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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

[Editorial] Ser Gay: o peso da discriminação


Por Paulo Stekel


Nestes últimos meses, em especial em novembro e dezembro, estive um tanto afastado das atividades do Movimento Espiritualidade Inclusiva e, mais ainda, das atualizações do blogue. O motivo foi familiar, já que perdi um irmão muito querido em uma tragédia. Depois disso, alguns ajustes foram necessários, o que me tomou mais tempo, sem contar a assimilação do que ocorreu. A morte, por mais que saibamos ser a única coisa certa após o nascimento, sempre desestabiliza a todos nós em alguma medida.

A propósito, a homofobia – discreta ou declarada – também tem a propriedade de desestabilizar qualquer um, por mais firme que alguém esteja em sua identidade e dignidade. Vejo isso a todo o tempo com meus amigos e amigas da comunidade LGBT, e mesmo na própria pele pude sentir isso ultimamente...

O processo do “ser gay” passa por várias fases: o descobrir-se, o aceitar-se, o identificar-se e o sentir-se digno, apesar do preconceito da sociedade. Cada pessoa LGBT passa por estas fases de um modo muito particular, e muita gente nunca chega à última.

A descoberta tem a ver com comparações de si mesmo e de seus desejos e sensações com os de outras pessoas do mesmo sexo. A aceitação tem a ver com um não poder mais negar a si mesmo que algo diferente da maioria acontece. A identificação com outros semelhantes ajuda a gerar a identidade “gay”, não padronizada, mas peculiar, ainda que LGBT na essência. A dignidade, por fim, tem a ver com o entendimento de que se é um ser humano como qualquer outro, não se justificando aceitar qualquer tipo de discriminação.

Passei por mais um teste desta última fase nas últimas semanas. Percebi a sutileza guardada pela homofobia familiar, instigada por doutrinas diabólicas de fundamentalistas evangélicos. O mais interessante é que, em todos os casos, o indivíduo gay é considerado impuro, sujo, pecaminoso, mas seu dinheiro é aceito de muito bom grado... Hipocrisia infernal! Nas famílias, em geral, por saber-se naturalmente o quanto os filhos gays cuidam de seus pais com responsabilidade, muitos se aproveitam disso e, nas horas mais graves, somem-se os filhos heterossexuais e restam apenas os gays para garantir a dignidade aos pais. Dignidade, aliás, que a estes filhos mesmos é negada... Não há nada de divino nesta relação de interesse. Por isso, a abomino e a desmantelo colocando todos os pingos nos “is” e exigindo minha dignidade por direito. Parece estar funcionando... mas ainda resta o peso da discriminação, que podemos sentir nas palavras não ditas e nos desvios calculados...

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No dia 13 de dezembro nosso blogue completou seu primeiro ano, bem como o próprio Movimento Espiritualidade Inclusiva. Fizemos muita coisa neste tempo. Vamos a uma pequena retrospectiva:

Em janeiro, tivemos duas atividades inseridas no Fórum Social Temático, uma em Porto Alegre e outra em Canoas, no RS (ver: http://espiritualidadeinclusiva.blogspot.com.br/2012/01/evento-palestra-sobre-espiritualidade.html).

Em fevereiro, fomos os primeiros a noticiar um caso de homofobia em Minas Gerais, e nosso artigo foi reproduzido por várias mídias LGBT de lá (ver: http://espiritualidadeinclusiva.blogspot.com.br/2012/02/homofobia-me-machuca-ou-mais-uma.html).

Em março, o Movimento Espiritualidade Inclusiva participou da 1ª Marcha das Mulheres em Eldorado do Sul – RS (ver: http://espiritualidadeinclusiva.blogspot.com.br/2012/03/evento-palestra-de-espiritualidade.html).

Em maio, o Movimento Espiritualidade Inclusiva entrou em processo de instalação de coordenadorias estaduais e municipais; participou como debatedor no Cine LGBT na 28ª Feira do Livro de Canoas – RS; foi recebido pelo representante da Coordenadoria Estadual de Diversidade Sexual, uma coordenadoria recente ligada à Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos e criada pelo atual governo gaúcho (ver: http://espiritualidadeinclusiva.blogspot.com.br/2012/05/noticia-movimento-espiritualidade.html).


