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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Preconceito: retrato de uma sociedade segregária

Por Valéria Nagy


Já dediquei outros posts em meu blog La Strega ao tema "preconceito", mas creio que é um tema que nunca se esgota, haja vista sua epidemia na sociedade. A cada época, momento, dia, hora, é "criado" um novo preconceito. Para quem se preocupa em viver e manter uma sociedade sadia, isso é preocupante.

É fato que os preconceitos existem há milênios, tomando forma especialmente a partir do momento em que a raça humana passa a conduzir a sociedade por meio de conceitos religiosos. De lá para cá (e já faz muito tempo mesmo, acreditem) um número imenso e crescente de preconceitos passou a existir. Atualmente vivemos no que eu chamo de "ditadura do preconceito", pois é ele, o preconceito, com sua grandiosa capacidade de mudar a forma de pensar de pessoas, por meio de suas imposições e julgamentos, quem manda no mundo hoje. Se observamos, notaremos que o pensamento das massas tem fundo em alguma "crença" que "alguém" falou que "leu" em algum lugar etc., etc., etc. E que sempre termina na ideia de que "Deus disse que é assim".

Infelizmente temos que aceitar o fato de que os humanos foram corrompidos pelo mal uso da palavra, pelas crenças e pelo hábito de julgar o próximo.

Em um triste momento da história, o homem (e aqui me refiro ao gênero masculino do ser humano) instituiu, pela força da palavra e blasfemando em nome de Deus, que as mulheres não tinham alma, rebaixando-as a meras reprodutoras e com a "obrigação" de cuidar deles, os homens. Estes homens passaram então a impor que o sexo masculino era naturalmente superior não só em força física, mas em capacidade intelectual e espiritual também. Imagino que isso tenha começado a ocorrer em priscas eras, antes mesmo de Moisés. É fácil notar que o Antigo Testamento da Bíblia é direcionado em totalidade à compreensão exclusivamente masculina, ou seja, foi escrito apenas para os homens. Porém, na Antiguidade isso não era assim, as mulheres eram valorizadas e havia equilíbrio entre os gêneros (como na sociedade celta, por exemplo).

Mas as coisas foram piorando ao longo do tempo, distorcendo o conceito de evolução. A palavra preconceito significa: Conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados. Opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão. Superstição que obriga a certos atos ou impede que eles se pratiquem. Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos. Ou seja, preconceito é opinião sem conhecimento. Ora, como posso endossar algo que por si só já me diz que é errado? Afinal, se uma opinião é formada com base em algo que não se conhece, já começa não tendo credibilidade alguma. Portanto, é uma opinião morta, sem fundamento. E preconceito é isso, algo que se expressa sem fundamento algum. Algo que não se pode dar crédito, que não se pode acreditar.

Mas, infelizmente, na realidade, o preconceito, mesmo sem fundamento, tem força e promove a falta de entendimento entre as pessoas. Ele corrói a sociedade e transforma conceitos verdadeiros em erros de interpretação e faz nascer, assim, ódio nos corações. Isso ocorre porque ele foi tão bem "tatuado" na sociedade que se tornou algo quase impossível de ser retirado, isso porque dentro do "preconceito-pai", a origem de um pré-conceito, foram reproduzidos milhares de formas diferentes de preconceito. Uma verdadeira disseminação sem controle. O ódio que cria mais ódio que cria novos ódios e assim sucessivamente.

Vivemos assim, no meio de toda essa fábrica de ódios. Pessimista, você pensou? Não, isso é overdose de realismo. Mas não percamos a esperança. Há ainda meios para limpar essa sujeira criada por nós. E o jeito é mudar a mente e o coração. Dá trabalho, muito trabalho. Por certo que fará muitas vítimas ainda, mas a luta não pode ser interrompida.

O retrato da intolerância hoje é vasto, há preconceito contra os negros, os índios, os amarelos, os imigrantes, os migrantes. Há preconceito contra os deficientes físicos, os deficientes mentais, os baixos, os muito altos, os anões, os obesos, os inteligentes, os com inteligência mais limitada. Há preconceito contra os homossexuais, contra os transexuais. Há preconceito contra os judeus, os muçulmanos, os hindus, os espíritas, os umbandistas, os esotéricos. Há preconceito contra as mulheres. Há preconceito contra os pobres, os incultos.

Nomearam preconceitos: xenofobia, homofobia, bulliyng, racismo, etc. Há até preconceito contra quem torce para outro time de futebol, quem gosta de certos estilos musicais, quem gosta de se vestir de determinada maneira, quem tem tatuagem, quem gosta de pintar o cabelo, etc., etc., etc.!

E, com certeza ainda existem outros preconceitos dentro dos próprios preconceitos, que se vão multiplicando como coelhos pelas mentes e corações das pessoas!

Foi determinado que a maioria está certa e a minoria deve ser esmagada. Não se respeita direitos e não se cumpre deveres sociais, quais sejam o respeito, a tolerância entre as pessoas e suas escolhas. E muitos preconceituosos exaltados não se satisfazem apenas em ter o preconceito, precisam expô-lo e forçá-lo, como ocorre em atos violentos de intolerância.

É fácil perceber que preconceito é algo errado, pois se analisarmos morfologicamente, veremos que a preposição que rege a palavra "preconceito" é "contra". E "contra" significa algo em oposição hostil, em luta, na direção oposta. Portanto, o preconceito estará sempre agindo contra alguém ou algo.

