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domingo, 29 de julho de 2012

Respostas dos candidatos às Dez Perguntas do Movimento Espiritualidade Inclusiva sobre Direitos LGBT


Por Espiritualidade Inclusiva



[Postagem constantemente atualizada conforme recebimento das respostas]

Já estamos enviando a cartilha criada pelo Movimento Espiritualidade Inclusiva para apoiadores e candidatos a Prefeito e Vereador no Brasil inteiro. Esta cartilha contém DEZ perguntas aos candidatos sobre seu comprometimento – ou não – com as demandas da comunidade LGBT brasileira. Confira o texto completo em http://espiritualidadeinclusiva.blogspot.com.br/2012/07/movimento-espiritualidade-inclusiva-nas.html

À medida que as respostas nos forem sendo enviadas, postaremos aqui, dividindo os candidatos por Estado e Cidade.

Confiram o que já chegou (as respostas dos candidatos estão sendo publicadas EXATAMENTE como recebidas, sem qualquer correção ortográfica ou de formatação):


ES

Toninho Lopes (candidato a Vereador – PSB 40123)

1 – Quais são suas propostas específicas para a inclusão: da mulher, do negro, do idoso, dos portadores de necessidades especiais, das minorias sexuais, do laicismo, da liberdade religiosa e pelo fim da discriminação social? R. O vereador tem um importante papel que é o de de fiscalizar o poder executivo. Pretendo ser vigilante na aplicação das leis existentes para a proteção dos direitos de grupos vulneráveis (negros, mulheres, pessoas com deficiencia,juventude, idosos, etc..). Por exemplo: Estatuto da Criança e do Adolescente, Estatuto do Idoso, Estatuto da Igualdade Racial e Lei Maria da Penha. Mas também vou propor leis na esfera municipal que protejam os direitos desses grupos sociais. Um exemplo é a inclusão do dia de combate a homofobia no calendário municipal.

2 – Você estaria disposto em sua plataforma a defender a diversidade familiar como perfeitamente viável, considerando a orientação LGBT e a família homo-parental (além de um pai e uma mãe, também a possibilidade de dois pais ou duas mães), considerando a decisão favorável do STF sobre a união estável homo-afetiva? R. Sim. Não poderia ser diferente. Até por que fui um dos beneficiados dessa decisão do STF. Vivo em união estável há 13 anos. Luto para que um dia tenhamos regulamentado no Brasil o casamento civil igualitário.

3 – Após eleito, você estaria disposto a criar (se candidato a Prefeito) ou propor a criação (se candidato a Vereador) de uma Coordenadoria de Diversidade Sexual eficaz que realmente atenda às demandas LGBT em nossa cidade? R. Em Vitória já dispomos de uma coordenação. Vou lutar para fomentar mais ações.

4 – Você é defensor declarado do Estado Laico ou acha que a religião tem o direito de interferir nas decisões legislativas de toda a nação, considerando que ela é formada por pessoas de múltiplas crenças e mesmo de nenhuma? R. Sim, defendo veementemente o estado laico.

5 – Uma vez eleito, você se compromete a defender os Direitos dos LGBTs já conquistados (em conformidade com o Artigo VII da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Artigo 3º inciso IV da Constituição da República Federativa do Brasil que tangem a igualdade, o direito e a proteção contra qualquer discriminação)? R. Sim, sou educador, trabalho pela inclusão da educação em direitos humanos em todos os níveis de ensino, em conformidade com o Plano Nacional de Educação de Direitos Humanos. Vou trabalhar para que as diretrizes para a educação em direitos humanos, recentemente homologadas pelo Ministro da Educação, sejam efetivamente postas em prática na capital do Espírito Santo.

6 – Se eleito, você se dispõe a desenvolver projetos visando ampliar os Direitos dos LGBTs em nossa cidade, levando à votação de leis municipais pró-LGBT, dentro do possível? R. Sim , dentro das funções de um vereador, direitos de LGBT serão pautados em todo o mandato.

7 – Você concorda com a aprovação da uma lei anti-homofobia em nível nacional? R. Sim, concordo plenamente.

