Hoje, 13 de março de
2012, nosso blogue Espiritualidade Inclusiva completa três meses. O
trabalho está cada vez mais intenso e com reconhecimento da
comunidade LGBT brasileira, especialmente aquela parcela afinidade
com o discurso espiritual inclusivo. Os ateus também têm apreciado
nosso trabalho, por causa de nossa defesa do Estado Laico. As
estatísticas atualizadas mostram o que já conquistamos: 63
postagens de diversos autores, mais de 10 mil visualizações de
página e cada vez mais comentários, inclusive de fundamentalistas
enfurecidos!
Até o momento, a
postagem mais lida é o artigo “[Notícia] "A Homofobia me
machuca” ou mais uma história real de homofobia familiar
fundamentalista no Brasil”, que comoveu muitas pessoas no blogue e
no Facebook por envolver um rapaz vítima de homofobia doméstica
causada por seu irmão pastor pentecostal. Atualmente ele está
seguro e sob os cuidados de uma ONG LGBT de Minas Gerais.
O segundo artigo mais
lido até agora é “A visão espírita da união estável segundo
Divaldo Pereira Franco”, que continua causando polêmica entre
espíritas e não-espíritas.
O terceiro artigo mais
lido é “Destruindo sofismas cristãos”, de Andrea Foltz, que
caiu no gosto de muitos pelos argumentos fortes e consistentes para
rebater a demonização dos gays feita pelos religiosos teístas
fundamentalistas.
As atividades que
promovemos ou apoiamos durante este período incluem:
- Apoio à Campanha
pelo Estado Laico, através de uma petição lançada pela Lésbicas
Feministas LBL - Região Sul (RS). Entendemos que, ao apoiar o Estado
Laico, estamos defendendo o direito de todos quanto a terem suas
crenças ou nenhuma: religiosos, ateus, agnósticos.
- Palestra do Movimento
Espiritualidade Inclusiva na Marcha das Mulheres em Eldorado do Sul –
RS, ministrada por Paulo Stekel por ocasião do Dia Internacional da
Mulher.
- Apoio a jovens LGBT
(e adultos também), que nos procuram por email ou redes sociais
pedindo orientação sobre seu processo de “sair do armário”,
considerando que sofrem “homofobia religiosa” dentro de casa.
Este não era nosso objetivo inicial, mas a gravidade desta tendência
ocorrendo dentro das famílias em nosso Brasil acabou levando-nos a
esta tarefa.
Aproveitamos este
editorial para ratificar que nosso Movimento Espiritualidade
Inclusiva não privilegia nenhuma religião ou crença em particular.
Como partimos do apoio ao Estado Laico e da defesa dos Direitos
Humanos LGBT, criticamos todas as atitudes preconceituosas vindas de
qualquer ambiente religioso/espiritual, e enaltecemos todas as
atitudes inclusivas vindas destes meios. Somos universalistas no
respeito a todas as crenças e mesmo a não-crenças, como no caso de
ateus e agnósticos, mas não somos um movimento religioso, não
representamos nenhuma religião e não fazemos qualquer pregação.
Todo o nosso discurso é em favor da inclusão, dos direitos humanos
e do estado laico. Fora isso, cada um decide o caminho espiritual que
deseja seguir, ou nenhum.
A necessidade desta
declaração vem em um momento em que os demônios da vez, eleitos
pelos fundamentalistas neo-pentecostais brasileiros, são os gays, os
ateus e os defensores do laicismo de Estado. São todos colocados no
mesmo rol e de modo completamente pejorativo. O Estado Laico está
sob ameaça grave e cabe a todos nós, LGBTs ou não, ateus ou
religiosos, defendermos o direito constitucional de não vermos uma
religião tendo privilégios em detrimento das demais; uma religião
dando “pitacos” em matéria legislativa utilizando como
argumentos dogmas bíblicos que nem deveriam ser considerados num
Estado Laico.
Estes fundamentalistas
se consideram a nata de Deus, os “salvos de Cristo”, os únicos
corretos, verdadeiros e com fé, mas não percebem o quanto se valem
de falácias, mentiras, subterfúgios, ameaças e incitação ao ódio
para chegar ao termo de seus objetivos, o que afronta claramente os
próprios textos sagrados que dizem defender. Hipocrisia é a tônica
do fundamentalismo no mundo inteiro, mas aqui ele atinge sua
perfeição! Não podemos deixar isso continuar. Vamos nos opor a
isso sempre que pudermos com os mais sólidos argumentos
constitucionais, de direitos humanos e do bom senso geral, para
evitar que mais vidas sejam ceifadas pelas ações de assassinos
psicopatas que são influenciados pelo discurso de ódio de pastores
e líderes religiosos espúrios que deveriam é estar atrás das
grades, não no púlpito das igrejas.
Continuamos abertos a
críticas, sugestões, artigos e notícias de colaboração, dicas e
depoimentos de quem queira passar aos leitores do blogue suas
experiências com a religião e a espiritualidade. O formato do
blogue não é fechado e podemos melhorá-lo ou modificá-lo sempre
que for útil e necessário. Aos poucos estão chegando alguns
relatos interessantes que virarão artigos em breve. Há uma
multiplicidade de experiências que precisam chegar ao grande
público, para nortear nossas ações em prol da inclusão e da
diversidade.
A propósito, recebemos
de Luiz Mott uma dezena de artigos seus para irmos publicando aos
poucos em nosso blogue. São estudos maravilhosos que resgatam a
história milenar do preconceito contra os gays no Brasil, América
Latina e em outras partes do mundo, sempre com implicações
religiosas. Aguardem!
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