. O pássaro não pode alçar vôo sem o equilíbrio dessas duas asas..."

A harmonia essencial entre a religião, a razão e a ciência: "A verdade é uma só e é indivisível... o progresso da humanidade depende desses fatores..."

Educação compulsória universal: "O homem é uma mina rica em jóias de inestimável valor, a educação, tão somente, poderá fazê-la revelar seus tesouros..."

A revelação divina é progressiva: "Deus é um, a religião é uma, a humanidade é uma... o objetivo da criação humana é conhecer e adorar a Deus... Todas as religiões provêm de um mesmo Deus..."

(Todas as frases entre aspas citadas nesta página, são Sagradas Escrituras Bahá'ís)

Com toda esta proposta praticamente “universalista” seria de imaginar que a Fé Bahá'í seja uma religião inclusiva para LGBTs. Correto? Não.

Eu mesmo fiz um curso de oração com os Bahá'í há cerca de 20 anos, e percebi que não se tratava de uma religião inclusiva. Apesar de ter corrigido em sua doutrina muitos erros que as demais religiões insistem em manter, no tocante aos gays a Fé Bahá'í mantém a tendência judaico-cristã-islâmica de considerar a prática homossexual um pecado ou um ato reprovável, ainda que se “ame o pecador”, clichê típico dos fundamentalistas cristãos brasileiros.

Não é muito difícil provar que a visão Bahá'í da homossexualidade é tão preconceituosa quanto a cristã, e o faremos citando trechos de vários links Bahá'ís disponíveis.

Comecemos pelo que diz a Wikipédia, a enciclopédia livre, no link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Homossexualidade_e_a_F%C3%A9_Bah%C3%A1%27%C3%AD:

“A Fé Bahá'í define que a expressão sexual é aceitável somente dentro do casamento, e os escritos Bahá'ís relativos ao casamento definem exclusivamente o casamento entre um homem e uma mulher. Reforça ainda a importância da castidade absoluta para qualquer pessoa solteira.

Referências sobre a homossexualidade na Fé Bahá'í descrevem como uma condição em que um indivíduo deve controlar e superar. Os Bahá'ís são livres para ensinar da maneira que achar melhor, e é reconhecido ser condenada a discriminação contra qualquer pessoa para abraçar a Causa Bahá'í, sejam homossexuais, alcoólatras ou agente de outras trangressões, mas serem apenas avisados que, ao se tornarem Bahá'ís, estão automaticamente procurando se adaptar ao padrão de vida 'designado por Deus'.

(…) Quando um indivíduo homossexual se torna Bahá'í ou se é descoberto posteriormente que um indivíduo Bahá'í é homossexual, esse assunto é tratado em particular com as Assembléias Espirituais Locais. As AELs irão procurar ajudar o indivíduo a superar suas dificuldades, entretanto, nem os indivíduos, nem as instituições podem investigar a vida de outra pessoa. Somente quando alguma trangressão aos ensinamentos Bahá'ís estiver exposta ou prejudicar de alguma forma as instituições ou outros indivíduos, é que a AEL deve tomar alguma providência. É comumente deixado à consciência individual em relação aos seus atos e espera-se que com o tempo Deus possa ajudá-la a superar alguma dificuldade.

(…) A Fé Bahá'í muitas vezes recebe críticas de pessoas que defendem ou consideram a prática da homossexualidade moralmente correta.

(…) Os Bahá'ís costumam expressar que a prática homossexual é condenável, não o homossexual ou a homossexualidade.

"Não obstante quão belo e devotado o amor entre pessoas do mesmo sexo possa ser, permitir que ele se expresse através de atos sexuais é errado. Afirmar que esse amor é ideal não é desculpa. Bahá'u'lláh efetivamente proíbe toda a sorte de imoralidade, e Ele assim considera as relações homossexuais." (Resposta de Shoghi Effendi para um indivíduo, 26 de março de 1950, citado em Lights of Guidance)”

Aqui, já teríamos a tônica da visão Bahá'í da homossexualidade. O ato homossexual é considerado LITERALMENTE errado nas Escrituras Bahá'ís.

No website Vida Bahá'í, no link http://www.vidabahai.com/homossexualismo, lemos sobre a homossexualidade e a transexualidade:

“Hoje existe uma consciência mundial quanto à importância da preservação do meio ambiente e dos recursos naturais. Entendermos que o maior recurso da natureza é o próprio homem. Ele, também, precisa ser preservado contra uma série de agressões e distorções e, relação a sua própria essência. A homossexualidade é uma das distorções que afeta milhões de pessoas no mundo. Homossexualismo é um ato contra a natureza humana, e qualquer atitude contra a natureza, seja natureza mineral, vegetal, animal ou humano causa desequilíbrio no eco-sistema.