8 – Você estaria disposto a se comprometer em desenvolver um projeto de lei municipal no mesmo sentido – uma lei anti-homofobia municipal? R. Sim, comprometo-me. No Espírito Santo existe lei neste sentido no municipio de Coaltina. Pretendo seguir o exemplo.

9 – Você se comprometeria a desenvolver o Programa Sem Homofobia em nossa cidade (caso ainda não haja), como forma de ampliar a luta contra o preconceito aos LGBTs? R. O Programa foi institucionalizado na forma de coordenação. Vou dar total apoio no sentido de fortalece-lo.

10 – Você se compromete a não ser apenas expectador, mas um protagonista na busca pela Cidadania LGBT, uma vez que os gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais são um grupo menosprezado, atacado – inclusive fisicamente, excluído e sem direitos isonomicamente equiparados aos heterossexuais? R. Já sou um protagonista na medida que sou militante na defesa dos direitos de LGBT. Sou um dos coordenadores do Fórum Estadual LGBT. Também coordenei um projeto de formação de professores e professoras para a educação para a diversidade.

Toninho Lopes (candidato a Vereador – PSB 40123) – Vitória – ES

MG

PR

RJ

Dr. Allan Ponts (candidato a Vereador – PPS 23856)

1 – Quais são suas propostas específicas para a inclusão: da mulher, do negro, do idoso, dos portadores de necessidades especiais, das minorias sexuais, do laicismo, da liberdade religiosa e pelo fim da discriminação social? R: Inclusão de todos, pois não faço diferenças entre as pessoas, seja pela idade, sexo, cor, minorias sejam de qualquer ordem. Direito é direito.

2 – Você estaria disposto em sua plataforma a defender a diversidade familiar como perfeitamente viável, considerando a orientação LGBT e a família homo-parental (além de um pai e uma mãe, também a possibilidade de dois pais ou duas mães), considerando a decisão favorável do STF sobre a união estável homo-afetiva? R: Penso que cada um faz suas escolhas e jamais proibiria ou coibiria e se houver ocasião para assinar, assinarei favoravelmente.

3 – Após eleito, você estaria disposto a criar (se candidato a Prefeito) ou propor a criação (se candidato a Vereador) de uma Coordenadoria de Diversidade Sexual eficaz que realmente atenda às demandas LGBT em nossa cidade? R: Sim, com certeza.

4 – Você é defensor declarado do Estado Laico ou acha que a religião tem o direito de interferir nas decisões legislativas de toda a nação, considerando que ela é formada por pessoas de múltiplas crenças e mesmo de nenhuma? R: Estado laico, já!

5 – Uma vez eleito, você se compromete a defender os Direitos dos LGBTs já conquistados (em conformidade com o Artigo VII da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Artigo 3º inciso IV da Constituição da República Federativa do Brasil que tangem a igualdade, o direito e a proteção contra qualquer discriminação)? R: Sempre!!!

6 – Se eleito, você se dispõe a desenvolver projetos visando ampliar os Direitos dos LGBTs em nossa cidade, levando à votação de leis municipais pró-LGBT, dentro do possível? R: Direito é de todos. Buscaria sim um Estado mais igualitário, pois ampliar os dos LGBTs, estaria discriminando. Sou a favor da causa ou das causas LGBTS, mas também, sem protecionismo.

7 – Você concorda com a aprovação da uma lei anti-homofobia em nível nacional? R: Imediatamente!!!

8 – Você estaria disposto a se comprometer em desenvolver um projeto de lei municipal no mesmo sentido – uma lei anti-homofobia municipal? R: Imediatamente!!!

9 – Você se comprometeria a desenvolver o Programa Sem Homofobia em nossa cidade (caso ainda não haja), como forma de ampliar a luta contra o preconceito aos LGBTs? R: Sim!

10 – Você se compromete a não ser apenas expectador, mas um protagonista na busca pela Cidadania LGBT, uma vez que os gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais são um grupo menosprezado, atacado – inclusive fisicamente, excluído e sem direitos isonomicamente equiparados aos heterossexuais? R: Já sou!

