Acaba de ser publicado
em http://blogentrevistas.blogspot.com.br
o debate realizado entre o editor do blogue Críticas &
Pensamentos (http://www.criticasepensamentos.com/),
de tendência cristã conservadora, e o editor do blogue
Espiritualidade Inclusiva
(http://espiritualidadeinclusiva.blogspot.com.br/),
Paulo Stekel.
Este debate foi
sugerido após o Blogentrevistas ter publicado duas entrevistas que
alcançaram uma certa reverberação pela Internet, uma com cada
debatedor. A de Paulo Stekel pode ser lida aqui:
http://blogentrevistas.blogspot.com.br/2012/06/paulo-stekel.html; a de Hallison Liberato, do Críticas & Pensamentos, pode ser
lida aqui:
http://blogentrevistas.blogspot.com.br/2012/04/hallison-liberato.html.
A primeira coisa que o
leitor deve ter em conta é a diferença na transparência dos
debatedores. Paulo Stekel todos sabem quem é, conhecem o rosto, tem
fotos pela Internet. E, o debatedor do Críticas & Pensamentos?
Só achamos uma foto dele na Internet, algo muito “low profile”
mesmo! Medo de dar a cara a tapa? É o que parece.
O debate foi árduo e
levou duas semanas para ser finalizado. Os posicionamentos de ambos
os debatedores são bem claros e evidentes: um, representando o
conservadorismo cristão, homofóbico e cego para os direitos humanos
dos LGBTs; o outro, militante do movimento LGBT e ainda incentivador
da Espiritualidade Inclusiva, que é uma visão mais aberta na
relação dos LGBTs com a religiosidade/espiritualidade.
É um debate forte, com
momentos intensos, algumas acusações e muitos “argumentos de
efeito” que o leitor vai precisar separar dos muitos dados e
argumentos úteis para poder chegar a uma conclusão sobre a
veracidade dos pontos defendidos por ambos os debatedores. Deixamos
esta tarefa ao próprio leitor!
O debate foi dividido
em três partes no Blogentrevistas. Acesse os links correspondentes,
leia o debate, e depois comente ao final desta postagem as suas
impressões. Boa leitura!
Debate entre Críticas
& Pensamentos e Paulo Stekel – Parte 1:
Debate entre Críticas
& Pensamentos e Paulo Stekel – Parte 2:
Debate entre Críticas
& Pensamentos e Paulo Stekel – Parte 3:
Podemos dizer que este
é um dos debates virtuais mais intensos entre um militante LGBT e um
representante do conservadorismo cristão - beirando o
fundamentalismo, realizados nos últimos tempos.
De nossa parte,
esperamos que o debate tenha servido para firmar as demandas da
comunidade LGBT no seio da sociedade brasileira, para que esta
entenda que não exigimos nada que não esteja dentro da
Constituição, da Declaração dos Direitos Humano e da noção do
Estado Laico. Tudo o mais é estratégia conservadora ou
fundamentalista para impedir a conquista da cidadania plena LGBT.
11 comentários:
para que esta entenda que não exigimos nada que não esteja dentro da Constituição
Casamento gay ta na constituição?
Não, LoveJoy, mas a ISONOMIA entre os direitos dos cidadãos está, se é que você entende o que isso significa!
Ah ta. pena q nao respondeu la no debate ne kk
jah parou pra pensar q da msm maneira q vc acha q quem naum concorda com a homossexualidade eh fundamentalista e homofóbico, vc tb passa a impressao d ser fundamentalista por naum aceitar e classificar como tal quem discorda d vc?
"Anônimo".
Para começar, o fato de você ser anônimo já o desqualifica a ter uma resposta, pois você sabe quem somos e nós não sabemos quem você é.
Mesmo assim, digo: para que eu fosse considerado fundamentalista tanto quanto os homofóbicos de motivação religiosa por defender os direitos dos homossexuais seria necessário que a homossexualidade fosse uma doutrina, uma crença, um modo de pensar consciente e factível de mudança pelo livre-arbítrio, o que não é o caso, pois homossexualidade é uma condição do ser, não algo que se decide ser em dado momento. Isso basta para um argumento tão ralo como o que você apresentou, tão ralo quanto sua identidade, que não coheço.
Chamo-me André, formando em filosofia. Não sou homossexual e não sou cristão.
Gostaria de parabenizar o nível do debate entre vocês dois. Paulo, sinto informar, mas você perdeu este debate.
Digo o motivo, e espero que você compreenda e não me ataque como vem fazendo com as pessoas que lhe contradizem.
O grande problema quando se debate com alguém é tentar estabelecer um ponto de vista à força, e foi isso que você tentou fazer mesmo sem argumentos. Se você tivesse se atido aos pontos em comum entre você e o seu oponente, o debate poderia ter sido mais frutífero para você.
Por exemplo: Seu oponente disse não ser contrário à união civil. Ora, para quem não tem nada (nem mesmo união civil socialmente reconhecida, como é o caso dos gays que você defende) isso já seria um passo enorme. Talvez você devesse ter focado mais nesse ponto.
Você ficou sem resposta quando ele afirmou que os gays tem os mesmos direitos que ele tem. Isso é verdade. Você tentou dizer que a água é seca.
O que ficou claro? Seu oponente deixou claro que não se posiciona contra os homossexuais. Você insistiu em dizer que sim mesmo quando ele dizia que não. Ele também demonstrou o porquê de ser contra a exposição homossexual. Sobre a adoção, falou sobre Spitzer, Kinsey e você parecia repetir chavões da Luciana Gimenes.
