Por Espiritualidade Inclusiva
Na tarde do dia 18 de maio de 2013, foi realizada na Câmara Municipal de Canoas - RS, uma "Audiência Pública com o Senador Paulo Paim", tendo como pauta "O PLC 122: pela criminalização da homofobia". Cerca de 200 pessoas se fizeram presentes, entre representantes de ONGs de ativismo LGBT, afro-umbandistas, representantes do movimento negro e pessoas envolvidas com o tema Direitos Humanos.
O evento foi uma realização conjunta do Gabinete do Senador Paulo Paim e do Gabinete do Vereador Paulinho de Odé (PT - Canoas), com apoio do Coletivo LGBT e Simpatizantes de Canoas, ONG Parceiros da Diversidade, ONG LOVE e Coordenadoria de Políticas de Diversidades de Canoas. Até o momento esta foi a única Audiência Pública com o atual relator do PLC 122 no Estado do Rio Grande do Sul e Canoas foi a primeira cidade a apresentar uma minuta coletiva de projeto de lei em mãos do senador.
O Movimento Espiritualidade Inclusiva se fez presente, através do Coordenador Geral Paulo Stekel, que representando o Coletivo LGBT e Simpatizantes de Canoas, entregou em mãos do Senador Paim a "Minuta de Canoas" (leia ou baixe a minuta aqui), contendo as sugestões consensuais de todos os envolvidos no tema em Canoas para o texto final que o Senador pretende colocar em votação até o final de 2013.
Nosso apoiador Kenai Alves registrou em vídeo cerca de uma hora e meia dos momentos mais importantes para a reflexão sobre o tema. Dividimos tudo em quatro partes. Confiram:
Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=-N9aswy5LWU - Nesta parte: Abertura com apresentação de Fabielli Kimberly; fala do Vereador Paulinho de Odé (presidente da mesa); fala de Everton Alfonsin (presidente da FAUERS - Federação Afro-Umbandista e Espiritualista do RS).
Parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=vJYxqOrDaBU - Nesta parte: Falas de Paulo Stekel, coordenador do Movimento Espiritualidade Inclusiva, representando o Coletivo LGBT e Simpatizantes de Canoas e entregando ao Senador Paim a Minuta de Canoas como contribuição ao novo texto do PLC 122; Delegada Sabrina Defenti; Roselaine Silva, representando o Conselho Nacional LGBT e a LBL - Liga Brasileira de Lésbicas; Rogério Ambieda (Coordenador de Diversidades de Canoas - RS); Fábulo Nascimento da Rosa (Coordenador Estadual de Diversidade Sexual).
Parte 3
http://www.youtube.com/watch?v=l3YOiCkgKiE - Nesta parte: Fala do Deputado Nelsinho Metalúrgico (PT - RS) e do Senador Paulo Paim, atual relator do PLC 122.
Parte 4
http://www.youtube.com/watch?v=nH8Vu0vt5mE - Nesta parte: Falas do público - entre eles, Ana Naiara Malavolta (LBL e Fórum Gaúcho pelas Liberdades Laicas), Zumba Toledo, além de Marina Reidel e Roselaine Silva (ambas do Conselho Nacional LGBT); apresentação final de Fabielli Kimberly; fala final do senador Paim.