Dr.Allan Ponts (Participante do Grupos NÃO HOMOBIA, LESBOFOBIA, NOSSOS TONS, GAY 1 (PORTAL), HÁ ANOS. PPS 23856 – Cidade do Rio de Janeiro
Facebook: Allan Ponts Ponts; Twitter: @drallanponts


RN

Leo Lobato (candidato a Vereador – PT 13024)

1 – Quais são suas propostas específicas para a inclusão: da mulher, do negro, do idoso, dos portadores de necessidades especiais, das minorias sexuais, do laicismo, da liberdade religiosa e pelo fim da discriminação social? R. Nossa candidatura tem o compromisso com a educação crítica nas escolas que pode ser conduzida a promover a autonomia dos sujeitos. Com uma pedagogia voltada a reflexão e o senso crítico os próprios sujeitos buscarão juntos e lutarão pela sua inclusão em todos os níveis sociais e econômicos. Acredito que com um trabalho nas escolas as exclusões serão diminuídas, pois as violências, discriminações e preconceitos são frutos da ignorância e da desinformação. Temos como valores a manutenção do Estado Laico no âmbito do que é público e esta candidatura é favorável as manifestações religiosas de toda ordem, seja ela cristã, de matrizes africanas, etc.

2 – Você estaria disposto em sua plataforma a defender a diversidade familiar como perfeitamente viável, considerando a orientação LGBT e a família homo-parental (além de um pai e uma mãe, também a possibilidade de dois pais ou duas mães), considerando a decisão favorável do STF sobre a união estável homo-afetiva? R. Com toda a certeza. Acredito que a formação familiar não está limitada a questão de sexo ou procriação. Temos diversos exemplos de famílias que são formadas nas mais diversas possibilidades e estas tem todo o direito de serem reconhecidas pelo Estado.

3 – Após eleito, você estaria disposto a criar (se candidato a Prefeito) ou propor a criação (se candidato a Vereador) de uma Coordenadoria de Diversidade Sexual eficaz que realmente atenda às demandas LGBT em nossa cidade? R. Este é um dos objetivo do pretendido mandato. Que proporá também a formação e capacitação de servidores públicos para lidar com a diversidade e em consonância com os Direitos Humanos.

4 – Você é defensor declarado do Estado Laico ou acha que a religião tem o direito de interferir nas decisões legislativas de toda a nação, considerando que ela é formada por pessoas de múltiplas crenças e mesmo de nenhuma? R. Acredito ser a religião algo da intimidade de cada indivíduo. Portanto não devendo tais questões de ordem do privado interferirem na atividade legislativa, pública.

5 – Uma vez eleito, você se compromete a defender os Direitos dos LGBTs já conquistados (em conformidade com o Artigo VII da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Artigo 3º inciso IV da Constituição da República Federativa do Brasil que tangem a igualdade, o direito e a proteção contra qualquer discriminação)? R. Já tenho tal postura mesmo sem ser eleito e durante anos da minha vida no movimento social LGBT e dos Direitos Humanos.

6 – Se eleito, você se dispõe a desenvolver projetos visando ampliar os Direitos dos LGBTs em nossa cidade, levando à votação de leis municipais pró-LGBT, dentro do possível? R. Essa é uma das metas de nosso pretendida mandato.

7 – Você concorda com a aprovação da uma lei anti-homofobia em nível nacional? R. Sim, por mais que somente a lei sozinha não sirva para que a homofobia seja erradicada da sociedade.

8 – Você estaria disposto a se comprometer em desenvolver um projeto de lei municipal no mesmo sentido – uma lei anti-homofobia municipal? R. Sim, bem como criar mecanismos educativos para que seja a homofobia, o racismo e a misoginia apenas palavras que constaram nos vocabulários, como uma triste lembrança.

9 – Você se comprometeria a desenvolver o Programa Sem Homofobia em nossa cidade (caso ainda não haja), como forma de ampliar a luta contra o preconceito aos LGBTs? R. Sim, sem dúvidas.

10 – Você se compromete a não ser apenas expectador, mas um protagonista na busca pela Cidadania LGBT, uma vez que os gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais são um grupo menosprezado, atacado – inclusive fisicamente, excluído e sem direitos isonomicamente equiparados aos heterossexuais? R. Como já disse antes, esta já é uma ação que tenho tido a muitos anos.