De acordo com as escrituras da Fé Bahá'í "homossexualidade não é uma condição com qual alguém se deva reconciliar, mas, sim, é uma distorção da natureza dele ou dela, que deveria ser controlada e superada". Com essa visão "muitos problemas sexuais, tais como homossexualidade e transsexualidade, e, em tais casos, certamente se deveria recorrer à melhor assistência médica".

Uma pessoa pode apresentar um comportamento homossexual, devido às alterações na produção de hormônios controladores das características sexuais do indivíduo; ou, quando a pessoa o adquire como um hábito, através das pessoas de seu contato. Neste caso, "os estados de sentimentos são, forçadamente, mal direcionados". Existem tratamentos para cada uma das modalidades do problema. O objetivo é aproximar a solução e o tratamento mais correto. O ideal é que o tratamento seja feito sob dois aspectos - clínico e espiritual. Segundo Dr. G. S. Larimer, no tratamento clínico a maioria dos psicoterapeutas considera o homossexualismo como um distúrbio de caráter e não uma doença emocional. Assim, a modalidade padrão de tratamento para a maioria dos profissionais é meramente ajudar o homossexual a se ajustar aos comportamentos existentes nele ou nela. Contudo, tal meta para o tratamento é inadequada.

O objetivo deve ser a modificação do comportamento, e não simplesmente ajudar a pessoa a se adaptar a sua situação. Ele confirma que atualmente existem várias terapias que produzem resultados aceitáveis, entre elas, a Análises Transacional e Terapia de Atuação.

(…) O homossexual deve ser compreendido, aconselhado e modificado. E para isso os pais, os educadores e os médicos têm maior responsabilidades, para livrarem a sociedade deste mal e ajudarem as pessoas a superarem esse obstáculo.”

[Texto de autoria de Felora Daliri Sherafat]

Observem os termos relacionados a homossexualidade e transexualidade: “agressões”, “distorções”, “ato contra a natureza humana”, “problemas sexuais”, “mal”, “obstáculo”.

Pasmem! Uma religião pacífica que tem sido perseguida há décadas no Irã, com milhares de mártires desde sua fundação, usa termos deste tipo para se referir a uma categoria de seres humanos? É, realmente, uma decepção! Vemos que, no final da contas, a visão Bahá'í da sexualidade LGBT é a mesma do Islamismo, faltando apenas a perseguição e a morte de gays... Inadmissível sob o ponto de vista da inclusão que defendemos!

Em outro artigo (http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_15877/artigo_sobre_homossexualismo_-_como_a_tendencia_homossexual_se_desenvolve?), a Bahá'í Felora Daliri Sherafat, que ao final é citada como pertencendo ao Instituto de Desenvolvimento da Nobreza Humana (homossexuais não são nobres, então?), pretende demonstrar como alguém se torna homossexual:

“(...) Uma pessoa não desenvolve o sentimento de homossexualidade do nada. Vários fatores desde o nascimento colaboram para formação de sentimentos sobre o sexo e do estado mental de definição sexual. A questão do sexo e da atração sexual se constrói pela experiência emocional que a pessoa viveu desde o momento do nascimento. Vamos ver alguns exemplos.

Tem muitas mães que brincam com o pinto de seu filho pequeno, na maior inocência, mesmo assim, isso afeta a sensualidade do bebê. Nesse caso, a sensualidade se confunde com a afetividade materna. Normalmente, tal criança quando se torna um adolescente terá problemas, se tornando às vezes muito obsessivo por sexo, e em outras vezes contra o sexo feminino. Tem mães que elogiam muito seu filho e o seu órgão masculino. Esta criança também terá problemas. Existem muitas distorções na natureza da criança causadas inconscientemente pelas mães, resultando em pessoas com uma variedade de problemas de ordem sexual.

Outra situação muito comum: as crianças, quando pequenas, gostam de mexer com seu órgão sexual, especialmente os meninos. Caso se deixe dois meninos juntos, eles podem sem perceber começar a brincarem juntos. Acontece que o sentimento e a emoção que gozam, suas mentes gravam. A mente cria a memória sexual e registra as primeiras sensações do prazer sexual, que foi feito junto com outro menino, isso é, com uma pessoa do mesmo sexo. Sendo assim, e com repetição de experiências semelhantes, estes dois meninos terão grandes chances de se tornarem homossexuais, por força desta memória.