Blogue do Movimento Espiritualidade Inclusiva. Artigos sobre visão inclusiva nas diversas formas de espiritualidade; denúncias de preconceito religioso e fundamentalista contra LGBTs; dicas de blogues, sites, filmes e documentários; tradução de artigos; divulgação de eventos LGBT e os inclusivos; notícias do mundo LGBT; decisões legislativas e debates políticos relativos aos direitos LGBT; temas culturais relevantes. Contato: espiritualidadeinclusiva@gmail.com
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terça-feira, 21 de maio de 2013
Vídeos com trechos da "Audiência Pública sobre o PLC 122 com o Senador Paulo Paim" em Canoas - RS
quinta-feira, 8 de março de 2012
Vencendo a homofobia – a experiência inclusiva de Canoas – RS
Por Paulinho de Odé
(publicado originalmente em
http://paulinhodeode.blogspot.com/2012/03/vencendo-homofobia-experiencia.html)
A homofobia está
presente em todos os recantos deste país, nos lares, na rua, nas
escolas... Aqui em Canoas não é diferente. Contudo, através de um
trabalho intenso iniciado anos atrás, estamos agora colhendo os
frutos de uma conscientização crescente. A coisa já foi muito pior
e sem qualquer ajuda do poder público, sem políticas que
defendessem a comunidade LGBT da região. Uma das iniciativas da
Coordenadoria de Políticas de Diversidade de Canoas em prol da
conscientização quanto à homofobia é a Parada Livre, da qual já
tivemos três edições. Este evento é consequência de uma série
de atividades que tem por objetivo lutar contra qualquer tipo de
preconceito e violência na nossa cidade. Seu sucesso crescente acada
ano nos motiva a realizar muito mais atividades e eventos que lutem
contra a homofobia e ajudem a diminuir os assassinatos no nosso país,
tendo em vista que o Brasil é o que tem o maior número de
homicídios a pessoas LGBT no mundo. A Parada é, na verdade, uma
forma alegre de celebrar a diversidade e a consciência da
necessidade de combater a homofobia.
Todas as lutas
históricas dos movimentos sociais se deram através da organização
e da reivindicação. E nós, que fomos forjados nos movimentos
sociais entendemos que a política pública só acontece com força
quando se tem trabalho compartilhado de gestão e movimento. Por
isso, é importante que cada vez mais as ONGs em Canoas, e no Estado,
se organizem, se fortaleçam, para que as demandas dos movimentos
sejam contempladas. Mas nós precisamos potencializar mais as ONGs na
cidade e no Estado. O nosso lema é discutir o que nos une, não o
que nos separa.
Aqui em Canoas, nossas
atividades pró-LGBT e pró-liberdade religiosa são uma demonstração
da importância destas ações para o bem comum e a cidadania plena
de setores que padecem sob muito preconceito.
Tudo isso mostra que
estamos agindo corretamente na luta pelo direito à diversidade e no
combate à homofobia. Os promotores de violência homofóbica
precisam ir para trás das grades, assim como já ocorre no caso da
Lei Maria da Penha. Homofobia é um crime e não há outra definição
para ela! Mesmo que de forma muitas vezes velada, a discriminação
contra o homossexual ainda é forte, e é rotineira em determinados
segmentos da sociedade.
Ainda dentro das
iniciativas neste sentido, em 21 de junho de 2011, realizamos em
Canoas o I Fórum Estadual de Combate à Homofobia (Educação, Direitos
Humanos e Homolesbofobia). A tônica do fórum foi um amplo debate
sobre a violência física à população GLBT e as relações desse
fenômeno com a afirmação da democracia. Esta foi uma parceria bem
sucedida da Coordenadoria de Políticas de Diversidade com a Liga dos
Direitos Humanos, da Faculdade de Educação da UFRGS. Neste ano de
2012 realizaremos o II Fórum Estadual de Combate à Homofobia, em
junho.
Além de continuar
fomentando uma melhor definição de políticas públicas,
continuamos nosso trabalho de ajudar na consolidação dos direitos
humanos como prática cotidiana, para que cesse o preconceito
explícito ou velado que ainda impregna nossa sociedade e não
permite o reconhecimento cidadão pleno de pessoas unicamente por
conta de sua orientação sexual. Fóruns, paradas livres, encontros,
seminários e outras ações de conscientização são importantes
para dar visibilidade às ideias de todos os que lutam contra a
discriminação. Estamos prontos agora, para dar um novo passo: o de
integrar ainda mais a comunidade LGBT em Canoas, através de novas
iniciativas, eventos e ações que deverão ser sugeridas pelos
próprios interessados. Sempre há muito a se fazer e Canoas já é
um exemplo para o Brasil. Vamos fazer isso se ampliar e expandir.