Encontrei em alguns sites e blogs, pessoas que espantosamente defendem que existem "preconceitos bons", pois servem como um alerta à sociedade, fazendo com que ela se proteja de algo que não lhe será bom. Ora, como posso aceitar essa ideia? Se o preconceito é algo que se conceitua sem que se tenha conhecimento sobre determinado assunto ou comportamento, e que vai contra pessoas, como dizer que pode haver um lado bom nele? Como uma ideia que não é fundamentada em conhecimento sólido pode ser aceita como correta? Como algo que provoca a intolerância pode ter um lado bom? Portanto, não posso concordar com a ideia de que possam existir preconceitos "camaradas", ou seja, bons.

A meu ver, o primeiro passo para romper preconceitos é perder o medo de enfrentá-los. Não aceitar simplesmente ser excluído da sociedade, mas sim insistir em voltar para o meio e gritar: "Esse lugar é meu e ninguém vai me tirar o direito de existir, só porque acha que não devo existir!" Estamos vivos e temos direito à vida plena!

O muro de Berlim foi quebrado após muita luta e muitas lágrimas derramadas na Alemanha. Mas caiu! Os preconceitos também terão de ser quebrados, derrubados. Será assim feito à custa de lágrimas e sofrimento? Sem dúvida. Mas terá de ser feito! E para isso não precisaremos que enxofre e fogo sejam derramados sobre nossas cabeças, como em Sodoma, não! Serão nossas mãos unidas, nossa voz gritando em uníssono que todos têm direito a viver com respeito e dignidade social.

E Deus, aliás, é o puro Amor. Tenho que refutar quem diz que foi o próprio Deus quem estabeleceu os preconceitos. Refutarei sempre, pois é contraditório e foge à lógica simples acreditar que Deus manda seus filhos odiarem-se. Como se diz por aí: tenha dó!

Preconceito é a desculpa perfeita para justificar a intolerância. Justificar o injustificável é chover no molhado. E por que, então, o preconceito é tão forte e cresce cada vez mais na sociedade? Porque a ser humano tem pouquíssimo conhecimento sobre si mesmo. Essa é a resposta. Quem não conhece a si mesmo repete o que os outros falam, sem questionar e decretando aquilo como a verdade absoluta. Há de se educar as massas, educar com a verdade, para que esses pré-conceitos sejam eliminados, pois educando com a verdade, impedimos que quaisquer preconceitos sequer nasçam naquela mente, e, consequentemente a sociedade vai mudar.

Por fim, este texto foi elaborado para que o leitor desperte o raciocínio e pense sobre os preconceitos, inclusive, os que ele próprio tenha e possa, com isso, refletir sobre o porquê de se ter preconceito seja lá do que for. Refletir, buscar entendimento, adquirir conhecimento e enxergar algo como de fato é, sem suprimir informações nem se basear em profecias bíblicas. Só assim para que possamos exercer nossa religiosidade plenamente e só assim para estabelecermos uma sociedade verdadeiramente fraterna e harmônica em sua diversidade.

Não se deixe excluir. Não exclua ninguém. É preciso ter tolerância no coração. Quanto mais a sociedade muda seus conceitos pré-concebidos, mas a Humanidade vai tornar-se realmente humana.

Que Assim Seja.
Paz Profunda!

domingo, 15 de julho de 2012

Espiritualidade e Preconceito

Por Valéria Nagy


Conhecimento espiritual. Este recurso da capacidade humana está além da religião, afinal, antes de existirem as religiões, já existia a espiritualidade.

"O conhecimento espiritual é a análise das experiências ou das vivências que são estimuladas por forças que não podem ser percebidas pelos sentidos físicos comuns." (blog O Terceiro Testamento)

Concordo. E, isso não tem nada a ver com Deus e diabo, e nenhuma religião. A espiritualidade, em sua essência, simplesmente é. Doutrinas e dogmas são criações puramente humanas. E, como arranjos humanos, tudo o que nelas contêm são contaminadas pela razão humana. Porém, o espírito já encarna com a sabedoria que carrega. Acabam por ser pessoas com valores sólidos e opiniões fortes, sem deixar-se levar pelas imposições sociais e crenças passadas de geração em geração.
Portanto, aquele que detém o conhecimento espiritual, livre de dogmas e doutrinas, e domina esse conhecimento, não pode jamais ser portador de preconceitos quanto às relações humanas e a existência, pois, este é obrigado a compreender a Lei Divina por completo, e o significado real do Amor e da felicidade, sem misturar romantismo e ficção. Aquele que se diz espiritualizado, mas tem preconceitos, de espiritualizado nada tem, pois carrega em si as crenças sociais incutidas no seu âmago desde a tenra idade. Ora, no muito, podemos considerar este como alguém que possui estudo sobre o tema, mas não como detentor de conhecimento.
A espiritualidade tem que livre de preconceitos e crenças sociais, pois o Amor de Deus ou da Criação não admite preconceito de nenhuma espécie, mas sim a tolerância e o respeito.