Em agosto, o jornalista e coordenador do Movimento Espiritualidade Inclusiva, Paulo Stekel, debateu o tema “Saúde Espiritual da Pessoa LGBT através da Inclusão”, dentro da 8ª Semana do Orgulho de Ser, no auditório da Faculdade Santo Agostinho (Teresina – Piauí) – ver: http://espiritualidadeinclusiva.blogspot.com.br/2012/08/saude-espiritual-religiao-e-cidadania.html.

Em setembro, foi criado o Grupo de Encontro em Porto Alegre – RS (ver: http://espiritualidadeinclusiva.blogspot.com.br/2012/09/evento-participe-do-primeiro-grupo-de.html).

Em dezembro, o Movimento foi uma das três entidades da sociedade civil envolvidas na organização da 4ª Parada Livre de Canoas.

Em 2013, queremos continuar ampliando o número de Grupos de Encontro e o ativismo pró-LGBT, especialmente através de ações de enfrentamento da homofobia religiosa, que parece ter aumentado consideravelmente em 2012.

Um de nossos objetivos para o próximo ano é o lançamento de um livro sobre Espiritualidade Inclusiva, aliás, o primeiro sobre o assunto em Língua Portuguesa. Aguardem!

Outro objetivo importante, é a realização do 1° Seminário de Espiritualidade Inclusiva, que ocorrerá provavelmente em Porto Alegre – RS, mas ainda sem data definida.

Então, só nos resta dizer que estamos de volta e... Feliz Ano Novo a todos e a todas!!!!


terça-feira, 13 de março de 2012

[Editorial] Gays, ateus e laicistas nas mãos dos “salvos de Cristo”?

Por Espiritualidade Inclusiva


Hoje, 13 de março de 2012, nosso blogue Espiritualidade Inclusiva completa três meses. O trabalho está cada vez mais intenso e com reconhecimento da comunidade LGBT brasileira, especialmente aquela parcela afinidade com o discurso espiritual inclusivo. Os ateus também têm apreciado nosso trabalho, por causa de nossa defesa do Estado Laico. As estatísticas atualizadas mostram o que já conquistamos: 63 postagens de diversos autores, mais de 10 mil visualizações de página e cada vez mais comentários, inclusive de fundamentalistas enfurecidos!

Até o momento, a postagem mais lida é o artigo “[Notícia] "A Homofobia me machuca” ou mais uma história real de homofobia familiar fundamentalista no Brasil”, que comoveu muitas pessoas no blogue e no Facebook por envolver um rapaz vítima de homofobia doméstica causada por seu irmão pastor pentecostal. Atualmente ele está seguro e sob os cuidados de uma ONG LGBT de Minas Gerais.

O segundo artigo mais lido até agora é “A visão espírita da união estável segundo Divaldo Pereira Franco”, que continua causando polêmica entre espíritas e não-espíritas.

O terceiro artigo mais lido é “Destruindo sofismas cristãos”, de Andrea Foltz, que caiu no gosto de muitos pelos argumentos fortes e consistentes para rebater a demonização dos gays feita pelos religiosos teístas fundamentalistas.

As atividades que promovemos ou apoiamos durante este período incluem:

- Apoio à Campanha pelo Estado Laico, através de uma petição lançada pela Lésbicas Feministas LBL - Região Sul (RS). Entendemos que, ao apoiar o Estado Laico, estamos defendendo o direito de todos quanto a terem suas crenças ou nenhuma: religiosos, ateus, agnósticos.

- Palestra do Movimento Espiritualidade Inclusiva na Marcha das Mulheres em Eldorado do Sul – RS, ministrada por Paulo Stekel por ocasião do Dia Internacional da Mulher.

- Apoio a jovens LGBT (e adultos também), que nos procuram por email ou redes sociais pedindo orientação sobre seu processo de “sair do armário”, considerando que sofrem “homofobia religiosa” dentro de casa. Este não era nosso objetivo inicial, mas a gravidade desta tendência ocorrendo dentro das famílias em nosso Brasil acabou levando-nos a esta tarefa.

