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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

2012 - um ótimo ano para exercer a inclusão LGBT?

Por Paulo Stekel


Assim, espero! O ano de 2011 foi particularmente interessante. Algumas conquistas, muita oposição dos fanáticos, a mesma violência de sempre contra gays pelo Brasil afora, uma atitude apática (quando não evasiva) do governo federal (diga-se, executivo!) fazendo de conta que apoia os LGBT e que estes merecem consideração NA MESMA MEDIDA que qualquer outro cidadão brasileiro, mas não agindo para que isto ocorra de modo definitivo... Se a nosso próprio governo a questão de trazer aos LGBT a cidadania plena parece secundária, o que podemos esperar dos demais? Contudo, nossos impostos e nosso voto devem ser considerados de primeira, não é mesmo? Até para os corruptos políticos da frente evangélica nosso voto é divino! Mas, do diabólico dinheiro corrupto deles não quero um só centavo!

Penso que 2012 é um ótimo ano para exercermos nossos direitos de cidadãos, independente de leis especiais que ratifiquem o óbvio declarado na Constituição Federal de 1988 de que somos todos iguais e temos os mesmos direitos e deveres. Na verdade, já estamos em todos os lugares da sociedade, mas muitas vezes, escondidos, no armário, acuados por vários fatores determinantes (medo de familiares, dos amigos, do patrão, do pastor da igreja...), fatores estes que devem ser eliminados para que possamos exercer nossa cidadania de modo pleno. E, isso, depende de nossas atitudes individuais no dia-a-dia, não de atitudes necessariamente coletivas. Impor-se como indivíduo pode ser mais efetivo que uma parada gay!

Então, meu anseio para 2012 é que, dentro do possível, todos os cidadãos LGBT possam sair do armário e impor-se nesta sociedade com toda a força de suas almas. Há riscos? Sim, claro que há! E, muitos! Mas, os resultados compensam os riscos. Os resultados de se perceber quem são os verdadeiros amigos, os familiares que realmente nos amam, os colegas de trabalho que nos consideram, os pastores ou padres que superam a homofobia implícita em seus livros sagrados... Só com estes temos algo a partilhar mais do que a ganhar. Com os demais, não temos nada a ver. Se dizem que “não somos de Deus”, dizemos: “Não queremos ser do Deus de vocês, preconceituoso e que se compraz na infelicidade de filhos gays que ele mesmo fez nascerem assim! Na verdade, com este Deus não temos qualquer contrato!”

Desde que me dispus a não me esconder de quem quer que fosse – família, amigos, trabalho, religião, etc. – posso dizer que venci barreiras antes intransponíveis. No meu trabalho todos sabem de minha natureza (pois, penso ser natural a diversidade de orientação sexual!) e, pelo menos ao que vejo, aceitam sem qualquer condição. De quem não aceita já me afastei faz tempo. Nas redes sociais não escondo que tenho um relacionamento com alguém do mesmo sexo – relação de dez anos já! Portanto, quem me adiciona, já sabe, pois isso é público. Mesmo assim, raramente recebo algum email ou post ofensivo ou do tipo trollagem. Dizem que é porque “tenho atitude”, embora tenha dúvidas sobre o que querem dizer com isso. Eu apenas sou como sou, não me escondo, não nego a mim mesmo, sei do meu valor, dos meus direitos, não tento impôr nada a ninguém e não deixo imporem nada a mim, não vivo em guetos e não os incentivo, sei que o mundo é diverso e me agrada que assim seja...

Quanto à religião, sou de origem católica, me tornei espírita aos 15 anos e budista aos 25. Aliás, no Budismo encontrei uma visão não preconceituosa que me agrada. A outros amigos, lhes agrada a visão inclusiva do Candomblé, da Umbanda, do Santo Daime ou das Religiões Neo-Pagãs (Wicca). Sem esquecer, é claro, os amigos pertencentes a Igrejas evangélicas inclusivas! Sou budista desde 1995 – especificamente o Budismo Tibetano –, e descobri que no templo onde estive em retiro no sul do Brasil realizam-se, por vezes, casamentos budistas entre casais gays. Estas cerimônias são restritas por causa do preconceito dos membros de outras religiões na região, o que não impressiona pela obviedade! Já cobrei um pouco mais de coragem dos lamas deste centro budista, lembrando que em centros de umbanda e candomblé é comum a realização de casamentos religiosos públicos, até televisionados. Afinal, um centro budista comandado por uma lama dos EUA cujo séquito quase exclusivo de mulheres é composto por 99% de lésbicas (palavras de quem as viu na intimidade) não pode continuar no armário para evitar problemas. É um centro budista inclusivo de fato e ainda quer esconder-se? O Buda não ensinou o esquivar-se, mas a coragem indômita para defender a verdade, o direito dos seres vivos à felicidade e ao amor pleno. Assim, também penso...