Paz Profunda a todos!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Fundamentalismo

Por Valéria Nagy

O fundamentalismo é a crença na interpretação literal da Bíblia (ao pé da letra); são as religiões ortodoxas, ou seja, que não aceitam ideias de reforma em sua doutrina; são quaisquer doutrinas ortodoxas.
As principais religiões sempre foram fudamentalistas. Os judeus, ainda que tenham se modernizado um pouco, mantém ainda uma parte ortodoxa; os cristãos subdivididos em católicos, protestantes, evangélicos (pentecostais e neo-pentecostais), espíritas... têm a porção mais fundamentalista, se posso assim dizer, principalmente entre os evangélicos; e os muçulmanos são os mais fundamentalistas. Sejam mais ou menos, esse radicalismo está presente em todas elas, o que é, a meu ver, uma trava nos passos da evolução humana.
Viajando na história, lembremos do fundamentalismo católico da Idade Média denominado Santa Inquisição, fundamentalismo esse que dizimou milhões de seres humanos, pelos meios mais dolorosos que se possa imaginar. Além de prender os considerados hereges, a Igreja de Roma torturou com requintes da mais absoluta crueldade centenas de milhares de pessoas, até a sentença final: a morte. As Cruzadas destruíram e mataram populações de cidades inteiras "em nome de Deus". Na verdade, em nome do Papa.
Já são décadas de conflitos intermináveis no Oriente Médio por conta do fundamentalismo religioso. Muçulmanos e judeus se matam pela Terra Santa, uma terra de ninguém, haja vista o quanto sangue já escorreu por ali e nada mudou; grupos radicais também; e a indignação com o ocidente provoca ataques terroristas como o que vimos em Nova York, em 2001. Matam-se líderes como Sadam Hussein, Osama Bin Laden, Muamar Kaddafi... e daí, o fundamentalismo acabará por causa disso? Não. Pelo contrário, isso só faz aumentar a raiva dentro desses indivíduos, que se autoexplodem em nome de Allah.
Paralelo ao Oriente Médio, vemos crescer o fundamentalismo evangélico, onde religiões pregam o ódio contra outras religiões e contra comportamentos sociais que eles consideram pecado. Com a força da mídia a seu lado, vão propagando sua doutrina a quem possam alcançar, pois as grandes igrejas têm emissoras ou programas de TV aberta e de rede nacional. No momento em que o mundo se prepara para uma grande mudança, como será o arrebatamento? A "fúria" de Deus salvará somente os seguidores dessas religiões?
É preciso parar. Parar e pensar. Será que o fundamentalismo levou a humanidade para algo bom? Será que a Bíblia, a Torá ou o Alcorão devem ser interpretadas de forma tão radical, ao pé da letra? Por que ignorar as palavras de Paulo Apóstolo, quando disse que "a letra mata, mas o Espírito vivifica" (2 Coríntios 3:6)? O que o apóstolo quis dizer? Não nos esqueçamos das milhões de mortes "em nome de Deus" e o aumento da violência "em nome de Jesus" que vimos e vemos por aí. Vamos pensar um pouco melhor no sentido da existência da religião?

Paz Profunda!
Twitter: @nagy_valeria

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Não é o que entra pela boca o que contamina o homem...

Por Valéria Nagy

Pegando carona no post de Claudiney Prieto, que discorreu sobre a Wicca e a polaridade, e raciocinando em cima de certos conceitos e lógicas, penso: somos corpos biologicamente formados com órgãos masculino/ feminino. Ok. Esses corpos definem-se durante a gestação. Porém, o espírito já está determinado antes do corpo ser macho ou fêmea. E espíritos são energias possuidoras das duas polaridades, não tem sexo; carregam ambas as forças. E, antes de sermos homem ou mulher, somos espírito. Então, o argumento da polaridade (masculino e feminino/ negativa e positiva) no sentido de condenar a homossexualidade, a meu ver, não tem fundamento.

Muito se diz sobre a questão de os homossexuais não procriarem, o que seria antinatural, portanto, errado. Mas quem disse que os homossexuais não podem procriar? Ora, biologicamente, como casais, sim, não há como duas pessoas do mesmo sexo conceberem um filho, por razões, repito, biológicas. Mas ambos, homem e mulher, continuam a ter em seus corpos a capacidade biológica da procriação. Portanto, não concordo com o termo "aborto da natureza" (explicação do fundador da Wicca quanto aos homossexais), termo, aliás, que não tem sentido algum, visto que algo que é abortado é descartado, e os homossexuais existem e vivem normalmente, trabalham, pagam impostos, comem, dormem etc., correto? Este é mais um termo carregado de preconceito que alguém dito "dono de alguma verdade" disse em algum momento. Para se ter filhos, não precisamos estar casados, não é mesmo? E hoje temos avanços da Ciência a esse respeito, que possibilita a procriação sem relação sexual.

Pergunto: e quanto aos casais heterossexuais que não têm filhos por opção; ou homens e mulheres que, por alguma razão, são ou se tornam estéreis? Seriam eles também "abortos da natureza" por não procriarem? Pois isso não é difícil de se encontrar. Ora, se toda a celeuma se dá pelo fato de poder ou não poder procriar... questiono.

No campo religioso, padres e freiras são também "abortos da natureza"? Bem, o que dizer das milhares de cenas abomináveis de fetos mortos em porões de conventos e padres pedófilos? Não vou, neste momento, entrar nessa questão, só pensemos...

E quantos homossexuais, homens e mulheres, têm filhos? Vários. Porque a homossexulidade é movida a sentimento, não tem a ver apenas com o corpo. Não é incomum encontrar homens e mulheres que se casaram ou tiveram relacionamentos heterossexuais, tiveram filhos, mas apaixonaram-se por pessoas do mesmo sexo em algum momento da vida, descobrindo seus verdadeiros sentimentos. O que dizer dessas pessoas, em que "categoria" elas se encaixam? Me respondam, por favor.

