Movimento
Espiritualidade Inclusiva
nas
Eleições 2012
Sugestões
para Eleitores e Candidatos
comprometidos
com a Diversidade e a Inclusão
“O
maior castigo para quem não gosta de política é ser governado
pelos que gostam.”
Arnold
Toynbee, economista e escritor
inglês (1889-1975)
Introdução
O
Movimento Espiritualidade Inclusiva é um movimento social
constituído pelo coletivo de pessoas pertencentes à Comunidade
LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) e por seus
simpatizantes, apoiadores e divulgadores. É um movimento social sem
registro e que não depende de verbas públicas, afinado com a agenda
LGBT internacional e a Declaração dos Direitos do Homem, de
natureza não-partidária e que não defende uma religião em
particular em detrimento das demais.
Assim que
o Movimento Espiritualidade Inclusiva foi criado, muitos
apoiadores perguntaram qual seria o posicionamento do mesmo nas
Eleições 2012. Afinal, diante da homofobia crescente (incluindo a
religiosa), do pouco número de candidatos LGBT e das ralas propostas
dos aproveitadores que na última hora geralmente se consideram
“simpatizantes” ou pró-LGBT, é natural que os eleitores fiquem
receosos de ser enganados mais uma vez e ter seu voto jogado na lata
do lixo.
Nesta
época, além da propaganda política em rádio, televisão e nos
jornais impressos, temos uma chuva de “santinhos virtuais” em
blogues, sites e redes sociais. O que mais se mostra nestas mídias
todas é a “fachada” dos candidatos, mas as propostas ficam em
segundo plano, quando aparecem!
Atendendo
às solicitações dos nossos apoiadores/eleitores, escrevemos este
texto contendo sugestões e compromissos para as Eleições 2012. As
sugestões são para os eleitores – como escolher candidatos a
vereador e prefeito alinhados com os direitos humanos, os direitos
dos LGBTs, a diversidade e a cidadania plena. Os compromissos são
para os candidatos, constituindo-se em comprometimentos meio que
obrigatórios para qualquer um deles. Exemplos: defender o Estado
Laico, combater a violência contra homossexuais, propor projetos de
inclusão LGBT no meio social, educacional, órgãos públicos,
mercado de trabalho, etc.
Os
tipos de candidatos
Se um
candidato não se alinha ou sequer quer ouvir falar disso, não está
habilitado, segundo nosso pensamento, a ocupar um cargo eletivo, pois
não estará governando para todos, indistintamente. Continuará
fomentando, direta ou indiretamente, a exclusão LGBT. Este tipo de
candidato não nos interessa.
Há
também o candidato aproveitador, que não faz nada em prol dos
LGBTs, mas em época de eleição aparece como “amigo”, só para
conseguir o voto gay. Este também não nos interessa.
Há o
candidato gay, assumido ou enrustido, que se vende aos
“heteronormativistas” e fiscais hipócritas da moral e participa
de coligações inverossímeis para, se eleito, ser joguete de
grandes forças nada comprometidas com a causa LGBT. Este tipo de
candidato também dispensamos.
Há o
candidato gay ou “simpatizante” que, dizendo apoiar os LGBTs,
esconde parte do discurso de diversidade dependendo do lugar onde
discursa. Este “candidato de conveniência” também não nos
interessa. Política é para os corajosos, não para os covardes!
Há, por
fim, o candidato, gay ou não, que se compromete com a causa LGBT
abertamente, defendendo o LGBT em todos os seus discursos, que é
coerente nas propostas, independentemente do partido escolhido, da
coligação e mesmo das críticas internas da legenda. Esse é um
candidato que merece nossa atenção, uma avaliação mais próxima
e, após um juízo mais preciso, quiçá, o nosso voto.
Por
que é importante votar em candidatos pró-LGBT?
Pode
parecer óbvio que é importante votarmos em candidatos que nos
representem, seja para Prefeito ou para vereador de nossa cidade, mas
o fato é que não temos sido capazes de eleger um número
significativo de políticos que nos represente, a despeito de sermos
10% da população e conseguirmos organizar duas paradas com mais de
1 milhão de participantes.
O que
está acontecendo então? Por que somos tantos, mas somos tão mal
representados? Uma possível resposta é que ser um LGBT é apenas
parte do que somos, e temos nos esquecido dessa nossa particularidade
nas eleições.