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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
[Editorial] Inclusão X Demonização
Por Paulo Stekel
Hoje, 13 de fevereiro
de 2012, nosso blogue Espiritualidade Inclusiva completa dois meses
de um trabalho intenso e reconhecido pela comunidade LGBT, tanto
aquela parcela interessada em religião e espiritualidade quanto
aquela formada por ateus e ativistas político-sociais. As
estatísticas atualizadas mostram o que já conquistamos: 44
postagens de diversos autores, mais de 4300 visitantes, quase 6 mil
visualizações de página e diversos comentários muito inteligentes
e com argumentos profundos.
Até o momento, a
postagem mais lida é o artigo “A visão espírita da união
estável homossexual segundo Divaldo Pereira Franco”, que recebeu
vários comentários no blogue e no Facebook exatamente por envolver
a figura de um dos mais famosos médiuns espíritas do Brasil.
O segundo artigo mais
lido até agora é “[Notícia] Uma lição (cristã) de amor ao
próximo LGBT...”, referente a uma foto em que um grupo cristão
aparece a um desfile do Orgulho Gay em Chicago segurando cartazes
apologéticos, incluindo "Eu sinto muito de como a Igreja tratou
vocês". Atitudes inclusivas desta natureza sempre encontram um
apelo positivo junto à comunidade LGBT.
O terceiro artigo mais
lido até o momento é “[Evento] Palestra sobre Espiritualidade
Inclusiva no Fórum Social Temático – Porto Alegre – RS”. Se
trata do convite para nossas atividades junto ao Fórum Social
Temático (FST), ocorrido em Porto Alegre entre os dias 24 e 29 de
janeiro.
As atividades que
promovemos durante FST foram coroadas de êxito. A primeira delas foi
uma palestra intitulada “Espiritualidade Inclusiva – a aceitação
da comunidade LGBT pelas religiões no Brasil”, realizada no dia 25
de janeiro, na Usina do Gasômetro, centro de Porto Alegre. Foi nosso
primeiro contato oficial com o público LGBT fora da Internet. Quem
esteve presente gostou da proposta de inclusão dos LGBT nas diversas
organizações religiosas/espirituais sem qualquer demonização ou
preconceito. A segunda atividade foi uma oficina chamada “Diversidade
Intercultural e Espiritualidade Inclusiva” realizada no FST –
Canoas no dia 26 de janeiro, no Galpão da Diversidade montado pela
Coordenadoria de Políticas de Diversidade, coordenada por Paulo
Rogerio Ambieda (Paulinho de Odé). O público desta atividade era
formado principalmente por afro-umbandistas, membros de uma das
religiões mais demonizadas pelo neo-pentecostalismo radical
brasileiro.
A propósito, os dois
conceitos de “inclusão” e “demonização” se opõem. A
inclusão se refere a entender a diferença e a diversidade do outro,
compreendê-lo e amá-lo, acolhê-lo e vê-lo como parte de um
universo natural, social, religioso/espiritual e político tanto
quanto a si mesmo.
A demonização –
termo que se refere a um preconceito vindo de religiosos para com o
diverso – anda em sentido oposto, tendendo à normatização de
crenças e dogmas, incompreensão da diferença e diversidade do
outro, estranheza pelas características do outro, negação de um
caráter natural (não doentio, não esdrúxulo, não aberrativo) à
existência do outro, redundando em não reconhecimento de seus
direitos sociais, religiosos/espirituais e políticos. Ou seja, ao
demonizar o outro, os fanáticos religiosos se consideram o summum
bonum de Deus e os demais como decadentes, endemoninhados e
aberrações.
A hipocrisia, a
intolerância e a ignorância a respeito do outro, além de se achar
a “última bolacha do pacote divino” são as tônicas da
demonização. As grandes religiões instituídas, falemos
francamente, sempre caem nesta tendência a se acharem melhores que
as demais, a pregarem uma ideia de que são o único caminho viável
para uma salvação, felicidade, perfeição ou iluminação. Faz
mesmo parte das características das religiões. Se elas são
sistemas fechados, “prontos”, com respostas para (quase) todas as
questões mundanas, é natural que se considerem aptas a contrapor
qualquer outro sistema fechado, pois sistemas fechados não
conversam, não interagem. Algumas religiões, que podemos
classificar mais como “filosofias religiosas”, talvez consigam
ser mais abertas e dialogar com o outro (religioso ou não). Mas, as
religiões patriarcais teístas em geral, são muito incompetentes
neste diálogo. Por isso, o diálogo inter-religioso esbarra em
tantas dificuldades quando os temas debatidos são muito polêmicos.