Na família, não há mais o que considerar. No momento em que se conta para os mais próximos e estes contam a “especialistas”, diga-se, aquelas “tias” nascidas para o “jornalismo de sacada”, todos os demais familiares ficam sabendo tão rápido quanto espalhar notícias pelo Twitter. Rsrs. Na verdade, quanto aos mais próximos – familiares e amigos – percebi que, geralmente, contada a verdade, cessam as curiosidades. Escondida a verdade, parece que a curiosidade é insaciável. Rsrs. Portanto, eis meu conselho (gratuito): contem o mais rápido possível para as pessoas certas, as que mais os amam. Se não conseguem distinguir quais são as pessoas que mais os amam, não contem até terem certeza, pois neste caso, ou realmente não os amam ou vocês é que são insensíveis a ponto de não perceberem o amor que lhes é dispensado.

Um dos objetivos da criação deste blogue Espiritualidade Inclusiva foi exatamente o de poder compartilhar com vocês experiências gays ligadas à espiritualidade. E, não só as minhas, mas as de todos os que quiserem colaborar com este projeto. Quero que seja algo de toda a comunidade LGBT e não de uma só pessoa. Aos poucos as sugestões, críticas e colaborações estão chegando. Queremos mais, precisamos mais, e faremos mais! Uma saída do armário no campo espiritual é o que nos propomos por aqui. Houve, há e sempre haverá gays nas tradições espirituais, em todas elas. Tenho certeza de que há santos gays, padres gays, imames gays, rabinos gays, pastores gays, profetas gays, brâmanes gays... Queremos ajudar a todos os LGBT que querem buscar uma espiritualidade, um caminho viável sem preconceito embutido. E, conseguiremos, com a ajuda de todos vocês!


Um Feliz 2012 a todos os que respeitam a diversidade!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Constrangimentos de Fim de Ano

Por Paulo Stekel (artigo postado originalmente em http://gayexpression.wordpress.com/2010/12/21/constrangimentos-de-fim-de-ano/)