Em quase todas as doutrinas religiosas, a homossexualidade é condenada pelo fato de "bloquear" a natureza, por não ser possível procriar. O papa Bento 16 anunciou esses dias que a Igreja Católica não aceita o casamento entre pessoas do mesmo sexo e que isso é uma ameaça à humanidade. Quanta intolerância esses líderes religiosos proclamam por meio de suas línguas venosas! Ameaça a quê? Somos mais de 7 bilhões de seres humanos, o planeta não está nem conseguindo sustentar tanta gente, e estamos ameaçados pelos gays? O que essas pessoas tentam é justificar o injustificável; querem tornar mentira a verdade. E, infelizmente, a grande massa prefere fechar os olhos e os ouvidos à realidade... Lembro-me de Jesus, quando disse: Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai do homem é o que o contamina (Marcos 7:15). Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem (Mateus 15:11). O que o Mestre Jesus nos expôs aqui é que não importa como você se alimenta, o que entra pela boca o próprio organismo vai eliminar depois. Mas o que sai da boca (as palavras, os sentimentos, o que vem do coração), isso sim contamina o homem. Ou seja, se você proclama ódios, espalhará ódios, contaminado a si mesmo e à sociedade ao seu redor. A palavra tem força, pois sai do coração.

Hoje vemos belíssimas histórias de casais homossexuais adotando crianças e formando suas famílias. Quantos bebês são abandonados pelas mães, todos os dias? Ah, claro, essas mães que jogam seus bebês nas lixeiras do mundo não são pecadoras, afinal, elas tiveram relação sexual com um homem e isso não é pecado. E os homens que engravidam mulheres e as forçam a fazer aborto? Tudo bem, o que importa é que eles não são gays... Os homossexuais viraram uma espécie de bode-expiatório planetário e daqui a pouco tudo será permitido, desde que não se seja homossexual... Vemos aí a chamada homofobia. Ela é perigosa. Estamos à beira da evolução, mas cercados ainda de muita involução.

O mundo precisa de amor; amor verdadeiro, e esse amor não tem cor, nem sexo, nem classe social... Que religiões são essas que pregam Deus com palavras tão agressivas, cheias de ódio, cheia de rancores? O que está errado então? Ninguém é obrigado a aceitar a homossexualidade, mas a verdade sim, todos temos que aceitar. Raciocinemos sobre a isso e pensemos sobre o que é respeito. E, não adianta, evolução é andar para a frente. Podem gritar, bater, xingar, mas o casamento entre pessoas do mesmo sexo já é uma realidade no mundo e vai se tornar cada vez mais. É a Natureza, e ela sempre se impõe mesmo quando há obstáculos. É questão de tempo. E o tempo? O tempo chegou.

Paz Profunda a todos!

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sábado, 7 de janeiro de 2012

Tratado da sexualidade — No mundo dos Homens e no Mundo da Verdade

Por Valéria Nagy

 Tratado da sexualidade — No mundo dos Homens e no Mundo da Verdade (sob inspiração espiritual)

Este texto trará uma visão não religiosa, não doutrinária e não dogmática dos assuntos abordados. Baseados no conhecimento prático da autora sobre espiritualidade exibirá trechos de livros e citações que servirão de exemplo para explicações pertinentes ao tema. A autora é espiritualista, sensitiva, desenvolvedora de estudos acerca da espiritualidade, com uma abordagem mística-científica-filosófica, sem nenhum caráter religioso.

Introdução

Quando alguém se depara com uma vida cuja missão é explicitamente espiritual, ou seja, quando uma encarnação é toda direcionada ao desenvolvimento e à aplicação espiritual na Terra por meio da mediunidade ou sensitividade, não há como escapar de contatos e orientações que chegam do Plano Superior, o Espiritual.

Todo médium ou sensitivo (que são sinônimos, mas vou preferir usar aqui o termo “sensitivo”, para não dar nenhuma conotação religiosa, pois minha visão é neutra, mística [quase científica], sem inclinação de culto de nenhuma espécie). Pois bem, todo sensitivo pertence a algum grupo (ou falange) espiritual e por ela responde em seu trabalho enquanto encarnado. Quando desencarnado, prossegue o trabalho no mesmo grupo, no plano espiritual. Sendo parte desse grupo, existem mentores, mestres, protetores, orientadores espirituais que o seguem, conduzem e auxiliam, por meio de contato mediúnico (sensitivo) durante toda a sua existência terrena.

Estes contatos vão aumentando ao longo da vida, conforme o sensitivo vai desenvolvendo-se e evoluindo dentro do plano pré-traçado antes de reencarnar. Os contatos podem vir de diversas formas, sejam por mensagens-pensamento, intuições, manifestações físicas etc. Tudo depende do grau de evolução que o sensitivo se encontra.

As Revelações

As Revelações Divinas, que significam a Lei de Deus perante os Homens, devem ser vistas como aquelas que nos mostram a Verdade. Verdade Celestial, que rege a nossa existência no mundo, assim como toda a existência no Universo, e que nada mais é do que o caminho para a volta de nosso espírito, que é eterno, à sua origem, que é Deus, a Força Cósmica de onde nós partimos — são as expiações pelas quais devemos passar para nos purificarmos da indisciplina e voltarmos à energia pura e limpa da qual proviemos.

Vou passar rapidamente por esse ponto (das Revelações), para que se possa compreender a evolução e, mais adiante, alguns porquês do sentido espiritual da vida humana.

A Primeira Revelação foi dada a Moisés, que ditou o Antigo Testamento contido na Bíblia, com o surgimento do Judaísmo; a Segunda Revelação foi a encarnação de Jesus, quando ele próprio a revela por meio dos Evangelhos e do Cristianismo e; a Terceira Revelação foi passada a Allan Kardec, ao mostrar ao mundo a existência dos espíritos por meio do Espiritismo. Assim, compreendemos o Pai, o Filho e o Espírito Santo, a Santíssima Trindade e o conceito da Tríade, a Tripla Força, da maioria das filosofias espiritualistas.