A inclusão dos LGBT é um destes temas “tabu”.
De qualquer forma,
continuamos o nosso trabalho de conscientização quanto a dois
fatos: os LGBT possuem uma espiritualidade e um anseio por questões
transcendentais tanto quanto qualquer outro ser humano; os LGBT
merecem, por conta de sua existência não voluntária (não decidem
ser LGBT!), ser reconhecidos como naturais, normais (numa natureza
não plenamente conhecida sequer pela ciência) e dignos de todos os
direitos dos outros seres humanos, entre eles, o de não serem
demonizados, apartados como leprosos, considerados doentes,
aberrações ou desviantes.
Continuamos abertos a
críticas, sugestões, artigos e notícias de colaboração, dicas e
depoimentos de quem queira passar aos leitores do blogue suas
experiências com a religião e a espiritualidade. O formato do
blogue não é fechado e podemos melhorá-lo ou modificá-lo sempre
que for útil e necessário. Aos poucos estão chegando alguns
relatos interessantes que virarão artigos em breve. Há uma
multiplicidade de experiências que precisam chegar ao grande
público, para nortear nossas ações em prol da inclusão e da
diversidade.
Contamos com nossos
leitores nesta tarefa de fazer esta proposta se expandir por todos os
cantos e liberar pessoas de angústias internas e da sensação de
não serem dignas de qualquer benefício divino, espiritual ou
transcendental. São dignas e, em breve, serão plenamente
reconhecidas como tais!
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
[Evento] Palestra sobre Espiritualidade Inclusiva no Fórum Social Temático – Porto Alegre – RS
Por Paulo Stekel
Com o tema "Espiritualidade Inclusiva - a aceitação da comunidade LGBT pelas religiões no Brasil", a palestra discorrerá sobre a visão inclusiva da espiritualidade - aquela que considera os direitos religiosos da comunidade gay (LGBT) - como um fator de inclusão e justiça social dos LGBT na sociedade brasileira, buscando inserir os gays e todos aqueles que expressam a diversidade de orientação sexual numa religiosidade sem o preconceito fundamentalista que se tem observado em nosso país. A palestra será interativa, contando com relatos de experiências contadas no blogue Espiritualidade Inclusiva – http://espiritualidadeinclusiva.blogspot.com, que congrega textos de várias tradições espirituais e sua visão sobre a natureza homossexual, e também relatos do público presente sobre suas experiências religiosas.
Atualização: A Palestra de Paulo Stekel sobre "Espiritualidade Inclusiva" no Fórum Social Temático no dia 25/jan, 13h, na sala 03 (auditório) da Usina do Gasômetro, já está na lista das atividades no site do Fórum. Agende-se! http://www.fstematico2012.org.br/index2.php?link=16
________________________________
Imperdível! No próximo
dia 25 de janeiro, às 13h, no Auditório da Usina
do Gasômetro, em Porto Alegre – RS, o professor,
jornalista e músico Paulo Stekel fará a primeira palestra
pública do Movimento Espiritualidade Inclusiva, como parte
das atividades autogestionárias do Fórum Social Temático (FST),
que se realizará entre 24 e 29 de Janeiro em quatro cidades da
região metropolitana - Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo e Novo
Hamburgo - (confira a programação completa do fórum em
http://www.fstematico2012.org.br).