Alguns pontos que você colocou são absurdos para mim, como por exemplo um casamento entre duas pessoas do mesmo sexo com uma terceira para gerar filhos.
Não precisa se irritar, é apenas a MINHA opinião. E a MINHA opinião é que os dois beiram o fundamentalismo.
André,
Pontuando as suas críticas:
1° - Eu não tentei estabelecer ponto de vista algum à força. Apenas apresentei pontos de vista. O outro debatedor aceitou os que quis e refutou os que não concordou. Normal num debate.
2° - O fato do outro debatedor não ser contrário à união civil gay não é motivo para focar mais neste ponto e minimizar a importância dos pontos graves em desacordo e contra os quais ele não se mostrou favorável ou distorceu, ou generalizou.
3° - Não fiquei sem resposta quando ele disse o absurdo de que os gays têm os mesmos direitos que ele tem. Sejamos sinceros, por favor. Nada de jogo sujo. Ou você não leu a enorme lista de direitos que os gays não têm ou está tentando "forçar um ponto de vista" do mesmo modo que me acusou. Não debato com pessoas que já começam assim.
4° - Em nenhum momento da entrevista eu propus como alternativa "um casamento entre duas pessoas do mesmo sexo com uma terceira para gerar filhos". Mesmo existindo a poligamia legalizada em diversos países do mundo, não foi essa a minha sugestão. O que eu disse foi a existência de uma terceira pessoa no processo da geração de um filho, não um casamento a três com todas as suas circunstâncias.
5° - Você diz que sua opinião é que eu e o outro debatedor beiramos o fundamentalismo. Muito bem. Quanto a ele, ele que se defenda. No meu caso, entretanto, falta o elemento principal para eu ser um fundamentalista: a defesa de fundamentos. Ser gay não é doutrina, crença ou opinião, mas uma condição com a qual se nasce. Isso não é fundamento, que sempre se baseia em crença, dogma ou ideia preconcebida, mas constatação científica, preconizada pela Psicologia, que atualmente não propõe "cura" de algo que não é doença.
Grato por seu comentário crítico, mantendo o respeito.
Paulo Stekel
"Ser gay não é doutrina, crença ou opinião, mas uma condição com a qual se nasce. "
Eu li a entrevista, li o seu blog e o blog dele.
Você luta contra os evangélicos, embora seu blog se chame "espiritualidade inclusiva". Considero uma contradição.
Também vi seu questionamento sobre a "condição" homossexual e o que o seu oponente escreveu, de que se você estivesse certo sobre não ser doutrina, crença ou opinião, não haveria ex-gays, do mesmo modo que não há ex-negros, ex-deficientes físicos, etc.
Você não respondeu.
Outra coisa, você coloca a psicologia como uma entidade acima de erros, e sabemos que não é bem assim. Sabemos que o que norteia a psicologia é a visão política e social dos seus líderes.
Se, por exemplo, amanhã um grupo conservador vencer e ganhar a liderança no conselho de psicologia, provavelmente a homoafetividade voltará a ser listada no grupo de doenças.
Você sabe disso.
Esqueci de falar dos direitos...
Os heteros têm os mesmos direitos dos homossexuais?
Por exemplo: Se um hetero quiser se casar com alguém do mesmo sexo, ele pode?
Para refletir!
Andre,
Eu não sou "contra" evangélicos como você levianamente me acusou. Eu critico a postura dos evangélicos fundamentalistas que atacam os gays com sua homofobia, o que é muuuito diferente.
Não há "ex-gays", mas já vi vários "ex-ex-gays", como o Sérgio Viula. Eles demonstram a falácia da "cura gay" muito bem.
Não coloque a Psicologia em confrontação com as ideias morais da Religião para desqualificar a primeira. Ciência e Religião são separadas por critério próprios de cada uma e o estado é laico. A Psicologia não pode ficar à mercê de opiniões doutrinárias de religiosos.
Se um hétero quiser casar com alguém do mesmo sexo continuará sendo hétero?
Primeiro, sou gay.
Li os dois blogues e identifiquei uma coisa muito séria. O C&P não é como malafaias, bolsonaros e marcos felicianos. Ele é preparado. Sobe o tom na hora certa e quase não comete erros de português. Ele age nas sombras, são pessoas como ele que estão por trás dessa homofobia gigante que afeta a todos nós, ele não está na linha de frente, ele age como os senhores da guerra, jogando dados e bolando planos. Li o blogue dele e achei argumentos que começaram NO BLOGUE DELE. Hello, ACORDEM!!! (veja de onde o malafaia tirou o último discurso q fez na tv, leia o bloque dele e assista a missa do malafaia)
http://www.youtube.com/watch?v=m5UmpChAE7Y
Paulo, você foi muito bem no debate mas começou achando que estava enfrentando alguém sem preparação. Você expôs bem o que queria mostrar, mas não retrucou os argumentos que ele usou e acabou parecendo que você fugiu de algumas perguntas.
Posso estar errado, mas eu quero dizer que nós temos que nos preparar mais para enfrentar debates como este. Os evangélicos que leem saem mais fortalecidos. Cheguei aqui por acaso por indicação de amigos e se eu estivesse emocionalmente debilitado até poderia cair na conversa de que homossexualidade tem cura msm sabendo q nao é doença.
Precisamos aceitar que há pontos fracos na homossexualidade e nos fortalecer nos pontos fortes. Precisamos esquecer um pouco o sexo e nos preocuparmos com coisas mais importantes nesse momento. Deixar o sexo pra qnd não tivermos problema com isso.
Parabens pela coragem Paulo Stekeol, admiro seu trabalho.
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