Leo Lobato (candidato a Vereador – PT 13024) – Natal – RN

RS

Paulinho de Odé (candidato a Vereador - PT 13777)

OBS: O candidato preferiu responder a todas as dez perguntas em vídeo, comprometendo-se com suas respostas, para posterior cobrança dos eleitores. Assistam:




http://www.youtube.com/watch?v=g-IwgxHNoqI

Paulinho de Odé (candidato a Vereador - PT 13777) - Canoas - RS
http://paulinhodeode.blogspot.com
2012ode@gmail.com

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Paulinho Carvalho (candidato a Vereador – PT 13123)

1 – Quais são suas propostas específicas para a inclusão: da mulher, do negro, do idoso, dos portadores de necessidades especiais, das minorias sexuais, do laicismo, da liberdade religiosa e pelo fim da discriminação social? R. Nossa cultura ainda tem muito a avançar em relação à inclusão social, visto que ainda encontramos pessoas fazendo críticas à igualdade de direitos, onde uma grande parte não aceitam aqueles que têm como opção outros padrões e opções de vida não pré-determinados e estabelecidos no contexto social em que nos encontramos.

Desta forma como cidadão, mesmo antes de estar candidato a vereador, sempre lutei e continuarei lutando contra qualquer tipo de preconceito e discriminação, através de uma sociedade mais humana, justa e solidária.

2 – Você estaria disposto em sua plataforma a defender a diversidade familiar como perfeitamente viável, considerando a orientação LGBT e a família homo-parental (além de um pai e uma mãe, também a possibilidade de dois pais ou duas mães), considerando a decisão favorável do STF sobre a união estável homo-afetiva? R. Ao mencionar que sou contra a qualquer tipo de discriminação e a favor da Inclusão Social, sou defensor de projetos que realizamos, visando que qualifiquem e dignifiquem os cidadãos, fazendo valer e respeitando seus direitos.

Mesmo se não for eleito, sou defensor da Diversidade familiar, pois entre tantos direitos já adquiridos e conquistados, com luta, garra e determinação, ainda é preciso fortalecê-los fazendo valer a legislação do Estatuto da Diversidade Sexual, que defende a união conjugal de homosexuais, o reconhecimento das uniões homoafetivas no âmbito do direito de família, das sucessões, previdenciário e trabalhista, o direito ao casamento, à união estável, à adoção, ao uso das práticas de reprodução assistida, à proteção contra a violência doméstica, à herança, à licença-natalidade paralelo á aprovação e realidade jurídica, sou a favor sim, considerando e respeitando as decisões do STF.

3 – Após eleito, você estaria disposto a criar (se candidato a Prefeito) ou propor a criação (se candidato a Vereador) de uma Coordenadoria de Diversidade Sexual eficaz que realmente atenda às demandas LGBT em nossa cidade? R. É de suma importância um espaço que vise e que possa garantir efetivamente a cidadania e os direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) vítimas da homofobia, lesbofobia e transfobia. Em Canoas, precisamos de um espaço que ofereça acompanhamento jurídico, psicológico e de serviço social, além de articular e fortalecer uma rede de proteção.

4 – Você é defensor declarado do Estado Laico ou acha que a religião tem o direito de interferir nas decisões legislativas de toda a nação, considerando que ela é formada por pessoas de múltiplas crenças e mesmo de nenhuma? R. Acredito nas sociedades democráticas onde o livre exercício da liberdade religiosa é um princípio fundamental, e o Estado deve, necessariamente, assegurar sua proteção. Ocorre que a liberdade religiosa não se refere só à liberdade de consciência privada. Refere-se, igualmente, ao direito a cada um, e de toda a comunidade, de exprimir publicamente suas crenças e de praticar seu culto.

Um Estado democrático deve, aliás, zelar, por uma sociedade pluralista, para que todas as
comunidades tenham, nessa questão, direitos iguais. Para isto é necessário que a livre expressão das crenças e das práticas religiosas não transgrida em nenhum momento a ordem pública.