(…) Existe outra categoria de atitudes erradas dos pais que indiretamente concorre para a má formação sexual dos adolescentes. São os casos que interferem na mente da criança e podem gerar um sentimento homossexual.

Por exemplo, a mãe que se produz muito, fala da sua beleza e de suas conquistas a parir desta, sem saber que pode criar na pequena cabeça de sua filhinha uma atração por beleza da mulher e sua memória gravar estes momentos da glória da mãe. Portanto, esta menina eventualmente ao crescer pode sentir atração por beleza feminina. As atitudes desta natureza de uma mãe também podem afetar a mente de um menino. O menino poder gostar do jeitinho da mãe e querer se produzir como ela, e assim ao crescer esta fantasia o acompanha e se desenvolve no seu interior.

(…) A agressividade do pai também pode causar o sentimento de fragilidade dos meninos pequenos, de modo que estes passem a se sentir dominados por sexo masculino, e mais tarde, ao crescer, assumirem o mesmo sentimento pelo sexo masculino e se colocarem à disposição de outros homens.”

Não lhes parece quase um discurso de Bolsonaro??? Foi a primeira impressão que tive ao ler estes absurdos recheados de conclusões infantis sobre a sexualidade humana.

No FAQ do website Bahá'í em Portugal, mais uma vez a palavra oficial (http://www.bahai.pt/faqs/home#FAQ20):

Qual a atitude dos Bahá’ís face à homossexualidade?

A lei Bahá'í define que as relações sexuais apenas devem realizar-se entre um homem e uma mulher, unidos pelo casamento. Os crentes devem abster-se de sexo fora do casamento. Os Bahá'ís não tentam impor os seus padrões morais sobre aqueles que não aceitarem a Revelação de Bahá'u'lláh. Apesar de exigirem rectidão em todas as questões de moralidade, seja sexual ou outra, os ensinamentos Bahá'ís também têm em conta a fragilidade humana e apelam à tolerância e compreensão em relação às falhas humanas. Neste contexto, olhar para os homossexuais com preconceito seria contrário ao espírito dos ensinamentos Bahá'ís.”

Ah, sim. Se, referir-se à homossexualidade com os termos usados pela Bahá'í Felora (“agressões”, “distorções”, “ato contra a natureza humana”, “problemas sexuais”, “mal”, “obstáculo”) não é preconceito, é o que, então??? Jogo de palavras que tenta desviar o foco do homossexual para o ato homossexual, como se ato e indivíduo pudessem ser separados, quando estamos tratando de uma condição de identidade, e não de moralidade!

Mas, a sutileza vai mais longe. Na Bahaikipedia (http://pt.bahaikipedia.org/Leis) é dito o seguinte sobre o casamento homossexual:

“No Kitáb-i-Aqdas o casamento é fortemente recomendado, porém não obrigatório. De acordo com os ensinamentos Bahá'ís, a sexualidade é tida como natural e uma extensão do casamento. Entretanto, as relações sexuais são permitidas somente entre homens e mulheres casados. Isto infere a proibição do casamento homossexual ou a poligamia ou qualquer outra relação sexual fora do casamento. Entretanto, o preconceito contra não-bahá'ís que optam pelo homossexualismo é considerado crime.

Os Bahá'ís podem casar quando atingem a idade da maturidade (que se fixou em 15 anos), sendo que as leis civis de cada país devem ser obedecidas. É necessário também o consenso dos pais biológicos de ambos os nubentes para que se casem. Para que se realize o casamento, é também requisitado que se pague um dote (do noivo para a noiva) de 19 mithqáls em puro ouro, o mesmo valor se fixa para os habitantes das aldeias, mas em prata. O casamento inter-religioso é permitido e incentivado. O divórcio é permitido, embora desencorajado, é concedido após um ano de separação, se o par for incapaz de reconciliar suas diferenças.”

Mais semelhanças com o Islamismo, inclusive na interdição ao casamento homossexual...

No final das contas, chegamos à conclusão de que praticamente todas as religiões teístas, antigas ou modernas, guardam um preconceito intrínseco quanto à diversidade de orientações sexuais, o diferente, o não-heteronormativo e qualquer padrão de comportamento não alinhado com o velho machismo patriarcal. O Bahaísmo tem uma inegável conexão doutrinária com o Islamismo, e vemos que o preconceito patriarcal contra a diversidade LGBT se mantém de maneira intocada, a despeito da inexistência da agressão física contra gays... Uma lástima para uma religião que, não fosse isso, teria boas condições de levar a humanidade a uma unidade definitiva...