Aproveitamos este editorial para ratificar que nosso Movimento Espiritualidade Inclusiva não privilegia nenhuma religião ou crença em particular. Como partimos do apoio ao Estado Laico e da defesa dos Direitos Humanos LGBT, criticamos todas as atitudes preconceituosas vindas de qualquer ambiente religioso/espiritual, e enaltecemos todas as atitudes inclusivas vindas destes meios. Somos universalistas no respeito a todas as crenças e mesmo a não-crenças, como no caso de ateus e agnósticos, mas não somos um movimento religioso, não representamos nenhuma religião e não fazemos qualquer pregação. Todo o nosso discurso é em favor da inclusão, dos direitos humanos e do estado laico. Fora isso, cada um decide o caminho espiritual que deseja seguir, ou nenhum.

A necessidade desta declaração vem em um momento em que os demônios da vez, eleitos pelos fundamentalistas neo-pentecostais brasileiros, são os gays, os ateus e os defensores do laicismo de Estado. São todos colocados no mesmo rol e de modo completamente pejorativo. O Estado Laico está sob ameaça grave e cabe a todos nós, LGBTs ou não, ateus ou religiosos, defendermos o direito constitucional de não vermos uma religião tendo privilégios em detrimento das demais; uma religião dando “pitacos” em matéria legislativa utilizando como argumentos dogmas bíblicos que nem deveriam ser considerados num Estado Laico.

Estes fundamentalistas se consideram a nata de Deus, os “salvos de Cristo”, os únicos corretos, verdadeiros e com fé, mas não percebem o quanto se valem de falácias, mentiras, subterfúgios, ameaças e incitação ao ódio para chegar ao termo de seus objetivos, o que afronta claramente os próprios textos sagrados que dizem defender. Hipocrisia é a tônica do fundamentalismo no mundo inteiro, mas aqui ele atinge sua perfeição! Não podemos deixar isso continuar. Vamos nos opor a isso sempre que pudermos com os mais sólidos argumentos constitucionais, de direitos humanos e do bom senso geral, para evitar que mais vidas sejam ceifadas pelas ações de assassinos psicopatas que são influenciados pelo discurso de ódio de pastores e líderes religiosos espúrios que deveriam é estar atrás das grades, não no púlpito das igrejas.

Continuamos abertos a críticas, sugestões, artigos e notícias de colaboração, dicas e depoimentos de quem queira passar aos leitores do blogue suas experiências com a religião e a espiritualidade. O formato do blogue não é fechado e podemos melhorá-lo ou modificá-lo sempre que for útil e necessário. Aos poucos estão chegando alguns relatos interessantes que virarão artigos em breve. Há uma multiplicidade de experiências que precisam chegar ao grande público, para nortear nossas ações em prol da inclusão e da diversidade.

A propósito, recebemos de Luiz Mott uma dezena de artigos seus para irmos publicando aos poucos em nosso blogue. São estudos maravilhosos que resgatam a história milenar do preconceito contra os gays no Brasil, América Latina e em outras partes do mundo, sempre com implicações religiosas. Aguardem!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

[Editorial] Inclusão X Demonização

Por Paulo Stekel

Hoje, 13 de fevereiro de 2012, nosso blogue Espiritualidade Inclusiva completa dois meses de um trabalho intenso e reconhecido pela comunidade LGBT, tanto aquela parcela interessada em religião e espiritualidade quanto aquela formada por ateus e ativistas político-sociais. As estatísticas atualizadas mostram o que já conquistamos: 44 postagens de diversos autores, mais de 4300 visitantes, quase 6 mil visualizações de página e diversos comentários muito inteligentes e com argumentos profundos.

Até o momento, a postagem mais lida é o artigo “A visão espírita da união estável homossexual segundo Divaldo Pereira Franco”, que recebeu vários comentários no blogue e no Facebook exatamente por envolver a figura de um dos mais famosos médiuns espíritas do Brasil.

O segundo artigo mais lido até agora é “[Notícia] Uma lição (cristã) de amor ao próximo LGBT...”, referente a uma foto em que um grupo cristão aparece a um desfile do Orgulho Gay em Chicago segurando cartazes apologéticos, incluindo "Eu sinto muito de como a Igreja tratou vocês". Atitudes inclusivas desta natureza sempre encontram um apelo positivo junto à comunidade LGBT.

O terceiro artigo mais lido até o momento é “[Evento] Palestra sobre Espiritualidade Inclusiva no Fórum Social Temático – Porto Alegre – RS”. Se trata do convite para nossas atividades junto ao Fórum Social Temático (FST), ocorrido em Porto Alegre entre os dias 24 e 29 de janeiro.