5 – Uma vez eleito, você se compromete a defender os Direitos dos LGBTs já conquistados (em conformidade com o Artigo VII da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Artigo 3º inciso IV da Constituição da República Federativa do Brasil que tangem a igualdade, o direito e a proteção contra qualquer discriminação)? R. Sim, mesmo não me elegendo, concordo com o Artigo VII, onde fica claro que todos somos iguais perante a lei e temos nossos direitos, sem qualquer distinção, ou seja temos direitos iguais de proteção referente contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração.

6 – Se eleito, você se dispõe a desenvolver projetos visando ampliar os Direitos dos LGBTs em nossa cidade, levando à votação de leis municipais pró-LGBT, dentro do possível? R. Mesmo se não me eleger, tenho o interesse de abrir espaços para estudos, debates e projetos que viabilizem o fortalecimento legal contra crimes de homofobias, levando à votação de leis, pró LGBT, dentro das possibilidades e argumentações com embasamento jurídico.

7 – Você concorda com a aprovação da uma lei anti-homofobia em nível nacional? R. Sim, concordo com uma legislação que criminalize todo e qualquer tipo de ações de preconceito e discriminação homofóbica.

8 – Você estaria disposto a se comprometer em desenvolver um projeto de lei municipal no mesmo sentido – uma lei anti-homofobia municipal? R. Como membro representante da nossa sociedade e excercendo meu papel, que visa, uma vereança de luta e respeito aos direitos humanos, e reconhecendo a importância do meu comprometimento, enquanto cidadão, é de extrema necessidade a proposta jurídica referente à tipificação do crime de homofobia, pois, ninguém pode ser discriminado ou ter direitos negados por sua identidade de gênero ou orientação sexual. Quem o fizer, cometerá crime de homofobia, incluindo as condutas discriminatórias nas relações de trabalho ou de consumo.

O tema é polêmico, porém, requer ser tratado com respeito, deixando de ser ignorado, pois o índice de criminalidade homofóbica mostra esta realidade.

É necessário buscarmos estratégias e propostas junto à Câmara de Vereadores que possibilitem
aprofundar e debater o assunto, pois este deve deixar de ser polêmico e passar a ser visto como um direito de opção sexual sem qualquer tipo de discriminação ou violência, seja esta física ou verbalizada.

9 – Você se comprometeria a desenvolver o Programa Sem Homofobia em nossa cidade (caso ainda não haja), como forma de ampliar a luta contra o preconceito aos LGBTs? R. Sim, um projeto que seja aprovado em Edital e que consista em oportunizar espaço com profissionais em temáticas dos Direitos Humanos, em especial atenção ao respeito à diversidade sexual, através de instrumentos diversos, como palestras, exposição de fotos, debates, estudos referentes à legislação, uma divulgação nas redes sociais de forma instrutiva e esclarecedora , ou seja a busca de uma sociedade humana que respeite a orientação e diversidade sexual.

10 – Você se compromete a não ser apenas expectador, mas um protagonista na busca pela Cidadania LGBT, uma vez que os gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais são um grupo menosprezado, atacado – inclusive fisicamente, excluído e sem direitos isonomicamente equiparados aos heterossexuais? R. Sou comprometido com os meus direitos de cidadão, não me considero um mero expectador, pois através dos diversos projetos sociais desenvolvidos no grupo Paulinho Carvalho, já defendemos a bandeira, de igualdade, dignidade e respeito à diversidade sexual.

Paulinho Carvalho (candidato a Vereador – PT 13123) – Canoas – RS


SC

SP



sexta-feira, 11 de maio de 2012

Respondendo ao artigo “É possível falar em uma espiritualidade inclusiva?”

Por Paulo Stekel [resposta ao artigo intitulado “É possível falar em uma espiritualidade inclusiva?”, publicado em http://evolucaolgbt.blogspot.com.br/2012/05/e-possivel-falar-em-uma-espiritualidade.html e citando nosso artigo anterior “Você é espiritualista e... homofóbico? (uma pergunta para os amigos de verdade)” - ver http://espiritualidadeinclusiva.blogspot.com.br/2012/05/voce-e-espiritualista-e-homofobico-uma.html]


Dois dias após ter escrito o artigo “Você é espiritualista e... homofóbico? (uma pergunta para os amigos de verdade)”, que se tornou um dos mais polêmicos do blogue Espiritualidade Inclusiva, encontramos um artigo que o cita no blogue Evolução LGBT. Não é um artigo ofensivo nem mal-intencionado. Pelo contrário, julgamos muito salutar para o debate sobre o tema, e por isso achamos útil responder a alguns dos questionamentos e argumentos do artigo do blogue amigo. Os argumentos ali mostram que ainda não está claro para alguns o verdadeiro conceito e a proposta de uma “Espiritualidade Inclusiva”. Cabe-nos, então, lançar mais luz sobre o assunto.