Jesus foi o Messias Prometido, o enviado de Deus, que traria à Humanidade as Verdades do Plano Divino. Embora muitos não acreditem ou aceitem essa teoria, as Sagradas Escrituras e a própria realidade da vida humana, nos levam a crer ser essa a realidade, de que Jesus foi [é] o Cristo . No Evangelho segundo João, capítulo 15, Jesus nos diz, quando de Sua Volta ao Reino do Céu: “26 Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim.”. No capítulo 16, “5 Mas, agora, vou para junto daquele que me enviou, e nenhum de vós me pergunta: Para onde vais?” (...) “7 Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei.”.

Jesus anuncia aí a vinda da Terceira Revelação que Ele mesmo enviará, por meio do “Espírito da verdade” (o Consolador).

Com isso, notamos a existência de um mundo paralelo ao nosso, ainda invisível aos nossos olhos, mais popularmente conhecido como “plano espiritual”, no qual vivem os espíritos desencarnados. Desse princípio, não há como negar a reencarnação, pois se necessitássemos viver na Terra apenas uma vez, toda a complexidade da vida se tornaria algo absolutamente sem sentido e sem fundamento, até mesmo a expiação de Jesus, do nascimento ao calvário, poderia ser interpretada como absurdo sofrimento que não leva a nenhum fim. Pensar que não existe reencarnação é o mesmo que pensar que a vida é pura conjuntura celular. Então, se assim fosse, por que somos providos da faculdade da inteligência e da capacidade de pensar? Para que se justifique a vida, suas complicações, situações e soluções, há de ser ter um objetivo a alcançar que, nesse caso, seria o aprendizado (pelas encarnações) para a evolução espiritual (com o fim de retornar à energia original).

Assim, estamos vivendo, hoje, dentro da Terceira Revelação, caminhando para a sua conclusão, que fará surgir a Nova Era, revelada pelo Apocalipse, na Bíblia, como o “o Novo Céu e a Nova Terra”. Ainda estamos percorrendo esse caminho.

O sexo na Terra e no Céu — significados

Tabu para a maioria das pessoas, muitas nem gostam de pronunciar a palavra “sexo”, pois sentem vergonha, porque a associam a algo errado, impuro e feio. Ora, e por que alguns reagem assim diante de algo natural e bom tanto para o corpo quanto para a alma? Vamos dissertar a respeito.

Primeiramente digo que a “vergonha” de falar sobre o assunto vem do fato de que, no íntimo, a Natureza age, fazendo com que todos sintam vontade de praticar o sexo. Ora, se é natural, qual o problema em sentir vontade? Problema nenhum, mas o que ocorre é que muitas doutrinas pregam que fazer sexo é pecado, censuram a natureza das pessoas, tornando-as insatisfeitas e constrangidas diante daquilo que querem, mas “não podem” fazer. Muitos, mas muitos mesmo vivem com grilhões durante toda uma existência, ou várias delas.

Existe uma instituição conceitual em torno do sexo, como se o ato em si fosse algo digno de reprovação. Sexo é parte da Natureza e, nos seres humanos, tem a função tanto de procriação como de fonte de prazer. A procriação é ato. E é exclusivamente físico, porquanto serve apenas para reprodução da espécie, o ato de ter filhos. Isso pode ser feito sem relação alguma com prazer ou satisfação emocional. Já o prazer é sentimento. E sentimento produz emoção; e a emoção é a parte espiritual do nosso ser. Portanto, o corpo sente prazer, bem como o espírito (a alma) igualmente sente esse prazer! Sendo o sexo fonte de prazer para os seres humanos, é lógico afirmar que ele não foi feito exclusivamente para reprodução, mas também para equilibrar as emoções. Por isso, o sexo produz imenso fluxo energético, que circula pelos corpos envolvidos na relação, na troca fluídica corporal e espiritual, pois esses fluidos ultrapassam o portal das dimensões Terra-Céu, enchendo de energia positiva os dois mundos, no momento que ocorrem essas trocas fluídicas. E talvez seja por meio do sexo que se produza a maior fonte de energia fluídica de uma vida encarnada. Se fôssemos pensar que o sexo só existe para multiplicar a espécie, não precisaríamos sentir prazer algum, bastava apenas o ato de copular, a fim de a mulher engravidar e pronto, acabou-se a tarefa! Mas sentir prazer causou em algumas pessoas, desconforto. Então, rapidamente, para justificar seus falsos pudores, elas trataram de criar dogmas que atribuem ao sexo a ideia de pecado.

Somos espíritos encarnados em um corpo físico. Espírito é energia pura, portanto, não tem sexo (gênero); não é homem ou mulher, é apenas luz e pensamento. Quando encarna, sim, passa a ter um gênero, que será feminino ou masculino, naquele corpo físico.

Nesse entendimento concluímos que os seres humanos são ligados uns aos outros pelo sentimento e não pelo corpo. Vamos entender isso.

A sexualidade do corpo e da Alma

À Humanidade, sobram doutrinas religiosas, mas falta o principal: conhecimento! Conhecer é ter entendimento de algo. A falta de conhecimento é a mãe do preconceito, que nasce daquilo que não se conhece, portanto, daquilo que não se entende. E do preconceito nasce a intolerância; da intolerância nasce o ódio; do ódio nasce a guerra; da guerra nasce o extermínio e; o do extermínio nasce o fim do mundo.