Com o tema "Espiritualidade Inclusiva - a aceitação da comunidade LGBT pelas religiões no Brasil", a palestra discorrerá sobre a visão inclusiva da espiritualidade - aquela que considera os direitos religiosos da comunidade gay (LGBT) - como um fator de inclusão e justiça social dos LGBT na sociedade brasileira, buscando inserir os gays e todos aqueles que expressam a diversidade de orientação sexual numa religiosidade sem o preconceito fundamentalista que se tem observado em nosso país. A palestra será interativa, contando com relatos de experiências contadas no blogue Espiritualidade Inclusiva – http://espiritualidadeinclusiva.blogspot.com, que congrega textos de várias tradições espirituais e sua visão sobre a natureza homossexual, e também relatos do público presente sobre suas experiências religiosas.
A palestra tem como
público-alvo a comunidade em geral, os movimentos religiosos e o
público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), e
marcará o nascimento efetivo do Movimento Espiritualidade
Inclusiva, que acaba de obter o apoio e a parceria da
Coordenadoria de Políticas de Diversidade, ligada diretamente
ao Gabinete da Prefeitura de Canoas – RS e coordenada por Paulo Rogério Ambieda (Paulinho de Odé).
Contamos, então,
com a presença em massa dos amigos da comunidade LGBT da região
metropolitana e de todos aqueles que virão de outras partes do
Brasil para participar do Fórum Social Temático. Ajudem a divulgar
este evento, pois é muito importante para a Inclusão e a
Diversidade.
Após a realização da
palestra, entre os dias 25 e 29, Paulo Stekel estará engajado
nas atividades do Fórum Social Temático em Canoas, junto ao
espaço da Coordenadoria de Políticas de Diversidade (ver:
http://www.canoas.rs.gov.br/site/departamento/index/id/44).
Entre as atividades previstas para Canoas, está uma palestra de
Stekel no Galpão da Diversidade, que vai estar situado no
Parque Esportivo Eduardo Gomes. No local também haverá
exposição fotográfica e oficinas. Confira detalhes no website
da Prefeitura de Canoas:
http://www.canoas.rs.gov.br/site/noticia/visualizar/id/4212
Atualização: A Palestra de Paulo Stekel sobre "Espiritualidade Inclusiva" no Fórum Social Temático no dia 25/jan, 13h, na sala 03 (auditório) da Usina do Gasômetro, já está na lista das atividades no site do Fórum. Agende-se! http://www.fstematico2012.org.br/index2.php?link=16
________________________________
Palestra:
"Espiritualidade Inclusiva - a aceitação da comunidade LGBT
pelas religiões no Brasil"
Ministrante: Paulo
Stekel
(professor, escritor, jornalista e músico, praticante
budista, administrador do blogue Espiritualidade Inclusiva e
idealizador do movimento de mesmo nome)
Data: 25 de janeiro
(quarta-feira), 13h
Local: Auditório da
Usina do Gasômetro (Porto Alegre – RS)
[Notícia] O exemplo da Coordenadoria de Diversidade em Canoas – RS
Por Paulo Stekel
No dia de ontem, 16 de
janeiro, na qualidade de editor do blogue e idealizador do Movimento
“Espiritualidade Inclusiva” (sim, já somos um movimento, e
ele está crescendo diariamente!), fomos a uma reunião na
Coordenadoria de Políticas de Diversidade, ligada diretamente
ao Gabinete do Prefeito de Canoas – RS, o Sr. Jairo Jorge.
A reunião teve por
objetivo apresentarmos ao responsável pela Coordenadoria, o sr.
Paulo Rogério Ambieda (Paulinho de Odé) [ver foto abaixo], a nossa proposta
como Movimento Espiritualidade Inclusiva e como podemos
trabalhar em parceria com a Coordenadoria e as ações da Prefeitura
de Canoas em prol da diversidade de orientação sexual, do diálogo
inter-religioso e da visão inclusiva.
(Paulo Rogério Ambieda, o Paulinho de Odé, à frente da Coordenadoria de Políticas de Diversidade em Canoas - RS)
Inicialmente, o sr.