Antes de
sermos LGBT, temos sido petistas, tucanos, ambientalistas, paulistas,
mineiros, profissionais liberais, servidores públicos, negros,
mulheres, e temos colocado todas essas questões como prioritárias,
nos esquecendo de que as demandas LGBT também deveriam ser encaradas
como prioridade.
Se não
colocarmos nossas demandas LGBT à frente das siglas, seremos
engolfados pelo jogo de forças que a própria política representa.
Não podemos barganhar nosso voto nem vendê-lo por um prato de
lentilhas. O que precisamos é VALORIZAR nosso voto! Não devemos
correr atrás de candidatos pedindo que se importem com nossas
demandas. Eles é que devem correr atrás de nós e mostrar que estão
comprometidos até a alma com nossas demandas, que são justas,
constitucionais e conectadas aos direitos humanos e à cidadania
plena. Vamos, então, comprometê-los com nossas demandas,
apresentando o presente texto e EXIGINDO um posicionamento. Se não
responderem, tornemos isso público. Se responderem e forem
contrários a nossas demandas legítimas, tornemos isso público. Se
responderem e forem favoráveis a nossas demandas, tornemos isso
público e prestemos mais atenção nestes, sem fechar os olhos para
perceber qualquer incoerência entre discurso e prática.
Se todos
fizermos isso na cidade onde votamos, estaremos realizando um grande
serviço para a causa LGBT, para os direitos humanos e para a nação
brasileira como um todo. Não podemos mais ser tão descuidados e
levados pela onda de siglas como se fossem times de futebol. São
muito mais que isso. São nosso futuro, trevoso ou iluminado!
Quais têm
sido as consequências desse nosso descuido? Primeiramente, os grupos
que se opõem aos nossos direitos, principalmente os fundamentalistas
evangélicos e católicos, estão cada vez mais organizados e
articulados, ganhando cada vez mais espaço e prestígio nos fóruns
políticos. Não é por acaso que o PLC 1221 não avança no
Congresso, não é à toa que o programa Escola sem homofobia foi
vetado pela presidente. Tudo isso reflete a crescente capacidade de
pressão de nossos adversários.
Além
disso, temos nos permitido seguir divididos, brigando internamente,
quando deveríamos estar trabalhando pelos mesmos objetivos. Enquanto
isso ocorrer, as demandas dos LGBT ficarão em segundo plano na
agenda dos políticos, uma vez que elas serão sempre percebidas como
de importância menor e não determinantes para a vitória eleitoral
de qualquer grupo político.
Temos
percebido que mesmo candidatos considerados pró-LGBT consideram
nossas demandas como algo de menor importância, pois acham que o
número de votos vindos dos LGBTs não é determinante para sua
eleição. Cabe a nós demonstrarmos o contrário. Temos força
intelectual, força de formação de opinião pública e capacidade
para implodir campanhas duvidosas e de conteúdo homofóbico,
explícito ou implícito.
O
recrudescimento de crimes homofóbicos, as seguidas derrotas que os
LGBT têm sofrido no âmbito do legislativo e do executivo federais e
o fortalecimento dos nossos opositores torna urgente que nos
mobilizemos e passemos a priorizar a conquista de nossos direitos
sobre todas as outras questões políticas atuais.
Devemos
preferir candidatos LGBT ou claramente pró-LGBT, ainda que isso
signifique deixar de votar no nosso amigo, parente ou partido, se
estes não se comprometerem sinceramente com a nossa causa. Só assim
conquistaremos o respeito (ou medo) da classe política, que
perceberá que qualquer projeto de poder deve nos incluir para ser
bem-sucedido.
Essa é a
chave! Não podemos nos comportar como um grupo inferiorizado pedindo
favores. Pelo contrário, nos comportemos como um grupo atacado pelo
preconceito, mas corajoso o suficiente para enfrentá-lo em todas as
instâncias!
Como
identificar um candidato pró-LGBT?
Agora que
sabemos que é importante votar em candidatos que nos apoiem, o
próximo passo é identificá-los.
O
candidato pró-LGBT deve preencher alguns dos seguintes requisitos:
1) O
candidato é gay, lésbica, bissexual, transgênero ou é
heterossexual francamente simpatizante.
Cuidado
aqui! O simples fato de ser gay não credencia ninguém a nos
representar. Candidatos gays que não tocam no assunto “demandas
LGBT” durante a campanha não merecem nosso voto.