Lembremo-nos de dois dos Dez Mandamentos revelados a Moisés, do “não adulterarás” e do “não cobiçarás a mulher do próximo”. O que significam? A começar, não podemos esquecer que Moisés viveu lá pelo ano 1550 antes da Era Cristã. Se somarmos aos cerca de dois mil anos do nascimento de Jesus, estaremos falando de algo ocorrido há mais ou menos três mil e quinhentos anos. Um bocado de tempo. E se tentarmos saber como era a vida naquele tempo, qual era a mentalidade das pessoas, a formação cultural e social, entenderemos as razões das mensagens terem sido escritas da forma que foram. Elas tinham que ser compreendidas pela sociedade da época. Obviamente as mulheres não eram vistas como pessoas que pensavam e podiam tomar decisões (se isso ainda é uma luta nos dias de hoje, que dirá naquele tempo!), portanto ao referir-se a “não cobiçar a mulher do próximo”, direcionava-se totalmente aos homens. Mas podemos reformular a frase para “não cobiçarás nada que seja do próximo, seja homem, mulher, trabalho, bens etc.”. O “não adulterarás” é mensagem direta que pouca explicação necessita. Ao assumir um compromisso emocional com parceiro ou parceira que nos atrai, não é correto o adultério, que pode ser posto hoje como “traição afetiva”, pois, quando alguém nos oferece seu sentimento e o doa com boa vontade, pelo prazer de estar conosco, por afinidade e por amor, o trair essa confiança e doação é, no mínimo, falta de consideração e respeito.

Percebam que o “não adulterarás” nos remete ao sentimento, ou seja, ao espírito. Já o “não cobiçarás a mulher do próximo” nos remete à posse material de algo ou alguém, sem, necessariamente, envolver sentimento ou emoção que não seja os de “poder” e de “ter”.

O sexo praticado sem sentimento é pura necessidade fisiológica. E, sendo fisiológico, é físico, portanto, do corpo e não do espírito. Como já vimos, a energia produzida durante uma relação sexual é energia fluídica, espiritual, que circula no Universo por meio do sentimento que une as pessoas envolvidas naquele ato. Então, o que acontece com essa energia quando não há sentimento numa relação sexual? Há o desperdício fluídico. E tudo o que é desperdiçado vai para o lixo, não é mesmo? E, no plano espiritual, o “lixo” é absorvido pelos espíritos ignorantes e de baixa vibração. Conclui-se, então, que o ato sexual pelo simples prazer do corpo — e não pela soma dos prazeres do corpo e da alma — produz uma energia destoante que é absorvida por mundo espiritual inferior, chamado no Espiritismo por “espíritos trevosos” (da treva, da sombra, da falta de luz), e isso atrai para os envolvidos a má frequência vibratória e geram carmas negativos, que serão resgatados nessa ou noutra encarnação.

Isso vale tanto para pervertidos, prostitutas e tarados, como para casais ou pares que estão unidos sem amor, “por obrigação social” ou “por conveniência”. Todos estão produzindo carmas negativos que terão de ser retomados pela Lei do Retorno, da Ação e Reação. E essas Leis são Universais, sob a égide da lógica e não sob a visão religiosa de “Deus contra o Diabo”.

Não se deve desperdiçar a energia fluídica do sexo, portanto, o prazer dele tirado deve ser dual (duplo), porquanto do corpo e do espírito.

A homossexualidade e a Lei Divina

Antes de entrar no assunto propriamente dito, voltarei ao Antigo Testamento, no livro de Levíticos (o livro das leis), capítulo 18, “das uniões abomináveis”. Ali, o autor é autoritário ao dizer: “19 Não te chegarás à mulher, para lhe descobrir a nudez, durante a sua menstruação.” (...) “22 Com homem não deitarás, como se fosse mulher; é abominação.” (...) “Todo que fizer algumas destas abominações, sim, aqueles que as cometerem serão eliminados do seu povo.” Uau!, sem nenhum dó, estou cutucando a ferida!

Retomo os três mil anos do Antigo Testamento. Em uma época cuja população tinha ainda menos conhecimento e cultura se comparada a hoje, não havia outra maneira de estabelecer a disciplina do que ser radical nas palavras. Ora, isso é óbvio. Não podemos aplicar essa linguagem nos dias de hoje, dois mil e onze anos depois de Cristo! E, nas ordens dadas a Moisés, a reprodução da espécie era ponto importantíssimo, dado o momento que o planeta se encontrava. E dizer que deitar com mulher menstruada e com homem, como se fosse mulher eram “pecados”, entra no objetivo que se tinha ali, pois todos sabem que uma mulher menstruada não pode engravidar, bem como um homem não pode engravidar de outro homem!

No livro sagrado dos judeus, o Talmud, aborda-se a questão dos homossexuais masculinos como impuros, porque desperdiçam o esperma, que contém os espermatozoides e que fecundados no óvulo feminino geram um feto, que se tornará uma nova vida humana. Ou seja, seria o desperdício de espermatozoides que poderiam estar sendo usados para reproduzir. Do ponto de vista exclusivamente físico, o da reprodução, tem sentido o pensamento do desperdício, porém, do ponto de vista espiritual, não, pois entra no campo do sentimento. Vamos lá!

Repito as minhas palavras: “Somos espíritos encarnados em um corpo físico. Espírito é energia pura, portanto, não tem sexo (gênero); não é homem ou mulher, é apenas luz e pensamento. Quando encarna, sim, passa a ter um gênero, que será feminino ou masculino, naquele corpo físico. Nesse entendimento concluímos que os seres humanos são ligados uns aos outros pelo sentimento e não pelo corpo”.