Uma de minhas maiores tristezas é o fato de que nunca pude revelar a meus familiares a minha condição… Na maior parte do ano, morando em outra cidade, era até fácil esconder a verdade, dar desculpas não checadas, falar de namoradas fictícias e montar discursos satisfatórios de minhas atividades na capital. Mas, então, chegava o período das festas de fim de ano e a angústia se apossava de mim. Viajar ao interior, junto ao seio familiar, sem as “provas” de normalidade tão ansiada por todos, era um suplício. Parecia que eu me dirigia à cadeira elétrica ou que portava uma bomba-relógio que poderia explodir a qualquer momento.
Todos os meus irmãos iam com suas esposas ou namoradas. Independente de seus atos privados, podiam gozar da visão da normalidade tão desejada pelo “clã”. Eu sempre ia sozinho… triste… acuado como um cão culpado por ter feito algo desaprovado por seu dono. De certa forma, isso me tornava o centro das atenções, das perguntas indiscretas e das preocupações de meus pais. O fato de eu ter ido bem na faculdade, de estar trabalhando e de aparentar ótima saúde parecia irrelevante diante da anormalidade de ter vinte e cinco anos e ainda não ter casado, nem de jamais ter sequer levado uma namorada para visitar minha terra natal. Um constrangimento indescritível. Um ano inteiro de apreensão maquinando respostas às perguntas mais astutas sobre minha vida pessoal.
Mas, quando conheci o amor de minha vida, esse teatro de quinta não podia mais continuar. O conheci no início do ano e, antes de junho já morávamos juntos. Para meus familiares, era só um colega de faculdade que dividia o apartamento comigo. Como nunca nos visitavam, era fácil manter a mentira. Contudo, para os familiares dele, tudo era o oposto. Sabiam, aceitavam e aprovavam. Algum alento em meio ao inferno que minha alma enfrentava todo o tempo.
Mais um final de ano e uma decisão difícil: passar o Natal na casa dos pais dele, sendo aceito plenamente, ou ir sozinho para a casa de meus pais, repetindo a peça teatral há tanto tempo em cartaz… Se decidisse ir para a casa dos pais dele, como explicar aos meus minha ausência?
Depressão, sono, remédios e muito choro após, tomei uma decisão aparentemente insana: ir para a casa de meus pais… com ele. E, fomos! Inicialmente o apresentei como o meu colega de apartamento, o que não era de fato uma inverdade. Mas, os olhares indiscretos, já tão constrangedores em outros anos, agora eram como um pelotão de fuzilamento.
Por fim, me decidi a ir para o paredão e, orgulhoso de minha coragem justa, disse minhas últimas palavras: “Pessoal, este homem que veio comigo não é apenas meu colega. É muito mais do que isso. É a força que eu não tinha, a auto-estima que eu buscava e o amor próprio que tinha perdido. Com ele conheci a família que nunca tive. Ele é meu namorado, o homem que eu amo…”
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A vida é mais irônica e cruel que a ficção. Aprendi isso com o tempo. Quando mais jovem, pensava que a ficção forçava a realidade. Depois, vi que a ficção às vezes é até mais leve.
Quando eu o conheci, acho que nossas almas se entenderam imediatamente. Mas, para ele, a força do ambiente era um impedimento enorme. Sua depressão evidenciava a pressão da família para que não nos víssemos mais. Algumas vezes pensava que ele poderia se suicidar. O pai, um militar linha dura daqueles que adora justificar os tempos da Ditadura, um exemplo de marido (quando a esposa não estava por perto para ver seus casos extraconjugais) e um nobre maçom partidário da Igualdade e o resto que se segue – não sei como ele conciliava tudo isso – de tudo fazia para nos afastar, por ter percebido mesmo antes de nós o que estava sendo engendrado em nossos jovens corações. Os embates intelectuais entre eu e ele eram memoráveis… e tensos. Meu amor ficava mudo, sem dizer uma palavra, apenas ouvindo… ou entorpecido pelo medo.
Chegou a época da formatura do meu amor e ele retornou a sua cidade natal. O pai dele comemorava com os olhos um afastamento que julgava ser definitivo, qual uma cura para um mal que – ele insistia em fazer de conta que não percebia – com certeza não estava em mim.
No final do ano estava eu longe de quem mais me importava ter por perto. Ele sentia o mesmo. Telefonava-me às escondidas, pois estava sob “vigilância militar”. Decidiu vir vir-me no final do ano. Se impôs pela primeira vez, aumentando o ódio que o pai dele sentia de mim. Mas, ele veio. Passou o Natal comigo. Contudo, sua depressão continuou e eu o fiz retornar a sua família.
Num golpe de coragem extrema eu fui até ele após o ano novo. Enfrentei as ironias do “sogro”, a apatia da “sogra” e o comportamento robotizado/normalizado dos “cunhados”. Filhotes de ditador muito bem treinados… Naquela casa passei uns três dias, me sentindo parte de um experimento do “general” do lugar, que deixou as coisas correrem para ver até onde iríamos. Não fomos muito longe… O medo que um filho pressionado tem de seu pai pode paralisar tudo, até o coração. Ele se afastou, não me atendeu ao telefone, tentou o suicídio. Fracassou… Sobreviveu. Entrou nos “eixos da normalidade” e se anulou para si mesmo. Passados muitos anos, está tão obeso quanto seu pai. Eu, contudo, fiz tudo ao contrário. Revivi, levantei, venci, o esqueci e amei novamente. Escolhas… nada mais que escolhas.
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O que mais importa no final do ano? Celebrar, fofocar ou dar-se à hipocrisia? Todos se consideram cristãos incontestes, mas raramente lembram de quem é o aniversariante no Natal. Esquecem totalmente o amor ao próximo pregado por ele. Então, no que se transformou este dia que quase ninguém ousa não comemorar? Em um teatro de marionetes de péssimo gosto. Sempre me senti uma marionete nesta época. Por isso, deixei de comemorar o Natal ou o Ano Novo com minha família. Não sou o tipo que fica inventando mentiras sobre minha vida pessoal para agradar a hipócritas não-santos que se acham a fina flor da “normalidade familiar”. A normalidade familiar é a podridão da mentira e da hipocrisia, é o que se esconde para aparentar autoridade moral.
Depois de muitos anos passando as festas de fim de ano com amigos em lugares públicos, bares e festas privadas, resolvi naquele ano passar com a família de meu namorado. Ele havia me explicado que, embora nunca tenha se assumido, eles pareciam perceber tudo e nunca interferiam, nem ficavam fazendo perguntas constrangedoras. Perfeito demais, pensei… Mas, vamos lá.
A mãe recebeu-nos com a gentileza típica de quem sempre foi “do lar”, empanturrando-nos com todo o tipo de guloseimas de Natal, algo que ela teve muito tempo de sua mesmice de vida de esposa-empregada do marido e dos filhos para aprender.
O pai havia morrido. Os irmãos tinham suas próprias vidas e não se intrometiam uns nos negócios dos outros. Então, as festas de fim de ano serviam apenas para um rápido relatório das atividades anuais, sem muitos detalhes. Essa era a salvaguarda de meu namorado. A mim, só perguntaram coisas comuns, como estudo, trabalho, gosto musical ou literatura. Religião parecia assunto interdito, apesar do Natal ser a maior festa religiosa do Ocidente…
Pode parecer estranho, mas mesmo não sendo alvejado por perguntas constrangedoras, me sentia constrangido naquela mesa farta. O silêncio constrange tanto ou mais que a palavra cortante.
Por baixo da mesa tentei pegar na mão de meu amor, mas ele a retirou imediatamente, olhando-me com ar de reprovação. Perguntei-lhe no ouvido o motivo de não poder pegar em sua mão. Não me respondeu.
Terminada a ceia-cena-ato cronometrado, rito cumprido para exorcizar demônios inquisitórios arquetípicos, cada um foi se retirando e retornando a sua casa. Eu ainda mantinha meu semblante de indignação por nem sequer poder abraçar quem amo na hora do “Feliz Natal”.
Assim que todos saíram e só ficamos eu, ele e a “sogra-empregada”, perguntei-lhe novamente o motivo de não poder me aproximar. Ele novamente emudeceu, mas a mãe chegou em meus ouvidos e sussurrou: “A regra do pai dele ainda é seguida aqui – faça o que quiser de sua vida, frequente a casa paterna com quem quiser, mas não obrigue minha alma a compartilhar da indecência que deve ficar apenas entre você, Deus e o Inferno…”
Indignado, me pus porta afora, não sem antes dizer em alto e bom som: “Antes o Inferno da Verdade da Alma que o Paraíso da hipocrisia dos salvos autodeclarados!”
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Estas três histórias ilustram muito bem o constrangimento que gays passam junto a seus familiares no período das festas de fim de ano. Duas destas histórias são fictícias; uma delas é verdadeira, e se passou comigo. Deixo para vocês a tarefa de descobrir qual delas é um pedaço de minha vida.