O texto que nos cita inicia assim: “Este brilhante texto trata sobre como linhas esotéricas como Maçonaria, florais, Sociedade Teosófica etc travestem-se de espiritualmente elevadas, mas perpetuam visões extremamente negativas e preconceituosas sobre LGBTs.”

É importante esclarecer que não são tais “linhas esotéricas” (algumas nem são “esotéricas”) que se travestem de espiritualmente elevadas, mas seus praticantes equivocados, que deixam sua homofobia particular manchar propostas espirituais que deveriam incluir a todos naturalmente. No caso da Sociedade Teosófica, não há uma só linha contra gays nos textos mais antigos de Blavatsky, Besant e Leadbeater (este, aliás, foi acusado de ser homossexual e este falatório persiste até hoje nos círculos internos da Sociedade Teosófica). Então, a homofobia reinante entre os líderes atuais desta sociedade espiritualista é fruto de sua própria ignorância, como pude confirmar pessoalmente ao trabalhar em Brasília, onde fica a sede nacional, no ano de 2005.

Em seguida, o texto afirma que “Há textos 'teosóficos' que dizem que gays têm perispírito deformado!” Só se for em textos de autores modernos, textos estes que, sinceramente, desconheço. Entre os textos dos fundadores do pensamento teosófico não há nada a respeito. O fato de um livro referir-se à teosofia não significa ser escrito por um membro da Sociedade Teosófica e muito menos refletir os princípios ali ensinados, todos baseados nas obras mais antigas.

Mais adiante: “Portanto, vemos que essas ordens esotéricas não são tão iluminadas quanto se pensam, principalmente porque seu conhecimento esotérico é baseado em puro achismo e crendice e não absorveu o que a academia e a ciência – a psicanálise, a sociologia, a biologia etc – já produziram sobre a homossexualidade e sua presença no meio natural. A ciência inclusive já articulou a homossexualidade com o darwinismo e ainda vemos babacas dessas “ordens” esotéricas acusando os LGBTs de antinaturais.”

Concordo com este argumento. Está mais do que na hora das religiões e “espiritualidades” incorporarem as descobertas das Ciências – biológicas e humanas – a suas visões de mundo, se querem aproximar-se um pouco mais da realidade do mundo atual. O Dalai Lama, representante do Budismo Tibetano, afirmou várias vezes que o Budismo não é radical e que, se um ensinamento budista for contradito peremptoriamente por comprovações científicas, deve-se seguir a Ciência e não a religião, já que o Buda pregou que cada um fosse o seu próprio Mestre e só aceitasse aquilo que pudesse ser comprovado. Falta apenas a Ciência dar mais dados sobre a naturalidade da homossexualidade no mundo animal para que isso possa ser considerado de modo mais firme.

“Lutar por uma espiritualidade inclusiva implica em reforçar que há os 'normais' – homens e mulheres heterossexuais – e que estes devem, por 'bondade', tolerar e/ ou incluir LGBTs em sua presença nos lugares de espiritualidade. (…) Ou seja, reforça a oposição entre “nós” e “eles”.”

Desculpe o autor do artigo, mas há uma confusão no que tange ao conceito e proposta da Espiritualidade Inclusiva. Ela não diz que os heterossexuais são os “normais” e os LGBT os “não-normais” ou “anormais”. Ela diz que heterossexuais e não-heterossexuais são IGUAIS perante a natureza material e espiritual e, por isso, ninguém pode ser excluído de uma possibilidade de desenvolvimento em direção ao transcendente e de autoconhecimento em direção a uma felicidade plena. Também não reforçamos a ideia de “tolerância”, mas de reconhecimento do outro como parte de uma diversidade natural, ainda que desconhecida ou deliberadamente ignorada pela maioria. Aceitar, reconhecer, valorizar, sim! Mas, simplesmente “tolerar”, não é a atitude mais eficaz.