Vejamos as palavras do espírito André Luiz, no livro Sexo e Destino: “(...) na Espiritualidade Superior o sexo não é considerado unicamente por baliza morfológica do corpo de carne, distinguindo macho e fêmea, definição unilateral que, na Terra, ainda se faz seguir de atitudes e exigências tirânicas. Entre os Espíritos desencarnados, a partir daqueles de evolução mediana, o sexo é categorizado por atributo divino na individualidade humana, qual ocorre com a inteligência, com o sentimento, com o raciocínio e com faculdades outras, até agora menos aplicadas nas técnicas da experiência humana. Quanto mais se eleva a criatura, mais se capacita de que o uso do sexo demanda discernimento pelas responsabilidades que acarreta. O sexo, antes de se manifestar no corpo, já se encontra arquivado no espírito. A sede real do sexo está guardada na mente, ou seja, no espírito. (...) O sexo reside na mente, a expressar-se no corpo espiritual e consequentemente no corpo físico, por santuário criativo de nosso amor perante a vida. A sede real do sexo não se acha no corpo grosseiro, mas na alma, em sua sublime organização”.

O que ocorre é que muitas pessoas adeptas do “falso modernismo” e do “falso moralismo” querem justificar preconceitos, tentando mostrar “palavras de efeito” nos livros sagrados das diversas doutrinas religiosas. “Justificar preconceitos” é alimentar a hipocrisia que habita dentro dos seres humanos cheios de medo daquilo que não conhecem e daquilo que não teriam (ou têm) coragem de viver. Ter preconceito é injustificável, portanto, cai por terra a tentativa de sua justificação. Não há argumento para o que é errado.

Quando tentam expor o “certo e errado”, o “verdadeiro conceito de família”; quando tentam destruir o bom sentimento que une as pessoas; quando incentivam os preconceitos e os julgamentos, certas pessoas e segmentos da sociedade estão usando o nome de Deus para disseminar seus ódios e para esconder seus próprios medos. Os homossexuais amedrontam muita gente, pelo simples fato de terem coragem de amar sem medo — o que a maioria não faz —, pois essa maioria prefere submeter-se às convenções e “ordens” sociais a lutar pelo que realmente amam. Sinceramente? Deus não tem nada com isso. Já explicou-nos Jesus, no Sermão da Montanha (Mateus, 5:11), que haveriam aqueles que proclamariam ódios em nome de Deus: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós”.

Diz o espírito de Adolfo Bezerra de Menezes: “Quando o corpo se encontra definido numa ou noutra forma (homem ou mulher) e o arcabouço psicológico não corresponde à realidade física, temos o transexualismo, que, empurrado pelos impulsos incontrolados do ‘eu’ espiritual perturbado em si mesmo ou pelos fatores externos, pode cair em desvios patológicos, expressivos e dolorosos”.

Entendamos que transexualismo e homossexualidade são coisas distintas. O que o espírito do médico dr. Bezerra de Menezes nos expõe é simples: ele nos mostra que um espírito masculino encarnado em um corpo feminino não pode ser feliz, porque sua alma está presa a um corpo contrário ao que ela, a alma, precisa ser. Dessa forma, o espírito sofre de transexualismo. Mesmo hoje existindo legalmente cirurgias para troca de sexo, para estes casos, aquele espírito continua sofrendo com os preconceitos da cruel sociedade em que vivemos. Nesses casos (do transexualismo) o espírito resgata carmas dolorosos de outras encarnações, e, sendo assim, estão punindo-se em uma vida encarnada “ao contrário”.

A conclusão, a meu ver, é muito simples. Nada de errado há com a homossexualidade. Se assim fosse, como explicaríamos os homossexuais bem-resolvidos (homens que gostam de homens, mas que gostam de ser homens; bem como as mulheres que gostam de mulheres, e que gostam de ser mulheres – ou seja, espíritos que estão felizes com seus corpos físicos), que tem uma família que os aceitam, que constituem famílias com seus companheiros ou companheiras e que têm uma vida plena e totalmente feliz? Isso existe e não é tão incomum de encontrar. É que esses, ao contrário dos outros, não se expõem em público, apenas cuidam das próprias vidas. Se fosse “errado” essas pessoas não seriam jamais felizes e bem-resolvidas, mas viveriam infernos e teriam a infelicidade íntima torturando-as diuturnamente ao longo de toda uma existência. Não é isso que acontece.

Não podemos nunca cair no erro das “desculpas”, colocando em Deus (ou nos Espíritos) a responsabilidade dos nossos sentimentos e preconceitos cruéis, que são somente nossos!

Conclusão

O sexo — seja entre heterossexuais ou homossexuais — deve sempre ser praticado com sentimento, com amor, com carinho e com respeito, dando ao corpo e à alma, o prazer de que tanto necessitam para estarem sempre equilibrados, para produzir a perfeita conexão entre as energias do Céu e da Terra, evoluindo moral e espiritualmente, para que possamos caminhar no Bem, assim na Terra como no Céu. Ter filhos é importante; ter prazer é igualmente importante. Não somos máquinas de procriar; somos seres que precisam amar e ser amados. Gostem alguns ou não, “a Verdade [de Deus] vos libertará”. Verdade essa que é revelada ao mundo pelo Novo Mandamento que Jesus nos deixou. Assim nos fez Deus e o Amor continua sendo a chave da Salvação da Humanidade!

Disse Jesus (João, 13:34 e35): “34 Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. 35 Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”. E o Amor deve ser praticado, praticado e praticado sempre, sem medo.
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Mundo da Verdade: o plano espiritual.