2) O
candidato é ligado ao movimento LGBT, pertence a alguma associação
LGBT ou tem um histórico de diálogo e aliança com o movimento LGBT
e/ou participa da parada da sua localidade.
Esse item
é importantíssimo! Cuidado aqui com o seu amigo candidato gay que
vai às Paradas de São Paulo e Rio, mas fica em casa quando a parada
é na própria cidade.
3) O
candidato defende bandeiras LGBT, ou já apresentou projetos de lei
que beneficiam a comunidade LGBT. Esse item vale para candidatos que
já exerceram algum mandato político. Se quando teve a chance de
propor políticas públicas pró-LGBT, não o fez, nada indica que
fará diferente caso se eleja novamente.
4) O
candidato não é ligado a grupos religiosos fundamentalistas, nem se
associa com políticos homofóbicos, nem está filiado a um partido
antipático ao movimento LGBT.
Às
vezes, o candidato até parece ser um cara legal, mas ele se associa
a pastores homofóbicos para ganhar votos das congregações deles,
ou ele se alia a um deputado ou a um partido ligado a grupos que se
opõem aos direitos LGBT. Nesse caso, não interessa o quão legal ou
bem intencionado o candidato possa ser, a vitória dele só servirá
para fortalecer nossos adversários. Se esse candidato vier lhe pedir
seu voto, diga-lhe que não votará nele e o porquê. Assim, os
candidatos irão pensar duas vezes antes de se associar a esse tipo
de gente.
Além de
o candidato ter de preencher esses requisitos, obviamente ele deve
ter boas propostas, ser honesto, não comprar voto, ou seja, o básico
que todo candidato deveria ter.
Se, na
sua cidade, houver um candidato que preenche todos esses requisitos
apontados, é importante não só que você vote nele, mas também
que você peça votos para ele junto à sua família, seus amigos e
colegas de trabalho. É importante que os políticos percebam que o
LGBT além de votar, faz campanha, o que amplificará nosso poder
político.
A
dúvida gerada pelas Coligações
Nós
brasileiros costumamos dizer que o importante são as pessoas e não
os partidos. Pode ser, mas o partido indica mais ou menos qual é a
“tribo” da pessoa em quem você pensa em votar, e para que lado
ela irá em determinados momentos; por exemplo, se ela será oposição
ou situação, ou se ela votará a favor ou contra as demandas LGBT.
Recomendamos
fortemente que os LGBT evitem votar em candidatos de partidos com
tradição em abrigar ou apoiar pessoas que lutam contra os nossos
direitos, e a favor de partidos com uma orientação mais voltada a
reconhecer direitos LGBT.
Não é
possível detalhar todas as nuances dos partidos e suas diferenças
ao longo de todo o território nacional. Nosso conselho é: estude
caso a caso. Um mesmo partido pode ser uma ótima opção em um lugar
e péssima escolha em outro.
Além
disso, o abuso da “estranheza” nas coligações feitas entre os
partidos políticos nas últimas eleições deve se repetir nesta,
dificultando ainda mais a decisão do eleitor LGBT. Partidos inimigos
no âmbito nacional podem estar coligados em certas cidades, o que
causa problemas sérios para todos, gays ou não. Ao contrário,
partidos naturalmente amigos no âmbito nacional podem se opor em
algumas cidades, complicando ainda mais a vida do eleitor.
Então,
analisemos caso a caso e candidato a candidato antes de tomar uma
decisão. Independentemente de você ser um “LGBT de esquerda” ou
um “LGBT de direita”, pense bem a quem está concedendo o comando
em sua cidade!
Meu
candidato/partido não tem chances. E agora?
Esse é
um ponto levantado com certa frequência para desqualificar
determinadas candidaturas. Seu candidato ou Partido pró-LGBT até é
reconhecido como o melhor candidato pela pessoa que quer ganhar o seu
voto para o candidato dela; mas ela usa contra você a tática do
desânimo.
Normalmente,
a resposta a essa situação oscila entre dois polos:
De um
lado, se você vota em um candidato que não tem chances, o seu voto
será perdido. Por outro lado, se você deixa de votar naquele
candidato que você acredita ser o melhor, ele será sempre pequeno e
o projeto político que você julga o melhor nunca será implantado.
Nossa
proposta é: Nem tanto ao céu, nem tanto à terra. É possível
traçar estratégias que permitam tornar seu voto fiel à sua
ideologia, sem perder o pragmatismo.