Conheço muitos gays que vivem longe de suas famílias. Muitos estudaram, foram ótimos alunos, trabalham e se sustentam, e saíram de suas cidades natais para evitar os constrangimentos típicos de quem ama alguém do mesmo sexo. Na maior parte do tempo o constrangimento é evitado, salvo nas festas de fim de ano. Reencontrar pais, irmãos, primos, tios e sobrinhos é um prato cheio para perguntas totalmente destituídas de inocência. Afinal, nossos parentes nos conhecem muito bem, principalmente nossos pontos fracos. O pai pergunta: “Como vão as namoradas?” (Um pai machista não se sente seguro se for uma só!) A mãe pergunta: “Você está se cuidando?” (O velho clichê da promiscuidade dos gays…) Os irmãos perguntam: “Então, vai casar com mulher ou continuar pagando de veado para todos?” (Esses são os mais sinceros!) Os parentes mais distantes (mas não menos maquiavélicos) perguntam: “Por que não trouxe a namorada desta vez? Você tem namorada, não é? Um rapaz de quase trinta anos sem namorada, já viu, né?” (Vontade de responder: “Veado é seu filho, que tem quinhentas namoradas de fachada e vive dando em cima de mim!”)
A grande verdade é que as festas de fim de ano, especialmente o Natal, são um momento constrangedor para todos, gays ou não. As disputas se acirram, as mágoas se revelam, a hipocrisia reina absoluta, mas o peru tem que estar impecavelmente assado sobre a mesa. E, o aniversariante? Quase nunca é lembrado, salvo em famílias muito religiosas em que alguém ainda lembra que o Natal é a comemoração de um aniversário.

Quando eu era cristão não me indignava tanto com isso como agora, que sou budista. Quando era cristão estava imerso na onda e não percebia o óbvio. Como budista, consigo perceber a deformação e me lembro do aniversariante em sinal de respeito muito mais que muitos cristãos na noite de Natal. O comércio tomou conta da festa, a hipocrisia se tornou a tônica da celebração e o presépio foi susbtituído pelo Papai Noel.
Em geral, meus amigos gays não gostam destas coisas, pois são pessoas inteligentes e percebem a jogada. Gays são pessoas que acabam por aprender a viver sozinhos, a se sustentar, a responder à intolerância e a ironizar a hipocrisia das famílias. A única exceção é um primo meu, formando de Medicina (o julgava culto e inteligente…), que ao saber que não comemoro o Natal por ser budista (ele sabe o que é isso?), largou esta pérola: “Como assim? Todo mundo comemora o Natal! Não conheço quem não comemore!” (Silêncio sepulcral…) [Só para matar a curiosidade de vocês: ele ainda vai sozinho para o interior no final do ano e jura que tem namorada, mas mora com o namorado há anos.]

Nota atual: A pessoa que protagonizou comigo a história verdadeira (vocês deverão deduzir qual é ela) morreu num trágico acidente de carro em abril de 2011, portanto, quatro meses após eu ter escrito este artigo. Foi uma fatalidade. Ele estava na carona do carro da empresa e não resistiu aos ferimentos. Ao Eduardo, seu nome verdadeiro, rendo minhas homenagens póstumas...)