Por Valéria Nagy
O fundamentalismo é a crença na interpretação literal da Bíblia (ao pé da letra); são as religiões ortodoxas, ou seja, que não aceitam ideias de reforma em sua doutrina; são quaisquer doutrinas ortodoxas.
O fundamentalismo é a crença na interpretação literal da Bíblia (ao pé da letra); são as religiões ortodoxas, ou seja, que não aceitam ideias de reforma em sua doutrina; são quaisquer doutrinas ortodoxas.
As principais religiões
sempre foram fudamentalistas. Os judeus, ainda que tenham se modernizado um
pouco, mantém ainda uma parte ortodoxa; os cristãos subdivididos em católicos,
protestantes, evangélicos (pentecostais e neo-pentecostais), espíritas... têm a
porção mais fundamentalista, se posso assim dizer, principalmente entre os
evangélicos; e os muçulmanos são os mais fundamentalistas. Sejam mais ou menos,
esse radicalismo está presente em todas elas, o que é, a meu ver, uma trava nos
passos da evolução humana.
Viajando na história, lembremos do
fundamentalismo católico da Idade Média denominado Santa Inquisição,
fundamentalismo esse que dizimou milhões de seres humanos, pelos meios mais
dolorosos que se possa imaginar. Além de prender os considerados hereges, a
Igreja de Roma torturou com requintes da mais absoluta crueldade centenas de
milhares de pessoas, até a sentença final: a morte. As Cruzadas destruíram e
mataram populações de cidades inteiras "em nome de Deus". Na verdade, em nome do
Papa.
Já são décadas de conflitos intermináveis no Oriente Médio por conta do
fundamentalismo religioso. Muçulmanos e judeus se matam pela Terra Santa, uma
terra de ninguém, haja vista o quanto sangue já escorreu por ali e nada mudou;
grupos radicais também; e a indignação com o ocidente provoca ataques
terroristas como o que vimos em Nova York, em 2001. Matam-se líderes como Sadam
Hussein, Osama Bin Laden, Muamar Kaddafi... e daí, o fundamentalismo acabará por
causa disso? Não. Pelo contrário, isso só faz aumentar a raiva dentro desses
indivíduos, que se autoexplodem em nome de Allah.
Paralelo ao Oriente Médio, vemos crescer o fundamentalismo evangélico, onde
religiões pregam o ódio contra outras religiões e contra comportamentos sociais
que eles consideram pecado. Com a força da mídia a seu lado, vão propagando sua
doutrina a quem possam alcançar, pois as grandes igrejas têm emissoras ou
programas de TV aberta e de rede nacional. No momento em que o mundo se prepara
para uma grande mudança, como será o arrebatamento? A "fúria" de Deus salvará
somente os seguidores dessas religiões?
É preciso parar. Parar e pensar. Será que o fundamentalismo levou a humanidade
para algo bom? Será que a Bíblia, a Torá ou o Alcorão devem ser interpretadas de
forma tão radical, ao pé da letra? Por que ignorar as palavras de Paulo
Apóstolo, quando disse que "a letra mata, mas o Espírito
vivifica" (2 Coríntios 3:6)? O que o apóstolo quis dizer? Não nos
esqueçamos das milhões de mortes "em nome de Deus" e o aumento da violência "em
nome de Jesus" que vimos e vemos por aí. Vamos pensar um pouco melhor no sentido
da existência da religião?
Paz Profunda!
Twitter: @nagy_valeria
Facebook: facebook.com/vmnagy
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