Inicialmente,
precisamos usar a estratégia correta para cada tipo de pleito
eleitoral. A estratégia a ser empregada na eleição para vereador
não pode ser a mesma que a utilizada para eleger o Prefeito. Cada
disputa tem a sua particularidade.
Para
votar em vereadores, devemos levar em conta que o voto é
proporcional. Dessa forma, seu voto não decide apenas quem vai
ocupar aquele cargo, mas quantas cadeiras serão destinadas a cada
coligação. Assim, mesmo que seu candidato não vença, o seu voto
ajuda a definir quantas cadeiras o partido do seu candidato terá
direito.
Além
disso, é muito difícil avaliar quem tem chance e quem não tem nas
eleições proporcionais, onde um candidato com menos votos pode ser
eleito no lugar de outro candidato com muito mais votos, por conta do
coeficiente eleitoral.
No caso
de as eleições serem para Prefeito de cidades com mais de 200 mil
eleitores, ainda há bastante margem para um voto mais ideológico.
Nesses casos, em que a eleição é em dois turnos, nada impede que
você vote no seu candidato preferido no primeiro turno, deixando
para votar de forma mais pragmática no segundo turno. Ao votar no
seu candidato, as propostas dele saem fortalecidas do pleito, tendo
maiores chances de serem incorporadas aos programas de governo dos
candidatos remanescentes.
Tenha
muito cuidado com o discurso de que seu candidato não tem chances.
Quem gosta de falar essas coisas, muitas vezes, são pessoas mal
intencionadas interessadas em manter a disputa sempre entre os
mesmos, ou com medo do poder que seu candidato possa ter de virar o
jogo.
O
Questionário:
Perguntas
para os candidatos a Prefeito e Vereador
Preparamos
um questionário com DEZ PERGUNTAS que você pode enviar aos
candidatos a Prefeito e Vereador em sua cidade, para saber qual o
posicionamento deles no tocante a direitos LGBT. As perguntas pontuam
dez aspectos da causa LGBT que consideramos importantes ser
defendidos pelos candidatos. Os candidatos que se dignarem a
responder já terão ganho um ponto, pelo menos.
Se os
candidatos não responderem num prazo de UM MÊS, enviem a
espiritualidadeinclusiva@gmail.com
os nomes dos “silenciosos”, e publicaremos seus nomes.
Se os
candidatos responderem e forem anti-LGBT, enviem igualmente seus
nomes e seus comentários e os publicaremos todos.
Se os
candidatos responderem e foram pró-GBT, enviem seus nomes e seu
comprometimento conosco e publicaremos tudo.
O
importante é enviar para TODA a lista de candidatos de sua cidade,
para que todos os candidatos sejam tratados com isonomia e tenham a
mesma chance de se manifestar. Busque a lista entre os partidos de
sua cidade.
As
perguntas:
1 –
Quais são suas propostas específicas para a inclusão: da
mulher, do negro, do idoso, dos portadores de necessidades especiais,
das minorias sexuais, do laicismo, da liberdade religiosa e pelo fim
da discriminação social?
2 –
Você estaria disposto em sua plataforma a defender a diversidade
familiar como perfeitamente viável, considerando a orientação
LGBT e a família homo-parental (além de um pai e uma mãe, também
a possibilidade de dois pais ou duas mães), considerando a decisão
favorável do STF sobre a união estável homo-afetiva?
3 –
Após eleito, você estaria disposto a criar (se candidato a
Prefeito) ou propor a criação (se candidato a Vereador) de uma
Coordenadoria de Diversidade Sexual eficaz que realmente
atenda às demandas LGBT em nossa cidade?
4 –
Você é defensor declarado do Estado Laico ou acha que a
religião tem o direito de interferir nas decisões legislativas de
toda a nação, considerando que ela é formada por pessoas de
múltiplas crenças e mesmo de nenhuma?
5 – Uma
vez eleito, você se compromete a defender os Direitos dos LGBTs
já conquistados (em conformidade com o Artigo VII da Declaração
Universal dos Direitos Humanos e o Artigo 3º inciso IV da
Constituição da República Federativa do Brasil que tangem a
igualdade, o direito e a proteção contra qualquer discriminação)?
6 – Se
eleito, você se dispõe a desenvolver projetos visando ampliar os
Direitos dos LGBTs em nossa cidade, levando à votação de leis
municipais pró-LGBT, dentro do possível?