Paulinho de Odé apresentou o trabalho desenvolvido pela
Coordenadoria e revelou que esta é a primeira Coordenadoria de
Políticas de Diversidade com status de secretaria do Estado do Rio
Grande do Sul e, muito provavelmente, uma das únicas com esse status
no Brasil inteiro. Foi criada na atual administração com a missão
de promover a dignidade, garantir os direitos humanos e o acesso à
justiça, mediante o combate à discriminação e a proteção aos
grupos vulneráveis com geração de oportunidades e inclusão
social. Ela tem poder de voto em ações do executivo que possam
interferir na parcela dos cidadãos relacionados às políticas da
Coordenadoria. Na verdade, esta foi a primeira Coordenadoria de
Diversidades de uma Prefeitura no RS. A Coordenadoria de Diversidade
de Canoas tem um caráter bem mais político-social que
político-partidário, já que o objetivo é chegar a todas as
camadas da sociedade e cumprir seus vários objetivos, definidos
pelos focos principais de ação:
- Diálogo
inter-religioso (vários eventos de diálogo entre as religiões
já foram realizados, especialmente entre as religiões de matriz
africana e as correntes do Cristianismo, frequentemente envolvidas em
ações discriminatórias contra os africanistas);
- Inclusão das
religiões historicamente excluídas (estas religiões são a
umbanda, o candomblé – e correntes similares, e o espiritismo –
várias ações de inclusão destas religiões no meio social,
cultural e educacional);
- Diversidade de
orientação sexual (ações no campo da saúde, segurança e
cultura – a Coordenadoria já realizou três Paradas Livres, sendo
que a Parada de Canoas já é a terceira maior do RS e,
provavelmente, a mais bem organizada de todas – a ideia é que a
partir deste ano venha a ser a maior parada do RS – realização de
palestras em empresas, seminários e encontros regionais, alertando
sobre os riscos e prevenção de doenças sexualmente
transmissíveis);
- Diversidade
cultural (apoio a ONGs com propostas de inclusão social, ações
de promoção da diversidade cultural em comunidades carentes);
- Diversidade étnica
(trabalhada basicamente nos terreiros africanistas, onde se pode
encontrar a maior diversidade étnica convivendo harmonicamente no
Brasil).
Para o Coordenador,
Paulinho de Odé, que já participou de vários movimentos LGBT no
RS, a homofobia começa dentro da família (agressões, expulsão de
casa) e depois vem a estender-se à escola (bullying
homofóbico, evasão escolar). Segundo ele, a Coordenadoria de
Diversidade é uma ferramenta do movimento social. Ele defende o
protagonismo compartilhado entre o poder público e o movimento da
diversidade.
Numa conversa muito
agradável que durou cerca de duas horas, o Coordenador revelou-nos
as dificuldades em trabalhar a inclusão da diversidade de orientação
sexual entre alguns grupos religiosos mais fundamentalistas.
Realmente, esta é uma das tarefas mais difíceis de se realizar
quando um dos lados não está disposto a dialogar e a inserir-se no
todo da sociedade de um modo pleno. Contudo, a impressão que tivemos
ao vermos a equipe da Coordenadoria, foi a mais positiva possível.
Entre os parceiros da Coordenadoria estão sacerdotes africanistas e
integrantes de movimentos ligados à Igreja Católica. É um trabalho
louvável e necessário que deveria ser multiplicado pelo Brasil
todo.
Segundo dados da
Secretaria Municipal de Segurança e Cidadania, o índice de
violência contra os LGBT teve uma diminuição considerável desde a
implantação da Coordenadoria de Diversidade.
Ao final da reunião,
tivemos o compromisso de apoio por parte da Coordenadoria de
Políticas de Diversidade ao Movimento Espiritualidade Inclusiva.
Desta forma, teremos participação em atividades realizadas pela
Coordenadoria no Fórum Social Temático em Canoas, que se realizará
entre 25 e 29 de janeiro. Além disso, o coordenador colocou a nossa
disposição o espaço físico da Coordenadoria para realizarmos
reuniões e propormos atividades e novas ações, numa parceria que
será claramente de um enorme sucesso.
Para saber mais sobre a
Coordenadoria de Políticas de Diversidade de Canoas – RS, acesse:
http://www.canoas.rs.gov.br/site/departamento/index/id/44
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