Além disso, o Movimento Espiritualidade Inclusiva não propõe que os heterossexuais incluam os LGBT em seus “lugares de espiritualidade”. Temos que ser nossos próprios protagonistas. Não dependemos, não precisamos e não queremos “bondade” de ninguém. Queremos apenas o reconhecimento de um fato: o de sermos iguais em direitos, ainda que diversos na manifestação. Assim, não reforçamos oposição alguma, mas buscamos a integração.

“A ideia de espiritualidade inclusiva, com todo respeito aos que a defendem, reforçam nossa alteridade e o paradigma vigente. E ainda vem reforçar a ideia de que devemos ser incluídos quase como que por um favor. Ela não muda necessariamente padrões de pensamento. O maior exemplo disso é a Ordem Rosa-cruz AMORC que “aceita” pessoas homo-afetiva, mas não lhes dá nenhum ritual de casamento. Isso mostra que aceitar ou tolerar a presença de alguém em alguma instituição é bem diferente de INCLUIR ESSE ALGUÉM NA ENGRENAGEM DO SISTEMA.”

Não reforçamos o paradigma vigente. Pelo contrário, ao buscar o reconhecimento da naturalidade dos LGBT, reforçamos a ideia de que todos participamos do mesmo mundo, da mesma vida e dos mesmos direitos, sejam os materiais, biológicos, sociais ou espirituais. Ninguém depende de “favor” para ser incluído. Não os heterossexuais que nos incluem. Somos nós, os LGBT, que argumentamos já estar incluídos pela natureza por conta do princípio da naturalidade da diversidade de orientações sexuais.

O fato de organizações de cunho esotérico-religioso-espiritual não darem plenitude aos LGBT que são seus membros é apenas prova do não-reconhecimento deste princípio. Cabe a nós demonstrarmos isto através de nossas argumentações e movimentos como o Espiritualidade Inclusiva. A sociedade funciona mais em camadas sobrepostas e em intercessão do que através de engrenagens. Preconceitos se sobrepõem em variados graus nos indivíduos, nas associações e nas organizações em geral, mas nunca na mesma intensidade. Por isso, igrejas protestantes em alguns países celebram casamentos gays enquanto lojas maçônicas e grupos rosa-cruzes não o fazem. É contraditório? Dependendo do ponto de vista, se fizermos juízo de valor de que é mais “elevado”, talvez. Se não analisarmos por este prisma, é apenas constatação do reconhecimento da naturalidade LGBT por uns e permanência na ignorância por outros.

“É importante lembrar que a espiritualidade inclusiva pode tanto significar uma espiritualidade desenvolvida por LGBTs para LGBTs como também uma luta dentro das espiritualidades tradicionais para que sejamos incluídos. Em ambos os casos teremos problemas nela.”

Nós não entendemos o Movimento Espiritualidade Inclusiva como uma espiritualidade desenvolvida por LGBTs para LGBTs. Isso seria outra coisa, que nos EUA se chama de “Espiritualidade Queer”, e sobre a qual já escrevemos por aqui. Nossa proposta é um movimento laico e não religioso apoiado por todos, indistintamente, LGBTs ou não. Não doutrina, não professa dogmas e não é uma crença. É uma proposta. Por isso, creio que os problemas sugeridos não se apliquem neste caso. Não podemos confundir Espiritualidade Inclusiva com Espiritualidade Gay! Uma “espiritualidade gay” pode, sim, ser considerada uma exclusão, não uma inclusão. Isso não nos interessa. Já há muita exclusão para criarmos mais uma. Incluir = reconhecer a naturalidade = seguir adiante em congregação.

“A meu ver, uma espiritualidade só será realmente inclusiva quando mudar certos paradigmas vigentes sem essa coisa de “tolerância”. E para tal, é preciso trazer à tona certas noções teológicas perdidas se realmente quisermos alguma inserção no campo da espiritualidade.”