7 –
Você concorda com a aprovação da uma lei anti-homofobia em
nível nacional?
8 –
Você estaria disposto a se comprometer em desenvolver um projeto de
lei municipal no mesmo sentido – uma lei anti-homofobia
municipal?
9 –
Você se comprometeria a desenvolver o Programa Sem Homofobia
em nossa cidade (caso ainda não haja), como forma de ampliar a luta
contra o preconceito aos LGBTs?
10 –
Você se compromete a não ser apenas expectador, mas um protagonista
na busca pela Cidadania LGBT, uma vez que os gays, lésbicas,
bissexuais, travestis e transexuais são um grupo menosprezado,
atacado – inclusive fisicamente, excluído e sem direitos
isonomicamente equiparados aos heterossexuais?
Considerações
Finais
Se antes
se podia alegar que direitos LGBT eram excentricidade de países
desenvolvidos, agora nem isso se pode dizer. Estamos atrasados em
relação a vários países da América Latina e à África do Sul.
Será que vamos ter de esperar a Somália garantir direitos iguais
aos LGBT para que o nosso país se conscientize da importância de se
oferecer segurança e direitos civis aos LGBT?
Ainda
assim, alguns LGBT podem questionar se não seria muito egoísmo
priorizarmos a agenda básica LGBT (Igualdade e Equiparação da
Homofobia ao Racismo) em um país com tantos problemas sociais,
ambientais e com tantos desafios como o Brasil.
A
resposta é: ABSOLUTAMENTE NÃO! Trata-se de uma falsa dicotomia. É
perfeitamente possível votar em candidatos e partidos comprometidos
com nossa cidadania e que também estão comprometidos com o
desenvolvimento do país.
O mais
grave problema de uma nação são as violações dos Direitos
Humanos, e Direitos Humanos LGBTs tem sido os direitos mais violados.
Por isso, priorizar nossa agenda básica é o mais importante ato
político e social, tão importante quanto o combate à fome, a
promoção da saúde e o investimento em educação.
O
político que coloca a alimentação, a saúde, a educação e a
distribuição de renda na frente dos Direitos Humanos é um demagogo
simplesmente porque nada se distribui sem direitos. A honestidade de
um político profissional ou mesmo de um cidadão comum se medem pelo
engajamento na questão crucial LGBT (igualdade plena e segurança).
Isso obviamente não quer dizer que os outros temas importantes da
nação devam ser desconsiderados. Mas o fato é que a distribuição
de direitos é a geradora da distribuição dos outros bens.
Por isso,
a tendência é que candidatos que sejam nossos aliados sejam mais
bem preparados para assumir cargos políticos. De forma geral, são
candidatos sensibilizados com causas que dizem respeito a Direitos
Humanos e ao Estado Laico e Democrático de Direito.
(Este
texto é baseado em boa parte na utilíssima “Cartilha LGBT para
as eleições 2012/2014”, um
Projeto
dos membros da Comunidade LGBT Brasil (Orkut e Facebook)
desenvolvido entre Dezembro de 2011 e Fevereiro de 2012 e que circula
pela Internet desde então. Os autores do texto são: Everton
Oliveira, Carlos Somente, Benjamin Bee, Dudu, Walter Silva e Daniel
Rodrigues. Contudo, as seções “Introdução”, “Os tipos de
candidatos” e “O Questionário: Perguntas para os candidatos a
Prefeito e Vereador” são de redação exclusiva de Paulo Stekel e
uma adaptação para o objetivo do presente trabalho proposto pelo
Movimento Espiritualidade Inclusiva para as Eleições 2012.)
2 comentários:
Para conhecer a Cartilha LGBT para as Eleições 2012/2014 na íntegra, acessem o link:
https://docs.google.com/file/d/0BymXfmkIzPAGNTM2YWFkODctN2YzYy00OWJiLThkOTctMzU3ODRjYmRiOWYx/edit?pli=1
Paulo:
mais uma vez encontro aqui um texto lúcido e coerente.
Infelizmente a hipocrisia é muito forte, principalmente nos meios políticos. Vamos torcer por uma mudança!
Deixo aqui para seu conhecimento o link do meu último post, de interesse da comunidade LGBT:
http://expandiraconsciencia.blogspot.com.br/2012/07/diga-nao-ao-fundamentalismo-e.html
abraços
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