Religião: crença ou doutrina religiosa; sistema dogmático e moral. Doutrina: conjunto de princípios em que se baseia um sistema religioso, político ou filosófico. Dogma: cada um dos pontos fundamentais de uma crença religiosa. (LÍNGUA PORTUGUESA, MICHAELIS MODERNO DICIONÁRIO DA, Melhoramentos, 1998-2009)

[1] Cristo: aquele que é ungido do Senhor (Deus). (LÍNGUA PORTUGUESA, MICHAELIS MODERNO DICIONÁRIO DA, Melhoramentos, 1998-2009) Dá-se o nome de Cristo a Jesus por ter sido Ele o enviado de Deus à Terra, na tarefa de instruir a Humanidade ao caminho da Salvação. (Nota da AUTORA)

[1] Tabu: qualquer coisa que se proíbe supersticiosamente, por ignorância ou hipocrisia. (LÍNGUA PORTUGUESA, MICHAELIS MODERNO DICIONÁRIO DA, Melhoramentos, 1998-2009)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A passos de tartaruga

Por Valéria Nagy

Antes de deixá-los livres para a leitura de meu texto, quero agradecer a oportunidade que este blog me deu de poder colaborar para o esclarecimento das mentes acerca da homossexualidade. Este sempre foi um assunto tabu, mas que gera sofrimento principalmente àquele ou àquela que passa a sentir amor por outra pessoa do mesmo sexo.

E, por que gera esse sofrimento? Porque a sociedade impôs um modelo de comportamento baseado em pecado e salvação. Colocou Deus como o grande juiz, carrasco e impiedoso, que manda para o inferno quem não obedecer suas leis. Essa sociedade pegou a Bíblia e torceu 700 vezes e fez dela a tábua para o inferno e não a boa nova para o céu. Por isso, as pessoas sentem medo de amar. Meu papel aqui não é ir contra as igrejas ou religiões, mas sim esclarecer as pessoas que precisam de esclarecimento.

Não vou levantar bandeiras, mas vou ajudar a informar aqueles que não tem informação. Isso vale para todos, pois o preconceito nasce da ignorância e somente a informação e a educação pode tirar as pessoas dessa ignorância. Não é preciso ser homossexual para defender seus direitos; não é preciso ser negro para defender seus direitos; não é preciso ser deficiente para defender seus direitos... basta ser gente.

Grande beijo e sintam-se à vontade para escrever para mim, estou no meu blog, no twitter, no facebook, na vida e na Terra. Paz Profunda.

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Notícia da BBC, veiculada pelo site G1, da Globo.com conta que em uma cidade da Espanha, na província de Jaén, um padre católico impede batizado ao descobrir que um dos padrinhos da criança era gay. A família, indignada, escreveu para o arcebispo da província, que respondeu, apoiando (obviamente) a posição do padre, complementando que os padrinhos de um batismo  "devem ser católicos, estar confirmados, terem recebido o santíssimo sacramento da Eucaristia e levar uma vida congruente com a fé e a missão que vão assumir". No caso, a alegação é que o padrinho gay não levava uma "vida congruente". E completa explicando: "Esclarecemos este tema para evitar os juízos sobre uma suposta discriminação na atuação do sacerdote, que apenas reitera a necessidade de cumprir a normativa eclesiástica universal".

A família da criança disse que vai levar o caso aos tribunais, pois está caracterizada a discriminação, a que chamaram "homofobia sacerdotal". O padre receberá ainda um "guia de consciências limpas", distribuído por uma associação que defende os direitos dos homossexuais. Esta associação explica que "a fé cristã e a homossexualidade são compatíveis" e que os gays compreendem que "o avanço das mentalidades é lento. Na Igreja Católica mais lento ainda do que no resto da sociedade, mas há confiança em que este avanço aconteça".

O padrinho em questão cumpriu todas as determinações sacerdotais exigidas para a realização de um batismo, inclusive a de ser casado. Ele é casado com outro homem, já que a legislação espanhola assim permite. A mãe da criança, Dolores Muñoz, declarou: "Perguntaram se pais e padrinhos estavam batizados e confirmados. Depois se todos estávamos casados e respondemos que sim. Nunca pensamos que teríamos que avisar que ele era casado, mas com um homem. As normas, ele cumpria".

Sobre isso, digo:

Que a Igreja Católica é uma das grandes responsáveis históricas pela disseminação da intolerância no mundo, desde as épocas medievais e que, mesmo hoje, essa instituição religiosa insiste em permanecer com sua doutrina mais do que ultrapassada e carcomida, não só ao que se refere aos homossexuais, mas a todos os demais dogmas que têm, ainda, muitas das raízes inquisitórias e marcas de sangue das Cruzadas.

Se a Lei permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o mesmo é válido como casamento legal, assim como entre um homem e uma mulher. Se a exigência sacerdotal para ser padrinho ou madrinha de batismo exige o casamento, o padrinho escolhido assim a cumpriu. A Igreja se viu aí numa encruzilhada, pois não pode negar o casamento legalmente instituído, o que caracterizaria preconceito declarado. Pelo menos não de forma explícita, porque dizer que o homem não tem um a "vida congruente", veladamente foi dito que gays não levam uma vida congruente. Aliás, que diabos é uma vida congruente?!?!

Essa é mais uma história repulsiva de como a sociedade é intolerante e como subvertem a palavra de Deus, que, lembremos, nos pediu, por meio de Jesus, para "amarmos uns aos outros como Ele nos amou". Essa mensagem, por acaso, excluia alguém? Acho que não...

Concordo com a associação que disse que "o avanço das mentalidades é lento. Na Igreja Católica mais lento ainda do que no resto da sociedade, mas há confiança em que este avanço aconteça". Mas completo que esse avanço lento não vale apenas para a Igreja Católica, mas para 99% das relgiões que ainda persistem na Terra. Mas, concluo que o avanço é lento, mas vai acontecer. Enquanto isso, há de se tomar as providências legais, sim, por meio da Justiça.

Paz Profunda a todos!