As atividades que promovemos durante FST foram coroadas de êxito. A primeira delas foi uma palestra intitulada “Espiritualidade Inclusiva – a aceitação da comunidade LGBT pelas religiões no Brasil”, realizada no dia 25 de janeiro, na Usina do Gasômetro, centro de Porto Alegre. Foi nosso primeiro contato oficial com o público LGBT fora da Internet. Quem esteve presente gostou da proposta de inclusão dos LGBT nas diversas organizações religiosas/espirituais sem qualquer demonização ou preconceito. A segunda atividade foi uma oficina chamada “Diversidade Intercultural e Espiritualidade Inclusiva” realizada no FST – Canoas no dia 26 de janeiro, no Galpão da Diversidade montado pela Coordenadoria de Políticas de Diversidade, coordenada por Paulo Rogerio Ambieda (Paulinho de Odé). O público desta atividade era formado principalmente por afro-umbandistas, membros de uma das religiões mais demonizadas pelo neo-pentecostalismo radical brasileiro.

A propósito, os dois conceitos de “inclusão” e “demonização” se opõem. A inclusão se refere a entender a diferença e a diversidade do outro, compreendê-lo e amá-lo, acolhê-lo e vê-lo como parte de um universo natural, social, religioso/espiritual e político tanto quanto a si mesmo.

A demonização – termo que se refere a um preconceito vindo de religiosos para com o diverso – anda em sentido oposto, tendendo à normatização de crenças e dogmas, incompreensão da diferença e diversidade do outro, estranheza pelas características do outro, negação de um caráter natural (não doentio, não esdrúxulo, não aberrativo) à existência do outro, redundando em não reconhecimento de seus direitos sociais, religiosos/espirituais e políticos. Ou seja, ao demonizar o outro, os fanáticos religiosos se consideram o summum bonum de Deus e os demais como decadentes, endemoninhados e aberrações.

A hipocrisia, a intolerância e a ignorância a respeito do outro, além de se achar a “última bolacha do pacote divino” são as tônicas da demonização. As grandes religiões instituídas, falemos francamente, sempre caem nesta tendência a se acharem melhores que as demais, a pregarem uma ideia de que são o único caminho viável para uma salvação, felicidade, perfeição ou iluminação. Faz mesmo parte das características das religiões. Se elas são sistemas fechados, “prontos”, com respostas para (quase) todas as questões mundanas, é natural que se considerem aptas a contrapor qualquer outro sistema fechado, pois sistemas fechados não conversam, não interagem. Algumas religiões, que podemos classificar mais como “filosofias religiosas”, talvez consigam ser mais abertas e dialogar com o outro (religioso ou não). Mas, as religiões patriarcais teístas em geral, são muito incompetentes neste diálogo. Por isso, o diálogo inter-religioso esbarra em tantas dificuldades quando os temas debatidos são muito polêmicos. A inclusão dos LGBT é um destes temas “tabu”.

De qualquer forma, continuamos o nosso trabalho de conscientização quanto a dois fatos: os LGBT possuem uma espiritualidade e um anseio por questões transcendentais tanto quanto qualquer outro ser humano; os LGBT merecem, por conta de sua existência não voluntária (não decidem ser LGBT!), ser reconhecidos como naturais, normais (numa natureza não plenamente conhecida sequer pela ciência) e dignos de todos os direitos dos outros seres humanos, entre eles, o de não serem demonizados, apartados como leprosos, considerados doentes, aberrações ou desviantes.

Continuamos abertos a críticas, sugestões, artigos e notícias de colaboração, dicas e depoimentos de quem queira passar aos leitores do blogue suas experiências com a religião e a espiritualidade. O formato do blogue não é fechado e podemos melhorá-lo ou modificá-lo sempre que for útil e necessário. Aos poucos estão chegando alguns relatos interessantes que virarão artigos em breve. Há uma multiplicidade de experiências que precisam chegar ao grande público, para nortear nossas ações em prol da inclusão e da diversidade.