Então, já estamos neste caminhos, pois propomos, sim, uma mudança de paradigmas, e não temos essa coisa de “tolerância”. A mudança que propomos é sair da exclusão para o reconhecimento da naturalidade da expressão LGBT, o que resolve muitos conflitos.

“Portanto, creio que a ideia de espiritualidade inclusiva não dá conta de uma necessária mudança de paradigmas na humanidade, embora tal iniciativa seja louvável.

Para tal, é preciso mudar os seus fundamentos ontológicos, acabando com essa dicotomia héteros x homos (que precisam ser incluídos ou tolerados). É preciso mostrar a humanidade como um todo para que as pessoas sejam vistas fundamentalmente como pessoas.”

No final das contas, é exatamente isto o que propomos com o termo “inclusão”. Nada a ver com “bondade” ou “tolerância” de héteros para com homossexuais, mas sim, o reconhecimento de que todos somos fundamentalmente iguais em direitos, em expectativas e em anseios de vida, independente da orientação sexual. Quem entende a Espiritualidade Inclusiva de outra forma é que está equivocado!

“Espero sinceramente que as pessoas tomem essas críticas como construtivas e não as encarem como um ataque. O ideal seria construirmos uma perspectiva coletiva.”

Com certeza. O Movimento não é isolado. Senão, não seria um movimento, não é mesmo? Todo o movimento busca uma perspectiva coletiva, seja em escala menor – em um grupo – ou no todo da sociedade. E, nós, buscamos isso no todo. Queremos o todo e não uma parte. Caso contrário, a cidadania plena para LGBTs nunca será conquistada.

“Naturalmente não devemos impor tal mudança de paradigma a ninguém. Antes, devemos sugeri-la de forma amável e inicialmente mudar por nós mesmos. É preciso que nós acreditemos nisso firmemente e que mudemos a visão que temos sobre nós mesmos.”

Plenamente de acordo. E, em nossos artigos plurais, de vários autores (gays e héteros), temos feito esta lição de casa. Os comentários e a ressonância do que postamos aqui no blogue em toda a Internet mostra que estamos no caminho certo.

“Não quero que ninguém faça o favor de me 'incluir', principalmente achando que meu perispírito é distorcido. Quero eu próprio LGBT fornecer minhas respostas ao mundo.”

Assim deve ser. Apenas os LGBT podem dizer ao mundo como se sentem, o que esperam e o que desejam para si. E, no final, o que desejam não é nada além daquilo que qualquer ser humano deseja: felicidade, cidadania plena e direitos iguais.

“É possível falarmos em espiritualidade inclusiva quando assumirmos nós próprios LGBTs o processo de criar discursos sobre nós mesmos. Criar conceitos e noções é TAMBÉM um exercício de PODER e não somente de uma 'neutra' espiritualidade. Quando alguém cria conceitos e noções sobre nós, esse alguém passa a ter poder sobre nós.”

Não é o nosso caso. Nosso material postado vem de vários autores, a maioria da comunidade LGBT, e não pretendemos criar conceitos e noções sobre os LGBT, apesar do coordenador geral do movimento também pertencer a esta comunidade. O que buscamos é apresentar o panorama geral da relação espiritualidade/religiosidade e LGBTs. Ao apresentar este relação, agimos como “repórteres” do processo, e não como “conceituadores”. Em um segundo momento, fomentamos o debate para que a própria comunidade LGBT livremente possa ir criando seus conceitos e noções conforme a necessidade.

Importante deixar claro mais uma vez: o Movimento Espiritualidade Inclusiva é um movimento social laico, sem ligação com qualquer denominação religiosa, sem apologia a alguma religião em detrimento das demais e que busca incitar o debate sobre a inclusão através do reconhecimento da naturalidade das diversas orientações não-heterossexuais. Os autores dos artigos, em sua maioria religiosos, podem sim, falar abertamente de suas crenças espirituais pessoais, mas o movimento em si é laico, neutro quanto a princípios religiosos, reportando-se unicamente ao princípio do Estado Laico e à Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Que este debate salutar produza muitos frutos nesta luta em prol de todos os seres humanos – pois, ao lutar por um grupo, o LGBT, estamos reforçando os direitos de toda a humanidade e preservando sua identidade, diversidade e variedade.