Contamos com nossos leitores nesta tarefa de fazer esta proposta se expandir por todos os cantos e liberar pessoas de angústias internas e da sensação de não serem dignas de qualquer benefício divino, espiritual ou transcendental. São dignas e, em breve, serão plenamente reconhecidas como tais!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

[Editorial] Sexta-feira 13 e a bruxa do preconceito

Por Paulo Stekel


Hoje, dia 13 de janeiro de 2012, é sexta-feira 13. Também é o dia em que nosso blogue Espiritualidade Inclusiva completa um mês muito bem-sucedido. As estatísticas que vejo neste momento não me deixam mentir: 31 postagens de diversos autores, mais de 2100 visitantes, mais de 2700 visualizações de página e diversos comentários, sem contar uma tentativa de tirar-nos do ar já nos primeiros dias!

Até o momento, a postagem mais lida é o artigo “Quero ser um yorkshire”, que caiu no gosto da comunidade LGBT por motivos óbvios – a relação com o fato noticiado pela mídia da morte do cãozinho por uma desequilibrada e a posterior comoção nacional pelo animal, algo que nunca se vê nos assassinatos homofóbicos mais cruéis.

O segundo artigo mais lido até agora é “Wicca e polaridade”, publicado ontem, e de autoria de Claudiney Prieto, especialista em paganismo no Brasil. O motivo do sucesso, além da capacidade do autor, é algo que já vinha percebendo: muitos gays jovens estão se voltando para as práticas wiccanas, especialmente aquelas relacionadas ao Paganismo Queer, que aceita e valoriza a presença de homossexuais. Podemos dizer que o Paganismo Queer é a ala inclusiva do Paganismo Wicca.

O terceiro artigo mais lido até o momento é “A demonização dos gays nas Igrejas Neo-Pentecostais – o exemplo da IURD”. O feedback mais intenso aqui nos veio dos membros LGBT das Igrejas Evangélicas Inclusivas e de alguns movimentos inclusivos nascidos do Catolicismo – como o Diversidade Católica. Os gays cristãos concordam que é necessário contrapor os pseudo-argumentos de fundamentalistas como os da IURD, Assembleia de Deus e símiles com uma força proporcional à enviada contra nós, mas sem a agressividade e a baixaria que se vê em programas de TV destas Igrejas. Aliás, a baixaria de um Malafaia em seu programa de TV contrasta com a linguagem de amor pregada pelo Evangelho. Quando vemos um pastor vociferando clichês preconceituosos de modo chulo e minimizando a pessoa humana em nome de Deus, passamos a ter certeza de que este homem não tem autoridade alguma, seja na terra ou no céu!

A bruxa do preconceito anda à solta nas ruas, na mídia e nos templos religiosos do Brasil. Nas ruas, pessoas continuam sendo agredidas – moral e fisicamente – por conta de sua orientação sexual. Centenas são assassinadas anualmente unicamente por causa disso! E, exatamente aqueles que deveriam defender a vida dos cidadãos brasileiros – pastores e deputados – ainda culpam os mortos pelo ocorrido, quase chegando a inocentar criminalmente os assassinos. Isso é inadmissível num estado laico cuja Constituição deixa clara que todos são iguais perante a lei!

Após este primeiro mês, o Espiritualidade Inclusiva entra em uma nova fase, para dar mais um passo em direção à conscientização de que a espiritualidade não pode ser excludente. Deve incluir todos os cidadãos em pé de igualdade: homens, mulheres, brancos, negros, índios, heterossexuais, homossexuais, bissexuais, etc.

Como uma de nossas primeiras ações de movimento fora da Internet, propomos uma atividade autogestionária no Fórum Social Temático, em Porto Alegre - RS. Realizaremos uma palestra interativa para explicar o que é Espiritualidade Inclusiva no dia 25 de janeiro. Então, as pessoas que virão ao Fórum Social Temático (24 a 29 de janeiro) já podem ficar antenadas na programação.

Continuamos abertos a críticas, sugestões, artigos e notícias de colaboração, dicas e depoimentos de quem queira passar aos leitores do blogue suas experiências com a religião e a espiritualidade. O formato do blogue não é fechado e podemos melhorá-lo ou modificá-lo sempre que for útil e necessário.

Então, uma ótima sexta-feira 13 para todos os nossos leitores, e que a única bruxa à solta seja a da alegria, do encontro com os amigos, do convívio em família (sem preconceito) e da luta pelos direitos igualitários!